28 novembro, 2018

Ainda o FCPorto


Suponhamos que a estrondosa vergonha que envolve o Benfica não vai dar em nada. Suponhamos que o clube não vai ser penalizado, e os dirigentes também. É uma hipótese remota, mas possível num país como Portugal. Se digo remota, não é porque confie no rigor da nossa Justiça, mas pelo excesso de confiança dos arguidos, assim como pelas provas inequívocas que deixaram. Já sabemos que estão protegidos por famosas equipas de advogados, mas custa-me a crer que perante factos tão evidentes não haja entre os juízes argumentação jurídica (e moral) para os vencer. A não ser que a Justiça portuguesa seja ainda mais medíocre do que pensamos.  

Mas, isto não é tudo. O FCPorto se quiser salvaguardar o futuro do clube dos seus inimigos, não pode
ficar por aqui. Tem de ser firme também com o Governo, exigindo, repito, exigindo, tratamento igual a qualquer outra clube, sobretudo da parte de instituições ligadas ao Estado, como é o caso da RTP e de todas as instituições desportivas. 

O FCPorto não precisa de pedir nada, tem direitos constitucionais que devem ser cumpridos para serem respeitados, e um deles é o próprio respeito. Pode por isso alegar que se continuar a não ser respeitado nada o obriga a cumprir.

O FCPorto foi (e ainda é) o clube mais lesado do futebol português. É a vítima, não pode continuar a ser tratado como arguido pelo próprio Estado. Há políticos de vários partidos que também deviam ser processados e banidos da política, quer por declarações que fazem em defesa do Benfica, o que é inédito para um país civilizado, quer pela indignidade como exercem o cargo e a naturalidade como abusam do poder. 

Há demasiados argumentos a nosso favor, nós não estamos a esconder nada, estamos a revelar comportamentos indecorosos de gente de todo tipo com poderes imerecidos e posturas pobres de integridade. Ninguém tem moral neste país para nos dar lições. Portam-se demasiado mal para lhes reconhecermos autoridade.   


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