03 novembro, 2017

Chamemos os bois pelos nomes, há sempre um homem por detrás de uma instituição!


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Casos há, como o conhecido escândalo dos e-mails, que mesmo sabendo que arriscamos ver a nossa vida completamente devassada, é um mau serviço que prestamos à sociedade fazer de conta que não sabemos quem são as pessoas com maiores responsabilidades pelo clima de impunidade de que o Benfica vem beneficiando.

Sem procurar tirar dividendos egocêntricos, ou de outro tipo, não me caem os parentes na lama se disser que (e acredito que os leitores o reconheçam) não estou com rodeios quando tenho de criticar quem quer que seja. Chamo, como diz o povo, os bois pelo nome, e é assim que tem de ser, desde que tenhamos consciência do que estamos a dizer. É o que tento fazer.

Como qualquer portista declarado, sigo piamente os programas do Porto Canal, Universo Porto da Bancada para actualizar a informação sobre o caso da "Cartilha Encarnada" (o título é meu), mais conhecido pela troca de e-mails clandestinos entre o Benfica e vários agentes do futebol. Por esta altura, acompanho-os de forma um pouco diferente, e explico porquê. Se nos programas iniciais tinha sempre curiosidade de os ver, para saber até que ponto eram graves, agora, que a PJ e o Ministério Público tomaram conta do assunto, e que já não saem a público tantas novidades, parece-me algo tímida a posição do FCPorto face a esta grande vigarice.

Em primeiro lugar, considero mais um acto de submissão inaceitável que Pinto da Costa, e respectiva SAD, tenham convidado o presidente da FPF para a tribuna de honra do Dragão, e fossem sentar-se ao lado dele. Por mais voltas que dê à cabeça, não compreendo tal atitude. Mesmo que por lei Fernando Gomes tenha direito a assistir a certos jogos, isso não justifica que obrigue Pinto da Costa a sentar-se ao seu lado, tendo em conta a postura distante, e diria mesmo sectária, que F. Gomes tem mantido com o FCPorto, bem como as declarações tendenciosas que fez no Parlamento com a história das ameaças aos árbitros.

Não me atrevo a especular, porque não gosto, apesar de estar bastante decepcionado com o presidente portista, ainda tenho memória do que fez de positivo pelo clube, mas este comportamento ambíguo só pode alimentar a suspeita. É um paradoxo, e não acredito nada que se trate de diplomacia formal. Repito, para mim, num momento em que temos motivos de queixa, contra tudo e contra todos (e agora não é um mero slogan), incluindo a Federação, esta postura permissiva é inaceitável.

No Porto Canal, as queixas repetem-se, mas começam a revelar-se monocórdicas por baterem sempre na mesma tecla, ou seja, os comentadores em vez de continuarem a queixar-se do silêncio da comunicação social e dos organismos que tutelam o futebol, já deviam ter dado um importante passo em frente que era citar sem tibiezas o nome de quem os lidera.

A RTP pertence ao Estado (o tal canal que uns gostam de dizer que é de todos, e nós sabemos que é mentira), tem um Presidente que é pago principescamente para ser no mínimo Honesto, chama-se Gonçalo Reis.

A SIC, tem Pinto Balsemão, um dos fundadores do PSD, que de tão democrata que é, não só não sabe a porcaria que se faz na sua empresa, como também não vê o que o Benfica anda a fazer de pedagógico para o enobrecer.

A TVI, é presidida por Bruno Santos, outro homem com problemas óptico-auditivos, requisitos estranhos para um líder de Comunicação. 

Referindo-me embora, aos lidéres destas grandes empresas, considero cumplíces deste flagrante atentado aos valores da democracia e da ética deontológica, todos os dirigentes subalternos que obedeceram como gado a directrizes editoriais desta estirpe. Portaram-se, não como gente, mas sim como cordeiros. 

Enfim, o que quero dizer, é que toda esta gente não pode continuar a passar entre os pingos da chuva, como se vivessem num mundo diferente, onde apenas à arraia-miúda são cobrados deveres. Não! Eles têm obrigações acrescidas, mais que não seja, cívicas!  Estas figuras, devem ser as primeiras a responder perante a Lei, porque estão a adulterá-la, ignorando-a! Esta gente não só permite, como fomenta a discriminação, neste caso, também no futebol, e muito em particular o FCPorto.

Por último, a classe política. Não só o Governo, como também a oposição, parecem viver dopados pelas drogas da Porta 18, porque não têm coragem para se pronunciarem sobre este escândalo. Querem votos? 

Leiam bem: pela parte que me toca, podem esperar deitados, ou desempregados. Cresçam! Façam-se gente responsável! Ser político, podem crer, hoje como sempre, em Portugal, não prestigia ninguém. Pelo menos, aos meus olhos. 

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