19 julho, 2010

A Justiça e os líderes

Ouvir um juíz dizer: é a Justiça deste país!, por absolver um criminoso confesso, depois deste se recusar a prestar declarações em Tribunal, atesta na perfeição o estado de degradação cívica e moral a que Portugal chegou. Suponho não estar a dar nenhuma novidade. Quem lê os jornais, já tropeçou  decerto numa dessas aberrações jurídicas que consiste na obtenção de provas criminais, pelo Juíz de Instrução ou pela Polícia Judiciária, incluindo a própria confissão de autoria do crime com revelação do local  e da vítima, para no dia do julgamento tudo se exaurir numa patética estratégia de silêncio. Em Portugal, dizem  frontalmente os juízes [alguns], o crime compensa. Para tanto, basta que um criminoso confesso se recuse a falar em Tribunal...  Ah grande Democracia!

Não admira pois que tenhamos um 1º. Ministro confortável no meio da montanha de suspeitas que sobre ele recaem, nem um Presidente da República conformado com o miserável papel de corta-fitas e conselheiro inconsequente. Pessoalmente, já não consigo suportá-los. Eles surgem no écran e eu mudo imediatamente de canal. Já se tornou um instinto. De defesa, suponho. Da minha sanidade mental, seguramente. Para mim, Sócrates não existe, Cavaco também.  São o vazio. O vazio perturbante, mas o vazio, assim mesmo.

Mas, pelos vistos, para a comunicação social, que tanto se afoita a retransmitir as sábias palavras destes magníficos dirigentes, eles ainda têm coisas importantes para nos dizer.  O defeito será meu. Lá me falta aquela pontinha de massa encefálica que me separa da genialidade dos media. É pena. 

Mesmo assim, prometo que farei um derradeiro esforço para os acompanhar nas complexas análises políticas do futuro. Mesmo que continue sem perceber patavina...A nação exige-o.

2 comentários:

  1. Ó Rui não faça, é tempo perdido...

    Um abraço

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  2. É como diz um amigo meu. A incompetência e a porcaria que vão pela Justiça é tanta e tão visiveis, que só se compreende que se mantenham porque alguém está interessado nisso. Quem e porquê,é mistério.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...