06 setembro, 2012

Degradação bateu no fundo

Fernando Gomes: uma "coisa" que se faz pelo outro lado?
O futebol até pode alienar, até pode não ser a coisa mais importante da vida, mas a verdade é que continua a ser o desporto mais popular do mundo e, ao contrário do que se pensa, pode ajudar a desmascarar muita malandrice. Estou mesmo convicto que se houvesse mais atenção ao que se tem  passado no mundo do futebol, talvez hoje não tivéssemos governantes tão básicos. Isto, considerando que as campanhas eleitorais não passam de banha da cobra, e que os mecanismos usados para a escôlha das lideranças partidárias estão longe de corresponder à vontade dos eleitores.

O paradigma que trago hoje à liça, e que anteriormente reproduzi, é simplesmente aviltante! Para quem acompanha estas coisas, não é surpresa, já aconteceu mais vezes. Mas para quem se limita a ouvir a televisão [A RTP é das piores], fica sempre mal informada, porque quando se trata do Benfica a história dos factos é sempre mal contada. 

Na questão em apreço, a FPFutebol cozinhou o caso com uma hipocrisia cirúrgica, maquiavélica e até provocatória, aproveitando a paragem do campeonato de modo a não prejudicar o Benfica, ou seja, contabilizando os 15 dias de "castigo" a Jorge Jesus durante um período em que a sua presença não pode causar qualquer dano ao clube! Em resumo, não houve castigo. E só falta saber se Jorge Jesus também vai pagar os irrisórios 1500 euros de multa! Isto, já para não falar da gravidade das suas declarações em contraste com outras produzidas por treinadores do FCPorto, incomparavelmente menos gravosas,  que foram rapidamente castigados e assim impedidos de acompanhar a sua equipa.

As eleições para a Federação Portuguesa de Futebol decorreram em Dezembro do ano passado, e o eleito para presidente foi, como é sabido, Fernando Gomes, ex-dirigente do FCPorto que, apesar disso, não foi apoiado pelo FCPorto [como é público, Pinto da Costa descartou-se de envolver o FCP neste processo]. Tão pouco tempo passado já se notam sinais preocupantes de arbitrariedade, quer nas nomeações de árbitros, quer nas decisões do Conselho de Arbitragem e de Disciplina, cujo modelo de eleição gerou aliás muita confusão. A questão que se sugere  levantar é a esta:  Pinto da Costa já não confiava em Fernando Gomes para não o apoiar? Se sim, por quê?

O certo, é que ainda mal começou o campeonato, e já se fazem sentir flagrantes critérios de favoritismo ao Benfica que, se entretanto nada fôr feito para bloquear estes procedimentos, pode um dia destes redundar em cenas de violência. E não venham depois esses palhaços, vestidos de cargos para os quais não têm categoria, nem saber, carpir mágoas, porque um dia a ira dos portuenses pode-lhes cair em cima do próprio pêlo. Fechar os olhos ao que se está a passar, é assinar de cruz um atestado de irresponsabilidade que só pode ter uma só interpretação: Portugal está nas mãos de facínoras! E não venham depois dizer que a culpa é do futebol. Não! A culpa é dos governantes, das autoridades públicas, que em vez de se colocarem no seu lugar, de se distanciarem deste tipo de eventos para os poderem regular com isenção, andam a ganhar avenças para falar de futebol.  

Ah, e se algum desses cretinos me estiver a ler, deixo-lhe aqui um recado: nas próximas campanhas eleitorais informe se faz favor por que clube vai torcer e já agora, em que programa desportivo tenciona resolver os problemas do país...

Nota do autor de humor sério:

SE eu fosse primeiro ministro, antes de constituir governo, reunia os putativos candidatos e dizia-lhes:

Meus amigos, podem achar estranho, mas eu tenciono mesmo governar o país. Por isso, aqueles que nomearei para comigo formarem governo terão de aceitar as condições que propuser. Em primeiro lugar, terão de dedicar 90% do vosso tempo ao país, e o resto, à família.  Ora o país, como sabeis, não é mais do que o povo, o que significa que se o nosso trabalho não privilegiar a qualidade de vida desse povo, o nosso objectivo terá falhado. E eu não quero que falhe. 

Posto isto, faço-vos este ultimato:  
  • Ou optam pela política, ou saem dela. Não quero acumulações com cargos privados, sejam de que natureza forem. Quem não concordar, levanta a mão e sai. Já!
  • A vossa participação em debates políticos e programas desportivos está-vos totalmente vedada. Regularmente programarei um espaço nos media de informação  e esclarecimento públicos sobre o andamentos dos trabalhos. O laxismo, e a falta de rigor com as metas traçadas serão motivos para vos exonerar do cargo.  Quem não concordar, levanta a mão e sai. Já!
Muito provavelmente, a sala ficaria vazia, mas eu seguia a minha vida de consciência tranquila e sem problemas na dorsal...

 

3 comentários:

  1. Rui, mas você é um homem sério...

    Um abraço

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  2. O presidente da FPF, é mais um,igual a tantos que andam no futebol e na politica,estes gajos só para apanharem os tachos são capazes de tudo até de matar a mãe se fôr preciso,não viu ontem na televisão o gajo quase a beijar o chão quando foi cumprimentar o relvas,homem que se preze tem que estar na vertical,já estamos habituados e vacinados contra estes traidores que quando vão para lisboa,perdem a espinha.
    Abraço
    manuel moutinho

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  3. Verdade é esta, enquanto houver um clube corrupto da capital do Império, de 6 milhões com um padrinho a chefiar e outros que nós já conhecemos e que por lá já passaram e todos com cognomes de má fama, estamos falados. O resto da escumalha que chefiam as instituições de futebol não passam de uns paus mandados sem coluna.
    É o pais que temos, sem gente vertical e de valores.
    Os Pasquins desportivos e outros jornalécos anti FCP já se esqueceram em tão pouco tempo, da vigarice do castigo que deram ao bronco treinador.

    "A BEM DO DESPORTO EM PORTUGAL"

    O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...