03 fevereiro, 2016

Gratidão de engraxar, é para oportunistas

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Diácono Remédios
Não havia nechexidade,  diria o diácono Remédios, interpretado pelo inefável Herman José... A inspiradora casual desta engraçada frase foi sua mãe, que lhe telefonou no intervalo de um programa, justificando-a por considerá-lo "um bom artista".  É para outros "bons artistas", mas sem a piada, nem a inteligência do Herman, que pretendo dirigir-me, quando digo não havia nechexidade. De facto, preferia não ter de dar explicações tão básicas.

Comentar com educação e fundamento, mesmo que discordando da opinião de terceiros, fica bem a qualquer pessoa, ainda que essa suposta pessoa a dê a coberto do anonimato. Agora fazê-lo, aproveitando o anonimato para insultar, e impôr, à custa de insinuações torpes e cínicas, as suas ideias, torna tal pessoa em pouco mais que nada, numa espécie de parasita social, invisível e inútil. Eu próprio, frequentemente, não me furto de comentar acintosamente temas e decisões com as quais discordo sobretudo quando lesam a dignidade pública. Desde políticos, e  jornalistas, a agentes desportivos. Mas faço-o, explicando porquê, através dos meus textos, dando a cara e o nome. Também já tenho louvado outras pessoas, embora algumas delas posteriormente me tivessem decepcionado...

Não é segredo para ninguém que detesto párias e gente desonesta, sobretudo quando desempenham cargos de alta responsabilidade. É por isso que às vezes digo que não servia para juíz, de acordo com os preceitos labirinticos da Justiça tradicional. Nunca aplicaria para um mesmo crime, a mesma pena a um criminoso poderoso, que a um criminoso pobre em casos de furto e corrupção. A pena maior ia naturalmente para o mais poderoso, e nem vou perder tempo a explicar porquê, até porque na justiça convencional o rico é sempre beneficiado. Logo: uma justiça arbitrária, que protege os mais fortes, é uma justiça suspeita.

Mas, não foi para falar de justiça que evoquei a frase do Herman. É para explicar a certos anónimos que a crítica, como o louvor, são opções opinativas que variam de pessoa para pessoa consoante os critérios de análise de cada indivíduo. O que devemos evitar dizer, quando não gostámos da opinião de alguém acerca de quem quer que seja, é contra-argumentar dizendo coisas do género: por que não vai você fazer melhor? Além de redutora, esta resposta traduz da parte de quem a dá um baixo sentido de cidadania, e uma total incapacidade para sustentar com argumentos idóneos o seu pensamento.

Dou-vos o caso de Pinto da Costa. Todos os que me visitam regularmente, sabem o que escrevi e denunciei, sobre a pouca vergonha que a comunicação social fez ao presidente portista. Tive o cuidado de escrever, que se houvesse algo de objectivo nas acusações que lhe imputavam, que devia pagar por isso, mas ao mesmo tempo também exigia que as investigações se estendessem a dirigentes de outros clubes, pois aquilo que vinha a público, das "frutas" e dos árbitros, era tão pueril no mundo do futebol, que não podia crer que só Pinto da Costa pudesse ser o único "envolvido". O certo, é que ninguém o condenou, a não ser o grupo vergonhoso de capangas da Comissão de Disciplina da Liga, descarados benfiquistas, e em contraste, hoje vemos dirigentes próximos de Luís Filipe Vieira ligados ao tráfico de estupefacientes e o Benfica a oferecer calmamente vouchers de refeições e camisolas como se fosse a coisa mais transparente do mundo... Mas, para a comunidade portista tudo isto é sabido, por isso passo adiante.

Estas chamadas de atenção do que fiz no passado, associadas ao apreço que sempre tive pela liderança forte e competitiva de Pinto da Costa, fez de mim um fervoroso admirador das suas qualidades. Nunca o escondi, nunca me poupei a elogiá-lo. Fí-lo, porque o merecia. Ponto. Esse mérito podia ser intemporal, e era assim que gostava sempre de o recordar. Mas... Mas, lamentavelmente, Pinto da Costa assim não quis, mudou, mudou muito, e para pior. Essa mudança, está a traduzir-se na pior fase do FCPorto dos últimos 30 anos, e ele pensa que os adeptos, só porque o admiravam antes, lhe permitem tudo, até a pior das coisas: a indiferença patenteada num silêncio nunca visto antes.

Sobre este assunto, já disse o que tinha a dizer,  não preciso de escrever um livro. Mas, foi esta desconsideração, a par de atitudes inimagináveis há uns anos atrás - como abrir as portas na festa dos Dragões de Ouro a gente que ODEIA o FCPorto - que entornou o caldo e me fez colocar um ponto final na consideração que tinha por ele. Não me conhece pessoalmente, e que importa isso? Pessoalmente também não o conheço a ele. Agora, o que quero que entendam, é que ninguém está acima dos meus próprios padrões de valores. Nem Pinto da Costa, nem ninguém. Penso pela minha cabeça e não me importo de estar só nessa "empreitada". Por isso, não me chateiem com lições de portismo, porque não vejo grandes exemplos porque me conduzir, ou mudar.  


5 comentários:

  1. Deacon Blue04/02/16, 05:45

    Bom dia Rui,

    Voce nao esta sozinho, acredite!
    Eu sou um dos que esta consigo.

    Abraco
    DB

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  2. Sempre a considera-lo. Estou consigo quer na defesa da cidade e distrito do Porto, e do F.C. Porto. Quanto ao presidente Pinto da Costa é verdade que me desiludiu, coisa que não tivesse já alertado para esse facto.. veja-se a quem é entregue certos Dragões de Honra, e o portismo dos mesmos.
    Cumprimentos e saudações portistas.

    A. Martins

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  3. A idade e apito Dourado fragilizou o presidente, mas ele neste ultimo caso, também se expôs, só que depois na justiça deu tudo em águas de bacalhau. Se o FCP fosse da capital não se passava nada. Com os lampionistas faz-se tudo, dá-se prendas, batesse a empresários, raptam guarda/redes, mete-se gente nos nas arbitragens e na FPF, da-se acções não cotadas na bolsa ao Estado e não se passa nada. Por exemplo: para além de Vieiras, Vilarinhos, Azevedos, agora os Veigas aquela casa deve de ser ótima formação...

    Abílio Costa.

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  4. Estou de acordo com o que escreveu, por isso pode estar descansado que não está sozinho. Eu também estou consigo
    Abraço
    Manuel da Silva Moutinho

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  5. Caros amigos,

    agradeço a vossa solidariedade, e espero que cada um de nós façamos o possível para lutar contra esta sociedade de fast food intelectual.

    Um abraço

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