Outra vez o "Grande Porto". Parece que deu resultado ter feito a observação à menina da tabacaria para colocar o jornal num local mais vendável, [por falar nisto, acho que tenho de pedir uma comissão ao GP...]. Hoje, verifiquei que além de mim, outros clientes levaram o semanário regional, que espero tenha muito sucesso. A eterna dúvida que permanece, é sabermos se, em caso de sucesso, não se tornará outra vez um repasto da voragem de um qualquer grupo de comunicação centralista...
Contrariamente ao que aconteceu esta semana, sem notícias de grande interesse, o Grande Porto, ao 2º. dia de vida, tinha muita coisa para ser abordada, embora algumas com mais interesse que outras. Se assim continuar, talvez se justifique passá-lo para bi-semanário [quem sabe?].
Entre, a anémica e politicamente correcta contestação do presidente da CCDR/Norte, Carlos Lage, com o desvio de verbas para Lisboa, a controversa candidatura de Elisa Ferreira à Câmara, e a paupérrima reabilitação urbana do Porto, há um mar de problemas graves pelo meio, pelo que irei falar um pouco apenas destes três.
Ponto 1)
Começando, pela primeira, da transferência de verbas do QREN para Lisboa de que Rui Rio se queixou recentemente, Carlos Lage sem deixar de admitir os desvios, admite também a existência de um "princípio" [que não é o mesmo que uma lei] de difusão territorial*. Alega que o princípio é contestável, que a ideia vem das décadas de 60 e 70, mas que, apesar de desajustada, foi aceite pela União Europeia a "título excepcional". Ora, se o princípio é contestável e se já apresentou a contestação, porque é que ainda não obteve respostas? Que provas concretas e sérias terá o governo central que justifiquem o tal princípio de difusão territorial? Vamos ficar comodamente pelo nem sim nem sopas, como no BPP/BPN/BCP (e Casa Pia) ? É tão fácil exercer cargos de responsabilidade sem a assumir quando dá trabalho... O Victor Constâncio que o diga.
Ponto 2)
Estas nulidades públicas que são os nossos políticos, já não têm a desculpa do fascismo para justificar as suas incompetências e ainda assim, passados 35 anos de democracia, não perceberam totalmente que a condição primeira para se ser credível é começar por tomar decisões que pareçam credíveis. Se é para servir o povo que vão para a política, porque é que não conseguem encontrar consensos supra-partidários para terminar de uma vez com a acumulação de cargos?
Acreditarão eles que é isso que o povo quer ? Que os políticos se candidatem a tarefas para o Parlamento Europeu, e para outros, de índole local, sem mesmo saber muito bem o que fazem cá dentro?
Gostava muito de ver Elisa Ferreira na Câmara do Porto, porque é uma mulher inteligente, dinâmica, competente [e simpática também], mas custa-me muito a compreender esta patetice da dupla candidatura, por razões já antes expostas. Ainda por cima, através de um partido onde os oportunistas se amontoam aos magotes para ver quem consegue o melhor tacho. Bem, os outros partidos [de Governo], não são melhores, mas esta brusca inversão estratégica do PS de proibir candidaturas paralelas à Assembleia e à Câmara é uma autêntica punhalada no coração de Elisa, com alguns abutres à espreita, a ver se Elisa desiste do lugar no PE para lhe roubarem o lugar. Isto tudo, nas nossas barbas amigos, e na "docíl" cara de Elisa... Uma vergonha!
Ponto3)
Reabilitação Urbana. Aqui pouco há para dizer de positivo, mas muito de negativo. As declarações de Arlindo Cunha ao Grande Porto são de uma banalidade assombrosa, fazendo lembrar os processos-de-intenções de Rui Rio. Diz que vai fazer, mas fica quase sempre pelo caminho, deixando um rasto de problemas pelo meio.
Dizem que é portista. Talvez não fosse má ideia afastá-lo do estádio do Dragão, não vá tanta incompetência contaminar o clima de sucesso e organização que o clube está habituado a respirar.
*Realização de investimentos fora das regiões de convergência, desde que daí resultem vantagens para todo o território.
Em relação ao Ponto 2:
ResponderEliminarSerá porque colocaram Manuel dos Santos em nº8 e ele ficou de fora?
Querem que EF abandone o PE para lhe dar o lugar?!
a controversa candidatura de Elisa Ferreira.
ResponderEliminarInsiste-se no chavão, na expectativa de que ela seja uma verdade! Controversa porquê? Serve aos desígnios propagandísticos do PSD?
A senhora foi muito clara. Tem uma proposta para a cidade e põe-na a sufrágio. Se não colher a opinião da MAIORIA que vota, vai para Bruxelas. Onde está a controvérsia?
Já o mesmo não posso dizer duns "moralistas" da loja dos 300, que trazem correlegionários de Beja para as listas dos candidatos pelo Porto. Ou serão do círculo Nacional, como eu ouvi duma "sumidade" do "clube"?
Nota adicional:
Não é minha intenção votar Elisa Ferreira. Talvez o fizesse se não se candidatasse pelo PS. Mas a estes nunca mais na vida lhes darei o meu voto!
Assim, lamentavelmente, Rio nem precisa de fazer campanha...Este PS Porto, "liderado" por essa aberração política, chamado Renato Sampaio, é de deixar qualquer um à beira de um ataque de nervos.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim de semana
Sabe Vitor Sousa,isso de não votar na EF porque ela é do PS,é um problema,porque vai haver muita gente que vai votar no RR apenas por ser do PSD.Penso que as eleições autárquicas deviam julgar o candidato e não o partido a que pertencem.
ResponderEliminarOs elementos do PS do Porto, em grande parte, tem passado despercebidos e apenas estão interessados em lugares. Coitado do benfiquista Manuel dos Santos que ficou de fora. O que é que essa gente tem feito pela cidade e pelo Norte? Ficam calados e consentem nos roubos do centralismo lisboeta.Quanto às eleições legislativas vai ser a vergonha do costume, com lisboetas , sulistas e outros que nada têm a ver comnosco a aparecerem nas listas do distrito do Porto. Paulo Portas já começou com Ribeiro e Castro. Que tem esse ex-deputado europeu a ver com o nosso distrito?
ResponderEliminarQuanto às autárquicas, na realidade o que interessam são os candidatos, seus companheiros de lista e programa. Mas compreendo Victor Sousa que, se calhar, foi "roubado" como eu por Sócrates e seus ajudantes.
Quanto a Arlindo Cunha, antigo ministro da agricultura e eurodeputado, na entrevista que eu li fiquei sem perceber se ele sabe, efectivamente, o que certos elementos da POrto Vivo andam a fazer, atropelando datas, procurando intimidar proprietários e inquilinos, dizendo hoje uma coida e outra daqui a meses, ... Ou esse senhor não sabe o que se passa na empresa municipal que dirige ou então era melhor não dizer nada!
É a velha política de Rui Rio, sobranceira e único detentor da verdade.
J Mota~
ResponderEliminarÉ claro, não. Manuel dos Santos, quer que Elisa se candidate "apenas" à Câmara para lhe ROUBAR o lugar no PE. Salta à vista!
Victor Sousa
ResponderEliminareu concordo com o Rui Farinas. Pessoalmente, só estou disposto a votar nas autárquicas, porque aí, aposto mais no candidato do que no partido. Já todos sabem o que penso dos partidos. Apesar de Elisa Ferreira estar sempre submetida aos caprichos do Big Brother partidário é possível que faça, tanto ou melhor que o Fernando Gomes. E por outro lado dou o meu pequeno contributo para correr com Rui Rio.
Os comerciantes que se lixem
ResponderEliminarAfinal não é só no futebol que “o que hoje é verdade amanhã é mentira”, os políticos portugueses têm-no demonstrado bastas vezes. Um destes casos tem vindo a comprovar-se ao longo dos mandatos do actual presidente da Câmara Municipal do Porto. Há uns anos atrás, no início de 2002, aquando da aprovação do Plano de Pormenor das Antas (PPA) – essencial para a construção do Dragão – Rui Rio tudo fez para aniquilar o projecto do novo estádio do FC Porto. Na altura fez oposição cerrada ao PPA defendendo que era necessária uma redução da volumetria do centro comercial em nome dos interesses dos comerciantes da Baixa da cidade. Fê-lo sem se munir de qualquer estudo credível que o demonstrasse. O importante era afrontar o clube e o seu presidente e impedi-los a todo custo de construírem uma excelente infra-estrutura que iria acabar por beneficiar a zona Oriental da cidade. Para a prossecução do seu objectivo político serviu-se da Associação de Comerciantes e da sua presidente, a Dona Laura, que depois de algumas peixeiradas lá conseguiu obter 5 milhões de euros de indemnização do Grupo Amorim. Esse dinheiro terá servido, supostamente, para a dinamização do comércio tradicional.
Para o Rui Rio de 2002 um centro comercial a mais de 5 km da Baixa poderia influenciar negativamente o comércio nesse local. Para o Rui Rio actual já não é bem assim. A comprová-lo estão os projectos para o Mercado do Bolhão e para o Mercado do Bom Sucesso. Este autarca prepara-se para transformar dois espaços que fazem única esta cidade em centros comerciais com lojas, hotéis e restauração concessionada a privados por 30 ou 50 anos. É a solução fácil do "mangas de alpaca" que assim consegue retirar peso à estrutura de custos camarária, mesmo sabendo que o modelo de negócio está mais que esgotado para a cidade do Porto. Mas como se costuma dizer "quem vier atrás que feche a porta". No caso do Bom Sucesso passarão a existir 4 centros comerciais em menos de 1 km quadrado. Os comerciantes tradicionais, esses, que se lixem, obviamente.
Do blogue reflexãoportista
Para semanário, que pude comprar desta vez, lê-se muito rápido e teve poucas notícias de impacto.
ResponderEliminarMas muitos erros...
O mérito é dissecar o noticiário regional desamparado no único jornal do Porto, o JN.