26 setembro, 2012

Adoro o Porto!


Há muito tempo que não ouvia tanta gente a dizer-me que adora o Porto, como nestes últimos dias do mês de setembro. Para quem já descobriu que o Porto é adorável há mais de cinquenta anos, saber que existem hoje tantos adoradores da cidade e da Região no resto de Portugal e no resto do Mundo não é uma enorme surpresa, mas é uma excelente notícia.


Logo agora que tanto andamos a precisar delas porque, ou eu me engano muito, ou o que vem aí em vez da queda da TSU caída em desgraça, são outra vez notícias muito más para os bolsos e as bolsas dos contribuintes portugueses.

Começando a ronda das boas notícias pelo nosso querido Portugal, há que dizer "ab initio" que as notícias são boas para o Porto, mas emanam de maldades sentidas noutros pontos do território, "maxime" Lisboa. De uma forma indireta já tinha dado por ela em outras conversas com outra gente, mas o diretor-geral do Porto Canal, o meu amigo e portuense indefetível Júlio Magalhães, confirmou-me um destes dias que nunca teve tanta gente a pedir-lhe emprego ou, pelo menos, trabalho.

Isto dito assim não parece nada de extraordinário na conjuntura atual, mas tenho de explicar aos leitores que aquilo de que o Júlio fala é de colegas seus da Comunicação Social de Lisboa que querem vir trabalhar para o Porto. Assim consigam arranjar uma porta aberta.

Tratando-se de gente que foi dispensada ou despedida recentemente da Imprensa, das televisões ou das revistas, já surpreende alguma coisa este súbito desejo de rumar ao Porto, mas ainda não pode ser considerado extraordinário, extraordinário.

O que realmente é mesmo extraordinário é que esta paixão de querer ver o Porto quando se vem de Gaia e se atravessa o rio (podendo fazê-lo facilmente todos os dias) é hoje partilhada por um vasto número de pessoas que estão ainda ao serviço de vários órgãos de Comunicação Social da capital. O que até há pouco tempo era considerado quase como um paraíso na terra e o que mais havia era jornalistas do Norte a quererem emigrar para Lisboa.

Dir-me-ão os mais céticos ou mais pessimistas que se trata de gente que prevê a borrasca e quer antecipar-se a um eventual despedimento. Até posso admitir alguma verdade nisto, mas por um lado não vejo por que razão a "borrasca" nesses meios se ficaria apenas por Lisboa, e por outro, aquilo que o meu amigo me contou tem outra substância. Muitas das pessoas com quem ele tem falado estão fartas do tipo de vida que levam na capital, tanto em termos profissionais como em termos pessoais e sociais. Falam de querer viver num meio mais convivial e mais autêntico, dizem maravilhas da noite do Porto, da sua gastronomia e, acima de tudo, das suas pessoas. Da sua maneira de ser e estar.

Deixemos de ser hipócritas ou distraídos! Para quem se alimenta ou vive dos corredores do Poder, Lisboa continua a ser insubstituível. Pelo menos até ao dia em que nos decidirmos a seguir os caminhos mais recentes da Catalunha. Para quem desenvolve a sua vida fora deste círculo privilegiado tem muito mais qualidade de vida na região do Porto do que na capital e concelhos limítrofes. Sobretudo agora que as diferenças climáticas já não são tão significativas como eram.

Mas chamo a vossa particular atenção para quem tem dito que adora o Porto e não vive cá. Ou nunca cá tinha vindo. Estes relatos tenho-os eu em primeira mão, ao vivo. Começou ontem e estende-se até quinta-feira uma Convenção Mundial Têxtil (do IAF, International Apparel Federation) que reúne quase duzentos líderes e agentes do setor, vindos de 4 continentes.

Gente importante e com bom gosto tradicional que veio da Austrália, Japão, Paquistão, Canadá, Estados Unidos, México, Colômbia, China, Rússia e também de outros países europeus para um encontro mundial que nunca se tinha feito em Portugal e que há cinco anos que não era feito na Europa. O Porto foi a cidade sugerida pela ATP, mas foi escrutinada ao longo de várias visitas dos responsáveis internacionais pela organização destas Convenções. Por muitas e boas razões foi a cidade escolhida e de toda a gente temos ouvido louvores à escolha. Não se cansando de afirmar que estão a adorar o Porto.

Simultaneamente abre hoje no edifício da Alfândega a edição 40 do Modtissimo, que também vai bater o recorde de compradores estrangeiros já confirmados, num trabalho que é preciso agradecer ao AICEP e às suas delegações no estrangeiro, aos expositores do salão, mas também à cidade e região do Porto, que é cada vez mais adorável para combinar negócios com outros prazeres.

Ter tido a felicidade de poder ter adorado o Porto mesmo sem ter de o vir conhecer é uma graça que já ninguém será capaz de me roubar.

2 comentários:

  1. É pá, hummm... só agora é que começaram a descobrir o Porto? Nós já somos assim há muito. Cuidado!

    Abraço

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  2. A cidade do Porto apesar te tudo tem uma qualidade de vida melhor. Não é uma selva como Lisboa que tem mais dinheiro mas muitos predadores.
    Quem não se encanta com a cidade do Porto! podia-mos estar melhores, se não tivesse-mos presidentes acomodados sem voz.
    Agora lá em baixo (Lisboa) estão todos os coroneis que mandam neste país, os burlões mores e outros parasitas do resto do país que os acompanham. Querem mandar a sobras que lá já não tenham tacho! não, estamos bem, cá temos muita gente competente, que quer trabalhar.

    O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO

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