Mesquinhez e contas de mercearia mais uma vez. O problemático é a vossa incapacidade de perceber que existem duas situações que beneficiam claramente o Grande Porto.
A primeira é a actual: como não existe qualquer entidade regionalizada, o grande Porto faz valer o seu peso no todo nacional e legitimamente obtém o máximo que puder para si do estado central. No quadro actual o Grande Porto não tem qualquer obrigação para com os outros. Não é capital de nada nem existe qualquer governo regional lá sedeado. Não está obrigado a prestar contas ao “Norte” nem lhe deve sequer qualquer solidariedade institucional. Vivemos no salve-se quem puder perante a discricionariedade do estado central e os mais fortes fazem-se valer. É a vida e a culpa é de todos os que rejeitaram a regionalização em 98.
A segunda situação que beneficiará o Grande Porto será uma regionalização que o exclua da Região Norte, ou, noutra hipótese do Entre-Douro-e-Minho. Neste caso, desenganem-se os que julgam que o Grande Porto se ficasse pelo milhão e duzentos mil habitantes da actual NUTIII, 34% da população a Norte. Áreas como todo o Entre-Douro-Vouga, Vale do Sousa e Tâmega jamais aceitariam ficar fora duma região que não incluísse a AM Porto. Não podem ser consideradas regiões rurais, têm afinidade com o Grande Porto e, além disso, não são parvos e pretenderiam beneficiar da dinâmica económica e da força política duma grande área metropolitana com 57% da população de toda a Região Norte. Restaria Trás-Os-Montes e Alto Douro e o Minho - aqui provavelmente até amputado de alguns concelhos mais a sul e fronteiriços à AMP pelas mesmas razões adiantadas acima. Mas enfim, seria a glória na terra dum certo caciquismo bracarense que reinaria inchado sobre a miséria.
Existindo o livre arbítrio, cada um tem a sorte que merece.
Pergunta que se impõe: Rui Rio neste caso fez o seu trabalho. Outros além de Rui Rio, como Rui Moreira e várias personalidades do Porto fizeram o seu trabalho no caso da Ryanair e do Aeroporto. Que fez Braga além das bacoradas do Mesquita e das discussões blogueiras sobre o “Kadhaffi dos Pneus”?
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Muito bem, António!
ResponderEliminarQue tal ler a entrevista do Procurador Agostinho Homem sobre o AD que vem no CM de Domingo?
ResponderEliminarNão gostei da entrevista.
Braga, é do Norte, mas com mentalidade sulista...Não é por acaso, que enquanto em Guimarães há orgulho na cidade e no que é vitoriano, em Braga e veja-se no caso do futebol, eles são mais benfiquistas que bracarenses.
ResponderEliminarUm abraço
2009-06-23 12:02:02
ResponderEliminarO "crime" de Nuno Cardoso
Vamos aos factos: Nuno Cardoso mandou arquivar contra-ordenações contra o Boavista, instruídas na Câmara do Porto de que era então presidente, em 1999 e 2000, porque o clube tinha iniciado a construção de prédios antes de ter as respectivas licenças.
As contra-ordenações eram, de certeza, no valor de uns milhares de euros, a condenação do tribunal foi de três anos de pena suspensa. A Justiça tem sempre caminhos próprios e a decisão do juiz deve ser inatacável à luz do Direito aplicável. A minha dúvida é se realmente Nuno Cardoso cometeu um crime assim tão grave.
Do meu ponto de vista, não. O Boavista iria ter as licenças mais tarde, os prédios foram construídos sem qualquer problema de maior e estão lá devidamente legalizados. A acção de Nuno Cardoso não foi correcta, terá mesmo avocado os processos não respeitando os procedimentos normais, mas não me parece que seja uma acção criminosa num quadro em que as câmaras devem zelar também pelas suas instituições mais importantes - e o Boavista é uma instituição importante.
Diz o tribunal que foi permitido ao Boavista o que não é permitido a qualquer outro munícipe e é verdade, mas talvez o Boavista não seja também um "munícipe" qualquer. "Houve intenção de beneficiar o Boavista", diz o acórdão, e todos concordaremos que é verdade. Do que não tenho a certeza é que isso seja errado, ou muito menos que seja um crime para três anos de pena suspensa. Digo-o não à luz do Direito, que não conheço, digo-o à luz de um certo bom senso que me parece igualmente aplicável. Até porque aquela zona foi objecto de várias intervenções, algumas da Câmara, e as licenças atrasaram-se em vários casos.
Alguns dirão: ah, mas se calhar ele fez uma combinação com o Boavista e ganhou alguma coisa, ele próprio, com isso. O tribunal não o discutiu, nem o provou e por isso não estava em causa. Mas neste clima de suspeição mediática, os próprios juízes podem até ter medo de ser apontados a dedo por as suas decisões não acolherem também esses gritos de alguns. Este acórdão fala até em "despertar consciências", salvo erro, o que me parece indício de um certo tipo de pensamento que povoa muito do nosso sistema de justiça.
A decisão de Nuno Cardoso, em si, prejudicou os cofres da autarquia, que deixaram de receber essas multas. Mas a decisão de Nuno Cardoso teve em conta, também, aquilo que é importante para uma autarquia, é que é que as suas instituições possam existir e desenvolver-se. Um presidente de Câmara também tem que zelar por isso, embora hoje toda a gente veja corrupção em quase tudo.
por : Manuel Queiroz (blogue De trivela)
É um país de Caciques, (tachistas)
ResponderEliminarcom mentalidade de donos,poderosos
lá do sítio.
Aqui no Norte, o ódio é tanto pela cidade do Porto, que preferem ser
sempre fiéis ao Sul onde está o poder instalado.Braga é o exemplo.
Com esta gente pobre de espirito,
e mentalidade tacanha, puxa-sacos
do governo centralista: a regionalização vai ter muitas dificuldades.
O PORTO È GRANDE VIVA O PORTO.
Braga é muito católica.
ResponderEliminarestá tudo dito.
Apesar da fama, da influência retrógrada da igreja, Braga é uma cidade muito bonita e com uma população jovem e arejada, mas parte dela não vive lá, só estuda.
ResponderEliminarDepois há uma fatia da população muito rude e despolitizada que pode ser facilmente manobrável por manipuladores pseudo regionalistas como é o caso do autor do blogue referido pelo A. Alves.