02 julho, 2010

O nome do MPPN tem de ser mais ouvido

O cenário repete-se, e já começa a tresandar a bafio. Todas as sextas-feiras é a mesma ladaínha. Refiro-me às entrevistas "Diferenças à Mesa" que o semanário Grande Porto realiza regularmente com diversas figuras públicas do Norte. 

Os pró-anti regionalistas [é assim que os defino] deviam começar por perceber uma coisa: os seus argumentos são demasiado áridos em objectividade para serem levados a sério. A única ideia concreta que transmitem tem um nome: medo. E suponho que esse medo pouco terá a ver com a coesão nacional, porque nunca como agora o país esteve tão fragmentado. Pode-se retalhar um país e abrir graves fissuras na sua integridade territorial de várias maneiras, sendo a mais contundente a discriminação territorial. E é isso que tem sido feito com particular gravidade a toda a Região Norte. É perante este facto que, desde logo, se esvazia por completo o argumento hipócrita dos porta-bandeiras da integridade "nacional". A verdade é que se recusam a reconhecer a realidade com um pretexto meramente ficcional.

Seria bem mais respeitável, uma vez que lá no fundo rejeitam a Regionalização, que o assumissem de vez, em lugar de andarem a enganar-se a si próprios e a tentar enganar os outros com ladaínhas piegas de falso patriotismo. É inútil insistir na tecla da descredibilização do Movimento Pró-Partido do Norte, porque descridibilizados estão os Partidos do arco do Poder, e até os da oposição que, com mais meios, pouco mais fazem do que o comum cidadão. Talvez se lhes chegasse luz ao espírito, se percebessem que, apesar da apatia do eleitorado mais sacrificado, eles representam o déjà vu, e nós um potencial balão de oxigénio. Nós, somos a alternativa, eles, são - como diz o CAA - o mesmismo.

Quero contudo trazer à colação, um aspecto que me parece da maior importância com respeito à forma como o Movimento e o próprio Blogue do Movimento estão a ser geridos. Há que criar urgentemente uma estrutura de divulgação do MPPN mais abrangente e impactante. Os recursos nesta fase, percebo, serão limitados, mas mesmo assim considero que se podia fazer mais e melhor. O Blogue deverá procurar ser mais rigoroso na comunicação e incluir artigos de opinião de outras figuras de destaque. Creio que se está a levar demasiado longe o recato. A propaganda tem de crescer, a adesão de simpatizantes tem de começar a sentir-se mais e os tempos mortos devem ser evitados. Um Blogue com tão sérios objectivos como este ,tem de ser mais dinâmico, caso contrário poderá perder simpatizantes. Há que aproveitar este espaço para informar os eventuais militantes como podem fazer a sua inscrição. Há, igualmente, que flexibilizar a militância àquelas pessoas que, por motivos de idade ou de indisponibilidade pessoal, queiram inscrever-se para dar o seu contributo sem contudo serem obrigadas a cooperar em regime full-time, deixando aos mais jovens as actividades regulares.

É preciso, em resumo,  não deixar morrer o nome do Movimento.

7 comentários:

  1. Julião de Gondomar02/07/10, 13:52

    Uma questão ao administrador deste blogue:

    - Para avançar o regionalismo é preciso criar um novo partido, movimento ou quejandos com gente que, proveniente dos partidos do círculo do poder, foi outrora omissa ou contra esta reforma? Quem anda a iludir-se, afinal? Onde esteve toda esta gente até agora que deixaram o Norte se meter num buraco de onde para saír precisa mais que nunca de...Lisboa?

    Caso queira e possa, agradeço que nos explique.

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  2. Sr. Julião,

    a resposta é: sim, é preciso!

    O facto de "a gente dos círculos do poder outrora omissa", só agora aparecer pode querer dizer que só agora decidiram ser oportuno avançar.

    Não sei a quem quer atingir concretamente com as suas críticas, o que lhe posso dizer, é que omissas, ou não, estas pessoas pelo menos ousaram fazer qualquer coisa, ao contrário de outras - as quais presumo que o senhor não terá críticas a fazer -, que acham que assim como está, está bem.

    Depois, se os eleitores continuam a votar nos partidos que nos desgovernam, porque não haveremos nós de dar o benefício da dúvida a quem dá sinais de inconformismo e se atreve a dizer que quer mudar as coisas?

    Que outra alternativa sugere, caro Julião? Deixar tudo como está?

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  3. Vamos pra frente com o partido parados e sem ideias não vamos a lado nenhum.
    Tenho medo dos referendos.Tenho medo como se vai questionar as pessoas.
    Muito cuidado com os velhos do Restelo e dos regionalistas envergonhados.

    O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO

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  4. 1- Esses argumentos dos centralistas e anti-regionalistas, esfarrapados de tão repetidos que são, só significam uma coisa : que não têm argumentos válidos a opor! Efectivamente desde 1998 ( há 12 anos!) ainda não se ouviu um argumento que faça reflectir sobre se a regionalização (ou a criação de regiões autónomas tipo Ilhas) poderá eventualmente ter mais inconvenientes do que vantagens. Os anti-regionalistas ligados aos actuais partidos políticos, não conseguem esconder que aquilo que os move não é o interesse nacional, como querem fazer crer, mas sim interesses pessoais de mesquinha natureza material.

    2- Concordo inteiramente consigo quando diz que o MPN não está a tirar proveito das potencialidades oferecidas pelo blogue, mas esperemos que muito rapidamente a Comissão Executiva tome consciência desta fraqueza e tome as medidas adequadas.

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  5. Julião de Gondomar05/07/10, 14:47

    O sr farinas anda desatento ou sofre do parcialismo que condena nos outros, é que alguém políticamente esclarecido não pode esquecer que desde 98 que o PCP pelo menos se bate por esse desígnio. Diga-me talvez que não confia nesse partido, tem a mesma legitimidade que eu para não confiar nesses regionalistas de última hora que sabotaram o processo há 12 anos. Para mim, a coerência é um valôr que define a moralidade de alguém.
    Em resposta ao sr Valente, digo que antes de avançarmos para o patamar regionalista temos de resolver o problema nacional, correr com quem tem exaurido a nação, criado disparidades e conflitos, lucrado com a divisão e distração dos portugueses. Eu que sou camionista, viajo com frequência de Norte a Sul e estrangeiro e digo-lhe que pelos exemplos de fora em comparação com o que vejo cá dentro não há outra solução.

    Regionalismo, sim, mas com responsabilidade e a bem da pátria!

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  6. Sr. Julião,

    Ainda outro dia fiquei decepcionado com o Honório Novo [que é como deve saber do PCP] por tê-lo ouvido dizer que o que preocupava não eram as causas regionais, mas sim as nacionais.

    Para quem é do Norte,e defendia a Regionalização como ele, é, no mínimo estranho.

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  7. Julião de Gondomar05/07/10, 17:42

    Porque neste momento são as que precisam de resolução imediata, no seguimento do meu comentário. Todavia se vir o trabalho desse deputado no parlamento constatará uma ligação forte entre o tribuno e as causas da região que o elegeu. Acredite que construindo uma casa em areias movediças em breve a verá desaparecer. Saudações nortenhas que me vou em mais uma viagem.

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