22 dezembro, 2010

Pobres é o que está a dar

De repente (a caça ao voto abriu este ano em época natalícia), os políticos descobriram os pobres. Assim, nos últimos dias, Cavaco organizou nada menos que duas expedições aos pobres levando consigo um batalhão de jornalistas e câmaras de TV que o mostraram ao Mundo destemidamente no meio deles a dizer frases sobre a pobreza.

Sócrates é que não gostou pois, afinal de contas, os pobres, ou boa parte deles, são seus e dos seus governos.

De facto, ainda há dias o jovem "boy" encarregado, na Secretaria de Estado da Segurança Social, das exéquias do falecido "Estado Social" se gabava de ter conseguido, em poucos meses, tirar o Subsídio Social de Desemprego a 10 291 desempregados e o Rendimento Social de Inserção a mais 8 321.

E ontem o Ministério das Finanças anunciava festivamente, conta o DN, "uma luz ao fundo do túnel", com "os cortes nos apoios sociais aos desempregados e crianças (...) a ser decisivos para a contenção nos gastos e, logo, para o alívio no défice".

Anda o Governo a fazer pobres para Cavaco vir aproveitar-se desse esforço!

Também os candidatos Francisco Lopes e Fernando Nobre se engalfinharam um destes dias na TV cada um reivindicando para si a glória de conhecer mais pobres (e pobres mais pobres) do que o outro.

Não há dúvida de que os pobres é que estão a dar. Não só para o Governo poder ajudar bancos e grandes empresas mas também para os políticos exibirem na lapela.

[de Manuel António Pina, in JN]

2 comentários:

  1. A classe média desapareceu, agora há pobres, os menos pobres e os ricos.
    Há também uma nova classe de ricos: os ricos, que são ricos porque foram para a política e gamaram, e há os outros ricos, porque já eram.

    Os pobres hoje servem para estes parólos reguilas dos políticos, servirem-se deles para os votos... e alguns pobrezinhos aproveitam as situação para moinar!- e nós os menos pobres é que nos tramamos para não dizer outra coisa... porque estamos na quadra Natalícia.

    Julgamento "Já" para esta canalha política que levaram o país à ruína.

    O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO

    ResponderEliminar
  2. É caso para se dizer, o meu pobre, é mais pobre que o teu. Tão pobres de espírito, que eles são!

    Um abraço

    ResponderEliminar

Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...