A informação, a que a Lusa teve acesso, faz parte de uma proposta da agenda da sessão camarária na qual se define para o teatro Rivoli um projecto de “artes performativas de origem local, nacional e internacional”, integrando “projectos multidisciplinares” em áreas como o cinema, a literatura, o pensamento e a ciência.
O documento não tem valor deliberativo, pretendendo-se apenas que o executivo “conheça as opções subjacentes” ao concurso público para a aquisição de serviços que, na reunião de 18 de Fevereiro, mereceu a contestação e os votos contra da oposição e da vereadora Carla Miranda, do PS, partido que fez uma coligação pós-eleitoral com os independentes de Rui Moreira, presidente da autarquia.
De acordo com a proposta, a estratégia para o Teatro do Campo Alegre, ocupado até Outubro pela companhia Seiva Trupe, “consiste no desenvolvimento de um projecto de ocupação temporária a nível de produção, ensaio, apresentação e pós-produção”.
A Câmara pretende ainda que este espaço fique “vocacionado, ainda que não de forma exclusiva, para o apoio a projectos performativos da cidade e para residências artísticas de projectos nacionais e internacionais”.
Tudo isto integra um mais amplo “projecto para o Teatro Municipal”, cujo objectivo é estabelecer “uma comunicação programática entre os 2 pólos e o desenvolvimento de projectos educativos e de formação de novos públicos”.
Na proposta, “a aquisição de serviços de direcção de programação” é justificada com o objectivo de “detectar necessidades organizacionais e técnicas do teatro [Rivoli], assim como desenvolver o projecto do Teatro Municipal, em coordenação com o Pelouro e com os restantes serviços municipais”.
O documento alerta que, tendo em conta “o valor estimado do contrato”, a competência “para autorizar a aquisição dos serviços é do presidente da Câmara”.
Contudo, “pretende-se que o executivo municipal conheça as opções subjacentes ao procedimento de aquisição de serviços de direcção de programação do Teatro Municipal”, pelo que a proposta assinada pelo presidente da Câmara, Rui Moreira, submete “ao conhecimento dos demais membros do executivo as peças procedimentais do concurso limitado por prévia qualificação”.
“O valor estimado do contracto a celebrar para o Teatro Municipal da cidade do Porto – Rivoli e Campo Alegre é de 100,8 mil (IVA excluído), para um período máximo de 3 anos”, acrescenta o documento.
Na reunião camarária de 18 de Fevereiro, Carla Miranda, vereadora do PS, votou pela primeira vez contra uma proposta da maioria, denunciando que “o acordo de coligação não está a ser cumprido”.
Durante a sessão, a Câmara do Porto aprovou, com os votos contra do PSD, da CDU e da vereadora socialista, remunerar o futuro programador do teatro Rivoli com 100 mil euros, durante 3 anos, no âmbito de um concurso público que o vereador da Cultura anunciou pretender lançar a 3 de Março.
Num processo muito contestado, a gestão do teatro Rivoli esteve, entre 2006 e final de 2010, ao abrigo de diversos contractos de acolhimento, entregue a uma empresa do encenador Filipe La Feria.
Instalada no teatro do Campo Alegre desde 2000, a companhia de teatro Seiva Trupe foi despejada pela Câmara do Porto daquele espaço na madrugada de 17 de Outubro, com base no incumprimento do pagamento de uma dívida relacionada com contracto de cedência das instalações.
(Fonte: Porto24)
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