Digam o que disserem, os blogues, sendo simples dispositivos de comunicação, vão fazendo o seu papel, conquistando o seu espaço, e tentando influenciar positivamente a opinião pública e as elites locais nas várias áreas da vida da nossa cidade. Por mais que tentem desvalorizar a blogosfera, está provado que actualmente são os blogues os únicos "media" verdadeiramente autónomos com liberdade e coragem para lutar contra o despotismo centralista.
O Renovar o Porto tem procurado, como sabe e pode, dar o seu pequeno contributo para atingir esse objectivo, criticando quando tem de criticar, mas também louvando e dando sugestões. Na área do desporto, não nos cansamos de sugerir, um melhor aproveitamento do Porto Canal para defender o FCPorto da discriminação e das arbitrariedades com que nos têm "mimado". Escrevemos inúmeros posts sobre o assunto, propondo debates, denunciando, expondo imagens, tirando partido das novas tecnologias para desmentir as opiniões manipuladas dos jornais e televisões do regime. Finalmente, parece que fomos ouvidos. Este trabalho teve o mérito de ser partilhado por muitos outros blogues, o que abona da importância do colectivo (tal como no futebol...), só é pena que não nos tenham dado ouvidos mais cedo. Mesmo assim, ainda há muito caminho a percorrer.
Mesmo que nos neguem essa influência, pela minha parte não me apoquento, desde que o Porto Canal, a partir de agora, dedique mais tempo a olhar mais para a cidade do Porto e para o FCPorto e que responda sem rebuço aos atropelos dos juízos que nos fazem, não com a mesma moeda, porque essa é falsa, mas com a moeda da verdade.
Ontem, no programa Universo Porto onde participaram o ex-jornalista da RTP José Cruz, Francisco Marques do Dragões Diário e Bruno Magalhães, moderado por Paulo Miguel Castro, foram abordados temas muito importantes. Discutiram-se as polémicas arbitragens mais recentes com requintada ironia, mas com a seriedade devida. Cronometrou-se o tempo de jogos desperdiçados pelos adversários do FCPorto (no caso, o guarda-redes Marafona do Braga) com o consentimento dos árbitros. Abordou-se a contratação dos ex-árbitros António Rola e Cosme Machado pelos rivais de Lisboa, enfim, uma série de casos que têm afectado frequentemente o nosso clube.
José Cruz afirmou algo que não sendo propriamente uma novidade, é elucidativo do estado de resignação a que os portuenses chegaram. Disse ser muito diícil resistir a esta discriminação devido à comunicação social estar nas mãos de 3 ou 4 grupos económicos. Faltou dizer que grupos são esses. É que, mesmo que não possamos travar esta prepotência pelo poder que detém, denunciá-la é já um bom passo que se dá para os pôr em respeito. Os grupos económicos têm os seus representantes e de certeza que não vivem só das fontes que sustentam, os seus interesses são mais abrangentes. Sabendo-se controlados, é possível que comecem a sentir algum desconforto e a ter mais cuidado.
A pior coisa que se pode fazer é ceder à opressão do dinheiro. Pode estar apenas nas mãos de uns poucos, mas antes de aí chegar, passa pelas mãos de todos nós, e eles sabem-no. De qualquer modo, o Porto Canal deu-nos razão, admita-o, ou não.
Se quiserem serem o Canal diferente continuem a ser mais Norte, mais Porto. Bem haja.
ResponderEliminarAbílio Costa.