03 fevereiro, 2015

Assassinos da Democracia



Não sei se é por nunca terem chegado ao poder, ou se por uma questão de ética política, o certo é que não me lembro de ver alguém ligado a partidos à esquerda do PS [PCP, BE,PEV], que tenha participado em programas de televisão para falar de arbitragens, como fazem a SIC, a TVI e a falsa pública RTP. Se a razão dessa postura é deliberadamente ética, só posso aplaudir.  Se isso bastasse para me convencerem a dar-lhes o meu aval para governar, podem ter a certeza que o faria. Não tenho é culpa que esses partidos não façam mais para persuadirem o eleitorado das suas competências governativas. Ficar no conforto da oposição não é suficiente para chegar ao poder, é preciso persuadir, insistir, apresentando propostas credíveis e uma forte ambição de se constituirem como alternativa ao déjà vu governativo.

Paradoxalmente, ou talvez não,  são os políticos do PSD (Rui Gomes da Silva, Fernando Seara e Guilherme Aguiar, Bagão Félix) que mais se destacam nessa antagónica e desprestigiante actividade de comentador de futebol. Antagónica, porque um político honrado (onde estarão eles?) deve inspirar confiança a todos os cidadãos, de todas as religiões, de todos os clubes e condições sociais. Desprestigiante, porque sob a capa de adepto comum, "igual" a tantos outros, pronto a defender o seu clube, certos políticos deixam transparecer a sua verdadeira índole, de crápulas e fanáticos, dando um péssimo exemplo aos governados. Uns mais contidos que outros, a verdade é que nunca seria capaz de votar para um cargo de responsabilidade pública, por mais modesto que fosse, em nenhum desses comentadores, porque demonstram o que há de mais odioso num ser humano: o fanatismo e o ódio. Rui Gomes da Silva, não está só nessa moldura, mas é talvez o paradigma máximo do que há de pior, quer como político, quer como ser humano. Como se não lhes bastasse liderarem o tabela dos comentadores políticos, invadiram o terreno reservado ao futebol, minando o resto de fair play que ainda restava, influindo normas editoriais de comunicação, na rádio e televisão, e nos próprios jornais desportivos. 

Não sei se haverá outro país onde o descaramento dos políticos tenham ido tão longe como em Portugal, onde se atrevem a desafiar e contestar as preferênciass clubistas dos eleitores, passando anos a mostrarem um profundo desprezo por tudo o que não seja vermelho, dando como garantidos os votos de milhões (seis, dizem eles) num supremo abuso do poder. O que sei, é que programas como os que vemos em Portugal só são possíveis num país centralista e desigual como o nosso. A falta de seriedade e a discriminação são gritantes. 

Esqueçam a Jihad islâmica. Há terrorismo em Portugal? Há! Quem são os terroristas? Todos os que governaram Portugal desgovernando-o, individando-o, ignorando aquilo que todos vêem como se não fosse nada com eles. Se fosse eu a escrever a história homenageava-os numa lápide com estas palavras: aqui jazem os assassinos da democracia portuguesa.    


2 comentários:

  1. A foto diz tudo. É preciso ter uma paciência de Jô para aturar esse vermelho crápula.

    Abílio Costa.

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  2. por acaso o Miguel Guedes é, por norma, apoiante do BE e costuma dar a cara pelo partido..

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...