Se há coisa da qual o empresariado português não se pode orgulhar [e nestes casos o orgulho até justificaria o inchaço], é de ter por hábito melhorar substancialmente as condições salariais dos seus colaboradores mais básicos sempre que alcançam bons lucros.
Digo isto porque, vem hoje noticiado que a Jerónimo Martins, do grupo Pingo Doce/Recheio, atingiu um valor de lucros superior a 200 milhões euros e decidiu distribuir pelos seus 20 mil empregados um prémio de 250,00 euros! Fantástico, dirão os mais vulneráveis com este tipo de compensações. Acontece, que não é assim que se premeia com efeitos duradoiros aqueles que contribuem para o sucesso dos lucros de uma empresa. É melhorando-lhes o vencimento de forma racional mas expressiva.
Um prémio de 250,00, são cinquenta contos em moeda antiga que hoje para pouco servem. É melhor do que nada? É, sem dúvida. Mas, esse é o mal de que enferma a maioria dos empresários portugueses que vêem nos aumentos salariais o maior problema da sua gestão. Estes prémios pontuais parecem-se mais com uma promoção encapotada da imagem do patronato e da empresa do que um real reconhecimento do mérito dos seus colaboradores. Além de mais, não é com estas esmolas que se promove a concorrência salarial entre empresas nem se contribui para a melhoria consistente da vida das pessoas.
Em Portugal é assim, quando alguém quer dar uma imagem de solidariedade, de bom patrão, espera que haja uma televisão por perto ou um jornalista acéfalo para o celebrizar. Depois, é só aguardar pelo respectivo retorno [lucros].
Renovemos !
ResponderEliminarParabéns pelo "blog".
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