Eu sei que o mal-estar social e as dificuldades relativas ao custo de vida que, hoje, gravemente afectam os pobres, mas também a classe média - e se tornaram, subitamente, muito visíveis, por força da comunicação social - vêm de fora e têm, evidentemente, causas externas. Entre outras: o aumento do preço do petróleo, que acaba de atingir 135 dólares o barril; a queda do dólar, moeda, até agora de referência; o subprime ou crédito malparado, em especial concedido à habitação (a bolha imobiliária); a falência inesperada de grandes bancos internacionais e as escandalosas remunerações que se atribuem os gestores e administradores; o aumento insólito do preço dos géneros alimentares de primeira necessidade (cereais, arroz, carne, peixe, frutas, legumes, leite, ovos, etc.); a desordem geostratégica internacional (com as guerras do Afeganistão, do Iraque e do Líbano, a instabilidade do Paquistão, o eterno conflito israelo-palestiniano e as guerras em África); o desequilíbrio ambiental que, a não ser de imediato corrigido, põe o Planeta em grande risco; a agressiva concorrência dos países emergentes, que antes não contavam; etc...
Meu comentário:
sábias palavras estas, as do Sr. Dr. Mário Soares. E ele? Nunca terá feito parte deste filme? Já se esqueceu das asneiras que fez?Quantos mais "Mários Soares", com responsabilidades políticas passadas, presentes e futuras, estarão na fila para nos cantarem o mesmo fado bandido? É muito pouco edificante que para os políticos os escrúpulos só se revelem depois de sairem do poder, porque já não convencem.
Este é outro problema desta democracia. A voz raramente é dada a quem devia: o ultrajado povo. Pelo contrário, os media, esses defensores das múltiplas liberdades, não só dão voz a quem sempre a teve, como ainda proporcionam flagrantes oportunidades de branqueamento à classe política. É a eles, aos responsáveis pela longa asneirada governativa - e não à suas vítimas - que lhes é facultado o acesso público de opinar. E isso não é esclarecer, é manipular a opinião pública.
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