Quem me lê com regularidade sabe muito bem que não tenho dos jornalistas a melhor das opiniões. Não são todos iguais - dir-me-ão os mais susceptíveis -, e eu contraponho: sim, sim, são quase todos, mas desgraçadamente mais os todos, do que os quase... Nada me move contra a profissão em si, que é nobre e fantástica se desempenhada com respeito pela verdade e pelos cidadãos, que são a fonte do seu sustento. O que me impressiona pela negativa nas pessoas em geral e nos jornalistas em particular, é o oportunismo e a cobardia.
Felizmente, não é esse o caso de Rogério Gomes, director interino do semanário Grande Porto. Venho acompanhando o seu trabalho desde o jornal O Jogo, passando pelo Comércio do Porto e agora com mais regularidade no Grande Porto, e reconheço-lhe uma grande coerência assim como uma incansável combatividade na defesa do Porto e do Norte, não vacilando nem se inibindo perante os lobbys ou os corporativismos da classe.
Citarei apenas alguns trechos do sua crónica editorial de hoje para perceberem porque penso assim. Diz o seguinte:
"No início desta semana, o presidente da CCDR-N, Carlos Lage, promoveu uma reunião de reflexão sobre a Regionalização entre os mais altos quadros da instituição e responsáveis editoriais de jornais com sede ou delegações no Porto. Compareceram directores ou representantes dos órgãos de comunicação Grande Porto, Jornal "i", JN, Público, Lusa, DN e ainda alguns jornalistas a título pessoal.
Nenhum dos presentes se pronunciou contra a reforma e todos os presentes estiveram de acordo sobre a sua necessidade e urgência, em especial para que a Região Norte possa cumprir o seu potencial no contributo para o desenvolvimento do País. Também todos apontaram alguns obstáculos à sua concretização nesta legislatura, desde a crise até à má vontade que os directórios partidários mostram para com a Regionalização, especialmente fora das campanhas eleitorais. A CCDR-N---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------tarefa.
Na sequência do encontro, a questão que se põe é a seguinte: tendo estado presentes os responsáveis editoriais dos jornais mais influentes da Região e tendo todos eles manifestado a sua "militância" regionalista, porque é que isto não se reproduz nas páginas dos órgãos que dirigem?
Rogério Gomes prossegue depois referindo casos concretos como o do Porto de Leixões/Rui Moreira, a Regionalização na Grécia sem referendo, e interroga-se por que é que de todos os media só a Lusa lhes deu relevo. E concluiu desta maneira:
"Uma vez mais o silêncio imperou em toda a Comunicação Social portuguesa. Percebe-se que os anti-regionalistas escondam o facto. Mas é muito estranho que os seus adeptos, os que por exemplo na reunião com a CCDR-N se declararam seus defensores, o permitam e não levantem o exemplo como bandeira."
"Uma vez mais o silêncio imperou em toda a Comunicação Social portuguesa. Percebe-se que os anti-regionalistas escondam o facto. Mas é muito estranho que os seus adeptos, os que por exemplo na reunião com a CCDR-N se declararam seus defensores, o permitam e não levantem o exemplo como bandeira."
Por incrível que pareça, é a primeira vez que vejo um jornalista a colocar o dedo na ferida, sem receio de ferir susceptibilidades corporativistas e de sofrer retaliações. Só por isso, dou-lhe nota 20 e sugiro aos leitores do Renovar o Porto que lhe remetam um e-mail para rogerio.gomes@grandeportoonline.com com um abraço de solidariedade.
Por fim, darei a minha resposta às dúvidas de Rogério Gomes que só pode ser esta:
medo do patrão, egocentrismo e muita hipocrisia.
Como já à tempos afirmei, eu sou um assíduo leitor do Grande Porto.
ResponderEliminarLeio atentamente o Rogério Gomes, e outros que fazem lá as suas crónicas: como Manuel Queiroz, Alfredo Barbosa e tantos outros.
Cheguei ouvir várias vezes o Rogério Gomes no Porto Canal e sempre me pareceu um bom profissional.
É com gente como esta a fazer este tipo de jornalismo, que o Porto e o Norte precisa; e não jornalistas de Pasquim, gentinha rastejante.
O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO
Pois é!
ResponderEliminarEle há por aí muito marau a comer na gamela centralista que vai dizendo que regionalização? Pois sim,está bem, mas só quando tiver a certeza que a regionalização não lhe toca na gamela ou que lhe vai reforçar a ração que nela costuma encontrar é que se compromete a sério com o tema.
Afinal, o poder (e os tachos) estão na capital do império (ou na Corte como diz o Prof. Sobrinho Simões)
e não é só Rogério Gomes a citar estas "incoerências".
ResponderEliminarPara me cingir ao mesmo jornal, e só nesta edição, cito Pedro Madeira Froufe, que a propósito das eleições regionais gregas, diz que a indiferença dos jornais será intencional.
Também Manuel Queiróz cita um seu jornalista, que diz que o problema das SCUT's é um problema localizado...
de maneira que esta mistura explosiva (ignorância e cobardia), só podia gerar sub-produtos.
Victor,
ResponderEliminaré verdade, o Grande Porto é grosso modo um jornal assumidamente regionalista, mas eu referi-me ao Rogério Gomes porque é jornalista e Director... O Manel Queiroz também vai começando a dizer umas coisas no... Grande Porto, mas no "i" onde é Director, a conversa já não é a mesma.
um abraço
Eu gosto muito do Rogério e até para verem que nestas questões não há futebois, ele é do Benfica.
ResponderEliminarUm abraço
Quando o clubismo não interfere na racionalidade e no sentido de justiça das pessoas, outras causas mais importantes podem uní-las.
ResponderEliminarRui Valente.
ResponderEliminarMas ser Regionalista, Portista, Portuense, Nortenho é outra força Carago...
O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO:
Porto é grande, viva o Porto,
ResponderEliminarTeoricamente até podia concordar consigo, mas se comparar o acompanhamento dos portuenses ao FCPorto com o que é dedicado às causas públicas, é uma decepção.
Ora nem mais !
ResponderEliminarContra-blog imperdivél:
alfaiatelisboetamustdie.blogspot.com
Enjoy !
Chama-se Fascismo e Colonialismo. A origem, Lisboa.
ResponderEliminarInfelizmente cada vez mais me convenço que só o sangue a correr debaixo das pontes fará terminar este tratamento dado pelo centralismo lisboeta. Um dia, quando menos se esperar, alguém pagará as favas. Uma morte, um atentado, contra estes fulanos, sabujos ao serviço da capital. E que Deus lhe perdoe...
KOSTA,
ResponderEliminarse você usar muitas vezes essas expressões "radicais" vai ver que aparecerá logo por aí um "bom samaritano" a puxar dos galões do pacifismo e a indignar-se com a "viloência" das suas palavras.
Para eles os assassinos que matam lentamente, destroçando a vida de milhões de pessoas, não são assassinos, são VIP's.
Mas aqueles biltres não merecem outra coisa?
ResponderEliminarSomos constantemente gozados: pelos de "lá" e pelos de "cá, lá".
Um dia, a manter-se esta podridão, a coisa pode rebentar.
Sinceramente desde a escola primária, aprendi a amar este país, mas que diabo, afinal a que país pertenço eu, quando uns quantos nos esvaziam os bolsos e tiram a comida da mesa para encher o bandulho de uns quantos fascistas centralistas lisboetas ou aglutinados à corte bafienta e corrupta.
Sinceramente estou farto de paninhos quentes...
"Eles", os salafrários, são inimigos da minha Nação. Cada vez me sinto mais Portucalense e menos Lusitano. Para a defender, temos que deitar mão a todas as armas...
Enfim...
Um abraço!