Isto, alguma vez foi serviço público? |
Podia falar-vos do coração partido de Rui Rio pelo tratamento discriminatório ao Norte, agora com os passes sociais, ou da audição que os deputados tencionam fazer ao antigo director do SIED [Serviço de Informações Estratégicas e Defesa], mas como já todos sabemos no que isto vai dar, poupo-vos a mais uma mesmíce e passo. Porque é na informação, na sua qualidade e seriedade, que assenta a raiz de grande parte dos nossos problemas, prefiro abordar esta temática.
Há quem esteja preocupado com a anunciada privatização de um dos canais da RTP, e estoicamente se esforce por justificá-la, com a inexorável "perda" do esmerado serviço público que nos tem sido prestado, se tal vier a acontecer. Pois eu, não estou nada preocupado. Bem pelo contrário. Até acho que a RTP devia ser toda privatizada. Talvez até seja essa a melhor forma de acabar com muitos anos de proxenetismo* e sectarismo jornalístico, contra o próprio público. Porque, se há coisa que me indigna e faz trepar pelas paredes, é o trabalho sujo e sectário que anda a ser desenvolvido há demasiado tempo, por directores e jornalistas da RTP contra os interesses do Norte [e do próprio país], a todos os níveis. Não serei eu, pois, quem se comoverá, se muita desta gente desqualificada ficar sem emprego. Terão apenas um pouco daquilo que merecem!
É preciso descaramento para invocar o serviço público como argumento, quando ninguém ajuizado é capaz de vislumbrar diferenças profundas entre o que faz a RTP e o que faz a SIC ou a TVI. Tem dias que até os noticiários são exactamente iguais na forma e no tempo, e quanto à programação, são cópias uns dos outros. Não será pois o canal 1 da RTP que poderá vangloriar-se de prestar serviço público. Se algum canal da RTP tem de continuar a servir o Estado, então o Governo só poderá eleger o canal 2, nenhum outro. E, se quiser economizar como anda a apregoar, que acabe imediatamente com programas como o Trio de Ataque e com a colaboração sectária de determinadas figuras que só têm contribuído para denegrir a imagem do próprio Estado.
No que respeita às estações privadas, estamos conversados. O estatuto de privado, em vez de refinar a qualidade, serve-lhes de pára-quedas à irresponsabilidade, por isso, nada de dignificante daí poderemos expectar. Em contra-ponto, é uma oportunidade de oiro para o Porto Canal marcar a diferença, que, obviamente, só pode ser para melhor. Que a saibam agarrar, de uma vez por todas!
Pode fazer a diferença |
* O Estado vai pagar em 2012 à RTP [do Estado] 225 milhões de euros de dívida. Se isto não é proxenetismo, o que é?
Em parte concordo, mas quando olho para a TVI e SIC... O problema de RTP é o problema do país: centralismo.
ResponderEliminarAbraço e até amanhã
Caro David,
ResponderEliminardeixe correr mais algum tempo até ter a certeza da compatibilidade "ideológica" entre os nossos blogues.
Okey?
Depois, logo veremos.
De qualquer modo, obrigado pelas suas palavras.
Um abraço