21 dezembro, 2009

Os dominados ou como Roma nunca pagou a traidores

Fez ontem 3 anos e 1 mês, num post intitulado Dominados”, escrevi neste blogue o seguinte texto:
«A dominação hoje faz-se mais pela cultura, entendida esta no sentido antropológico, veiculada por quem estrategicamente controla os modernos vectores difusores das ideias e paradigmas comportamentais, sejam eles políticos, de consumo ou de simples cidadania, do que propriamente pela força ou pela supremacia económica. Aliás, esta – a supremacia económica – é consequência e objectivo final, embora muitas vezes escondido, das várias formas de dominação. Afinal trata-se da mais velha guerra da humanidade: não, não é a guerra dos sexos, é a guerra pelos recursos.
O problema de grande parte das elites portuenses, em particular das políticas, é o facto de estarem cultural e mentalmente dominadas pelo sistema centralista. Afirmações recorrentes de políticos e outros comentadores de que o caminho não pode ser nunca o confronto com Lisboa demonstram como a dominação cultural que a Lisboa capital exerce sobre eles é tão evidente e eficaz. As oligarquias que em Lisboa dominam as altas estruturas do estado, das empresas públicas, dos media e dos negócios privados não dorme na forma e executa bem o seu trabalho. É claro que o confronto não é nem pode ser com a Lisboa cidade do povo comum, também ele vítima dos interesses destas oligarquias… Mas quanto às oligarquias centralistas, não vejo outra solução senão confrontá-las. Não acredito que elas de livre vontade cedam poder e prerrogativas. Qualquer manual de ciência política nos afiançará tal inevitabilidade.»
Pelo tenho lido e ouvido nos últimos dias a propósito da questão Red Bull Air Race, dedico-o inteiramente aos senhores deputados do PS e do BE eleitos pelo Porto. Assenta-lhes como uma luva. Ao senhor presidente Rui Rio recomendo-lhe a leitura desta notícia para que perceba o papel triste que tem andado a fazer nos últimos oito anos e para que perceba também como António Costa corre à velocidade da luz para a cadeira de primeiro-ministro. Lugar aonde o senhor presidente Rio nunca chegará por razões que de tão óbvias me dispenso de as enumerar aqui. Há quem diga que Roma nunca pagou a traidores.
António Alves

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