Logicamente que todos os cidadãos que amam o Porto vão votar Rui Moreira. Tenho a certeza que os milhões de estrangeiros que nos visitam todos os anos também votariam nele, se pudessem. Eu voto com mais vontade porque nasci e cresci nesta maravilhosa cidade que é um ex-libris incontornável da forma peculiar de ser Português. Do Minho a Timor todos são portugueses, mas os do Porto têm lá o étimo generativo (passe o pleonasmo).
Impõe-se elencar as razões pela minha opção por Rui Moreira, para dar continuidade ao excelente trabalho que tem feito.
1 – Recuperou a cultura para a cidade. Ao convidar Paulo Cunha e Silva para o pelouro da cultura, denunciou a promoção das Artes como desígnio político fundamental.
2 – Visão correta para o desenvolvimento da cidade. Retomou do consulado de Rui Rio a necessidade de manter as contas públicas corretamente saudáveis, mas investiu em projetos estruturantes que, por sê-lo, não podem ser feitos em cima do joelho. As críticas que os seus adversários políticos lhe fazem, principalmente o PCP e PSD, por alguma morosidade na consecução dos projetos, são sound bites marginais dos afastados do poder. A política de fundo não se compadece de pressas. Pressas tiveram, após o 25 de Abril, os comunistas e os esquerdistas dos extremos na ocupação daquilo que era dos outros. Política responsável tem de olhar ao trabalho e ao capital com os mesmos olhos equidistantes no sentido do desenvolvimento máximo da cidade.
3 – Tem um coração azul e branco. Eu voto nele com mais vontade porque ele é Portista, mas se fosse benf….. até me custa dizer a palavra, ou sport….. até me custa dizer a palavra, eu, menos motivado, continuaria convencido da sua competência política e continuaria a votar nele.
4 – Liberal e independente. Uma das suas forças mais pregnantes radica na sua reafirmada independência de tutelas partidárias que lhe tentem coartar a sua liberdade de pensar e agir.
5 – Apesar dos ataques soezes que lhe querem fazem ao carácter tenta anular a crispação nas relações com todas as forças políticas e sociais da cidade.
6 – A elegância e elevação cívica com que assume as diferenças políticas. Urgia, na cidade do Porto, um político que mantivesse a dissensão política ao nível dos argumentos e não dos ataques ínvios pessoais.
7 – A profunda convicção com que promove o desenvolvimento económico e social da cidade. Enquanto a “cigarra” comunista anda a cantar o estafado fado da recuperação das ilhas, Rui Moreira porfia no sentido de repovoar o centro da cidade com aqueles que não tragam os cartéis da droga e delinquência para a alma da urbe. A elites culturais e a classe média têm que ter condições para repovoar a baixa.
8 – Ganhou as últimas eleições contra tudo e contra todos porque os portuenses viram nele um homem sério e de forte carácter. A sua gestão tem comprovado o acerto dessa aposta dos tripeiros. Bateu as máquinas partidárias do PSD e PS mas, no interesse último da cidade, estabeleceu pontes com todos aqueles que aceitassem o seu projeto. O PS aceitou a sua tutela e colaborou profundamente com a sua governação; o PSD, ressabiado como virgem ofendida, remeteu-se a um ostracismo continuamente bloqueador que só não afeta a cidade porque a relação de forças o impede.
9 – A capacidade de ouvir os outros que também foram eleitos pelo povo. Rui Moreira, demonstrando que o interesse da cidade está acima de qualquer outro, corroborou propostas políticas dos seus adversários do PCP e Bloco.
10 – A cereja no cimo do bolo. A sua capacidade de dizer não ao controlo partidário do PS. Temos de reconhecer que Pizarro foi o “general” expedito das tropas do “rei”. Soube secundarizar-se, como obviamente tinha de fazer, para fazerem uma gestão autárquica que porfiasse em objetivos da cidade e não das máquinas partidárias. A nomenklatura bolchevique do Partido Socialista queria centralismos onde a alma é centrífuga. O centro para Rui Moreira são as periferias da cidade e não as cartilhas dogmáticas dos viciados no poder. Ao não ceder à chantagem aparelhística do PS ganhou nova liberdade para escolher os seus que, de certeza, também terão o bem da cidade como foco governativo.
Não conheço pessoalmente Rui Moreira, nem nunca falei com ele. Só sei que é um político com H grande como diria o melhor lateral direito do meu clube. Ao votar nele, voto na minha cidade.
(José Augusto R. Santos)
Porto24
Caro Rui Valente,
ResponderEliminarUma das características que admiro no seu blog é a abertura à opinião de quem o lê, e a dificuldade justa e correcta de se sentir incomodado quando, à "boca de cena", aparecem os anónimos. Daí, o meu contínuo interesse por esta sua página e pelos temas que nos coloca para discussão ou reflexão.
Ao ler "AS DEZ RAZÕES PARA VOTAR EM RUI MOREIRA" de José Augusto R. Santos, ocorreu-me um outro texto, que li no JN subordinado ao título "NÃO SEI EM QUEM VOTAREI,MAS SEI EM QUEM NÃO VOU VOTAR" de José Madureira, o qual poderá ajudar de forma definitiva, por confrontação dos argumentos, à concretização das opções electivas a saber:
"As bactérias produzem enzimas contra os antibióticos,as ratazanas fogem do veneno que cheire a mão humana,os ladrões assaltam-nos cada vez com mais arte. De modo semelhante,os partidos políticos,acobardados pelo receio da perda do poder,desenvolvem os seus mecanismos de defesa e ataque, um dos quais é o recurso a candidatos "independente"s à presidência das câmaras.A "independência" é, por um lado,o sinal de que dentro dos partidos não existe gente prestigiada,e,por outro,o isco para caçarem votos.
Claro que um candidato a presidente da Câmara rotulado de "independente" deixa de o ser logo que aceita o apoio de um partido.Mas também eu aprendi com bactérias,ratazanas e ladrões a defender-me da partidocracia.Por isso,não morderei o isco da tal "independência" e não votarei neles.Não me imagino a votar num candidato que,embora muito honrado e competente,aceita o apoio dos desprestigiados Passos Coelho,Rui Rio,Paulo Rangel,Aguiar Branco.Os meus conceitos de democracia participativa,representativa e equitativa são muito diferentes dos conceitos deles,porque não estou subordinado a interesses partidários.Se me querem caçar o voto pelo método do reflexo condicionado (como o cão de Pavlov),não o conseguirão!Ainda não sei em quem hei-de votar para a presidência da Câmara do Porto,mas sei em quem não hei-de votar,o que já é um passo em frente para uma boa decisão final."
José Madureira
Cumprimentos
Eu voto Rui Moreira por várias razões, uma delas é que os outros candidatos são uns para/quedistas sem curriculum nenhum e o Pizarro como número dois, e só às vezes.
ResponderEliminarAbílio Costa.
Caro Olaio,
ResponderEliminarHá alguns critérios de Rui Moreira que nem sempre me agradam. Um deles, e tive oportunidade de lho dizer por e-mail, foi ter colaborado como comentador num pasquim como o Correio da Manhâ. Tal como não concordo que Miguel Sousa Tavares e Pedro Marques Lopes escrevam para A BOLA, mesmo argumentando como foi o caso de MSTavares que é o jornal desportivo mais lido em Portugal. Eu respondi-lhe que esse argumento valia tanto (e sempre valerá) como 1 milhão de pessoas a asneirar (ponha-se os olhos nos admiradores de Trump) não significar forçosamente um certificado de inteligência.
Mas, de Rui Moreira não me esqueço da frontalidade com que reduziu o José Pedro Vasconcelos à insignificância e a dignidade como soube sair de um programa fétido. O Miguel Guedes pode argumentar muito bem no Trio de Ataque mas não deixa de colaborar com o mesmo lixo.
Por outro lado, e já que estamos a falar de autarcas, admirei o trabalho fantástico levado a cabo pelo falecido Paulo Cunha e Silva escolhido por R. Moreira que hoje puxou para si o pelouro.
Depois, há outra coisa. Sendo um facto que ninguém é independente, nem ninguém o é absolutamente, os políticos saídos dos aparelhos ainda são menos. Se eu quisesse enumerava-lhe já uma centena de factos que nos provam isso, mas sei que o amigo sabe aonde eu quero chegar.
Por isso, e também por não ver ninguém mais independente que ele (todos precisam de apoios, se não é do partido é dos partidos), se tivesse de votar era nele que votava. Gosto do Pizarro, mas lá está, não pode dizer não ao partido e às políticas centralistas que continua a praticar...
Um abraço