29 fevereiro, 2012

A responsabilidade do Estado, é isto?

É chegado o tempo de nos habituarmos a ligar ao nome "Estado" [conjunto de instituições que têm o dever de controlar e administrar  o país], aos Governos e às pessoas que, durante determinados períodos o representaram, sob pena de contribuirmos para a sua desresponsabilização, que é o que tem vindo a acontecer. Nada nos diz, que se  tivéssemos sido mais conscientes da relação directa entre o Estado, e os governantes  nas respectivas épocas, os políticos se sentissem, tão à vontade como agora, a endossar aos contribuintes o pagamento das crises que eles não souberam ou quiseram evitar [quem não sabe, não quer, ou não pode, demite-se]. O que  está agora a acontecer em Portugal e em vários países da UE, obrigando  povos de países como a Grécia e Portugal a sacrifícios insuportáveis, é uma decisão ditatorial que só revela a falta de consciência cívica e política [mais a nossa que a dos gregos], desses mesmos povos.  

Os representantes do Estado, portanto, os governantes, só deviam ter direito ao exercício da autoridade e exigir o cumprimento dos deveres aos cidadãos, desde que se constituíssem  como exemplo. A autoridade do Estado perde-se sempre que o Governo que o deve gerir e controlar perde a legitimidade moral para exigir a terceiros o cumprimento de obrigações [pagamento de impostos e outras dívidas], e quando não cuida de cumprir com as próprias. Inacreditavelmente, com centenas de comentadores políticos no país a dissertar pareceres sobre "a crise", ainda não vi um que fosse categórico na reclamação das responsabilidades a quem de direito, ou seja, a quem nos (des)governou.

Se aqueles que representam o Estado [são pessoas, e creio que todas baptizadas], fossem responsabilizados pessoalmente pelas más contas e dívidas que deixam para o Governo seguinte,  talvez isto não acontecesse:

  • Estradas de Portugal (EP), acumulou em 2010 uma dívida de 3,446 mil milhões de euros. Mais 117,3% que em 2009!
  • Caminhos de Ferro Portugueses (CP), deve em 2010, 3,445 mil milhões de euros. Menos 0,6% de 2009. 
  • REFER (Rede Ferroviária Nacional), tem uma dívida de 2,6 mil milhões de euros. Mais 43% que 2009.
  • TAP (Transportes Aéreos Nacionais), acumulou 2,3 mil milhões de euros de dívida. Mais 13,6% do que em 2009.
  • Câmara de Lisboa, devia em 2010 mil milhões de euros. Menos 6,1% que em 2009, mas 13,2% do total das dívidas municipais.
                                                                                                                                            [dados do JN]

Esta realidade, deita completamente por terra a teoria dos idiotas que defendem melhores condições salariais para os políticos governarem melhor e ficarem menos permeáveis à corrupção, como se o exemplo que acabámos de ver não provasse exactamente o contrário. Esta lista de caloteiros estatais [há muitas outras], para além de provar que os ordenados pornográficos dos gestores públicos são excessivos, e um roubo claro aos contribuintes, provam também que os governantes não são responsabilizados pelas dívidas que deixaram acumular, tanto criminal como pecuniariamente. Nestes casos, a culpa morre solteira, e ninguém parece interessado em saber que destino o dinheiro destes desfalques levou ...

Ainda querem ser respeitados senhores políticos? Vão-se catar [para não dizer outra coisa]!

1 comentário:

  1. Esta cambada que nos governa não têm nenhum sentido de Estado.
    São uns caloteiros, devem dinheiro a toda a gente, roubam os reformados os trabalhadores, roubam mais para alem que a Troika exige, são uns paus mandados da Alemanha e da França.
    Depois ouço esses políticos comentadores caso do meia/léca MMendes, também diz que somos uns chorões! quando ele com a reforma que tem, e que nada fez na vida, e que ainda anda comer por fora como comentarista político; como diz o povo: "Pimenta no rabo dos outros é fresca" pobre criatura.
    O que está acontecer, é que nós estamos a ficar tão fartos desta gente que os ministros já começam a ter dificuldade de saírem à rua sem serem enxovalhados, enquanto for assim não é mau, mas quando o povo passar aos actos, bom...

    Quanto ao FCP para jogo de logo... sinceramente não estou muito otimista, mas, uma vitoria do FCP fazia-me passar fim de semana muito feliz.

    O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO.

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