17 maio, 2011

Justiça

Um bom número de entusiastas cá do burgo, que defendem freneticamente o paradigma da democracia norte-americana, deve ter ficado com algumas dúvidas a pairar no cérebro, depois de assistir à operação relâmpago da polícia nova-iorquina  para capturar, já dentro do avião, o Presidente do FMI,  que se preparava para  regressar a casa, após ter cometido uma das suas habituais tropelias sexuais sobre uma empregada de hotel.

Com mais dúvidas terão ficado depois de o tribunal  recusar o pagamento de 1 milhão de dólares de fiança para manter em liberdade tão "ilustre" suspeito. Sim, porque em Portugal, há ainda muita gente que só vê vantagens no regime democrático americano, mas que continua renitente em copiá-lo no que à Justiça diz respeito. Por cá, só vai parar rapidamente à cadeia, o pé rapado, os Brunos Pidás. Quando os suspeitos são gente endinheirada, ou figuras públicas, a Justiça raramente é célere e implacável. O habitual, nestes casos, é permitir que os processos se arrastem de recurso em recurso, até prescreverem. 

Casa Pia, Lima Duarte, Dias Loureiro, Face Oculta, BPN, Freeport, etc., etc., estão aí para lavar e durar, mas já sabemos de ante-mão qual vai ser o desfecho. Portugal é uma coisa assim, complicada, contraditória, distorcida. Desqualificada. O povo tem o que merece.

3 comentários:

  1. Zé da Póvoa17/05/11, 19:55

    Goste-se ou não, a verdade é que nos States a justiça funciona assim. Seja uma velhinha que rouba um iogurte no Pingo Doce, ou aquele senhor que vive no seu resort em Cabo Verde e que há dias estava em Miami com o Miguel Relvas do PSD e que roubou muitos milhões do BPN ( quer dizer dos contribuintes), todos têm o mesmo tratamento. Não há status especial para ninguém.

    ResponderEliminar
  2. Zé da Póvoa,

    era aí que eu queria chegar. Ainda agora, na SIC o nosso amigo Miguel Sousa Tavares mostrou-se muito indignado pelo facto de a polícia ter algemado o Strauss porque, segundo ele, não oferecia [quanta certeza!] perigo de fuga e não ter cometido nenhum crime maior... Tanta hipocrisia!

    ResponderEliminar
  3. Para já nem sei se ele numa situação destas era preso em Portugal!? mas, o que se passou na América, se passasse em Portugal aquele milhão de Euros para fiança da sua libertação, dava cá um jeito! ou se dava, não faltavam bolsos para os agasalhar. E depois quem sabe se não vinham mais uns milhoezinhos para cá do FMI.

    Strauss, dedica-te à pesca mas com outro tipo de cana, porque o peixe que tu gostas (e todos nós gostamos) é caro e delicado.

    A nossa gente que anda por aí a viver à grande e à francesa do dinheiro gamado, bom esses são os filhos da nação, para não dezer outra coisa. Aqui a justiça é como a Preguiça anda tão de vagarinho que acaba por ser sempre comida.

    PORTO, CAMPEÃO LIGA EUROPA.

    O PORTO È GRANDE$ VIVA O PORTO.

    ResponderEliminar

Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...