O leitor não levará a mal se começar por dizer uma redundância. Que tudo aquilo que aqui escrevo, não é mais do que uma súmula de opiniões. Das minhas opiniões, claro. Compreenderá, espero, que por mais fortes que sejam as minhas convicções [e pode crer que são], não tenciono impô-las a ninguém. Deixo ao critério de cada um, retirar as conclusões que entender melhor. É que, de vez em quando, gosto de fazer breves exames à consciência, tal é a frequência com que censuro o meu povo, sentindo-me apesar disso, sua parte integrante.
Fiz esta breve introdução, porque tenciono continuar a falar do povo, e no grande mistério que ele constitui para mim. Mais do que o enigma chamado políticos, preocupa-me aquele que se chama povo.
Vi com muito estranheza, a reeleição de Rui Rio como Presidente da Câmara do Porto, mais exactamente, a do 2º. e 3º. mandato, já que o 1º., houve quem o visse como um castigo ao PS pelo abandono de Fernando Gomes da chefia do município, a troco de uma vaidadezinha carreirista. Outro mistério, foi o eleitorado ter permitido a José Sócrates a manutenção do Governo durante tanto tempo, depois de tantas e repetidas asneiras. Enfim, foram verdadeiros fenómenos sem qualquer explicação racional que os justifiquem.
A realidade, é que a soberana vox populi, que apenas se faz ouvir através do voto, e sem conhecer minimamente os eleitos, não teve sabedoria bastante, tanto para evitar a intervenção do FMI no país, como para correr com o pior, e mais abulíco Presidente de Câmara que a cidade do Porto jamais conheceu, o que, contraria, em parte, a ideia ,de que o povo tem sempre razão. Antes tivesse.
A entrada da Troika em Portugal, não serve apenas para alimentar centenas de debates televisivos, com a bafienta colaboração de muitos co-autores de descalabros antigos, serve também para a população (se para tal estiver disponível), estabelecer contrastes entre o que se disse, e se fez, em anteriores tomadas de posse, e o que se diz, e sobretudo o que se terá mesmo de fazer, na presença do FMI. Se assim entender, se o povo não se distrair demasiado com telenovelas e futebol [e eu gosto de futebol], então irá talvez estranhar quando ler títulos noticiosos como o que hoje vinha no JN : "Ministros que falhem orçamento são penalizados". Depois de lidos tais títulos, o que é que nos ocorrerá imediatamente concluir? Que, antes, ministro que apresentasse derrapagens orçamentais nunca era penalizado? Pois, não era, não. Talvez com a polícia Troika por perto as coisas melhorem...
Há uma outra curiosidade que vale a pena observar. São visíveis, da parte de alguns membros do novo governo, alguns sinais, ou vontade, de mostrar depressa serviço, principalmente os mais novos, o que é de louvar, mas receio que tal não passe de uma euforia momentânea e que cedo tudo volte à histórica (a)normalidade, quando, e se, a Troika deixar de os "policiar".
Duvido que o FMI, tão cedo, dê rédea-solta ao governo e que este se possa dar ao luxo de cometer as asneiras de governos do passado recente, e remoto. Por enquanto, está obrigado a fazer bem o trabalho de casa, e não tem margem de manobra para errar. Mas cuidado, que não se estique demais a corda da austeridade, porque aquilo que está a acontecer na Grécia, pode repetir-se aqui, se o bom senso não acompanhar as medidas que devem ser tomadas. Os gregos revoltosos, a quem Judite de Sousa se lembrou de chamar anarquistas, dizem [e ela parece não ter ouvido], preto no branco, que não estão mais dispostos a fazer sacrifícios por uma crise extremada pelo comportamento corrupto dos seus políticos, e isso é que devia preocupar a jornalista e o nosso Governo.
Duvido que o FMI, tão cedo, dê rédea-solta ao governo e que este se possa dar ao luxo de cometer as asneiras de governos do passado recente, e remoto. Por enquanto, está obrigado a fazer bem o trabalho de casa, e não tem margem de manobra para errar. Mas cuidado, que não se estique demais a corda da austeridade, porque aquilo que está a acontecer na Grécia, pode repetir-se aqui, se o bom senso não acompanhar as medidas que devem ser tomadas. Os gregos revoltosos, a quem Judite de Sousa se lembrou de chamar anarquistas, dizem [e ela parece não ter ouvido], preto no branco, que não estão mais dispostos a fazer sacrifícios por uma crise extremada pelo comportamento corrupto dos seus políticos, e isso é que devia preocupar a jornalista e o nosso Governo.
Palpita-me portanto, que a ideia lançada por Paulo Portas de tratar todos os subsídio-dependentes comprovadamente pobres, como um bando de oportunistas preguiçosos, e obrigá-los a trabalho comunitário, parece-me, além de ofensiva, discriminadora, demagogo e uma pura aberração política. Pode até ser a primeira bomba a explodir nas mãos de Passos Coelho. Será uma medida que pode virar-se contra o objectivo pretendido, pois configura o aproveitamento de mão d'obra miserável em beneficio do Estado, não sendo por aí que o país irá progredir.
Há que ser realista, não tratar as pessoas como mentecaptas, sem esquecer as centenas que todos os dias aumentam a longa lista de desempregados, com o mercado trabalho sem nada de concreto para lhes oferecer. A livre iniciativa não é para todos, custa dinheiro. Salvadores Caetanos, não abundam, políticos sérios e competentes também não.
Será que o povo, o enigma povo, tem consciência disso? Cá por mim, tudo indica que o povo continua a votar orientado por um único critério: o das aparências. Será? Sinceramente, não sei responder. O enigma permanece.
Há que ser realista, não tratar as pessoas como mentecaptas, sem esquecer as centenas que todos os dias aumentam a longa lista de desempregados, com o mercado trabalho sem nada de concreto para lhes oferecer. A livre iniciativa não é para todos, custa dinheiro. Salvadores Caetanos, não abundam, políticos sérios e competentes também não.
Será que o povo, o enigma povo, tem consciência disso? Cá por mim, tudo indica que o povo continua a votar orientado por um único critério: o das aparências. Será? Sinceramente, não sei responder. O enigma permanece.
Tenho a certeza absoluta de que se esse grande homem de nome Salvador Caitano voltasse a nascer e tentasse formar uma empresa de inicio pequena como a que depois deu origem ao império que todos conhecemos o melhor que tinha que fazer era estar quietinho e candidatar-se ao rsi!
ResponderEliminarÉ que os tempos mudaram e muito!Para pior?Seguramente!
Bem Rui, estou de volta e vejo que por aqui tudo e ainda bem, continua igual na atenção, acutilância e coragem.
ResponderEliminarAbraço
Continue a dizer o que pensa destes escravelhos políticos que não nos merecem o mínimo de consideracão.
ResponderEliminarRio: o pior presidente de Câmara do Porto de todos os tempos, não tem feito nada pela cidade a não ser merda e umas corridinhas de pópós,
è um zero à esquerda.
F.Gomes apesar de ser vaidoso e não sei que mais, foi o melhor autarca da cidade e deixou obra.
Este governo do Coelho já começou a fazer merda.
Primeiro com a história desse pseuda politico, qualquer coisa Nobre. Depois elege poucos ministros e encharca o governo de secretários!... como diz o povo poupa na farinha, estraga no farelo.
Saíu o Pinoquio Sócrates, começou mais merda na nossa porca justiça!
com o rasgar de assuntos que estavam escritas em páginas do processo da Face Oculta. Agora querem ser todos ilibados e ficam amigos para sempre.
Por isto e por aquilo, diga sempre o que lhe vai na alma porque a procissão ainda vai no adro.
O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO
O povo português faz-me lembrar um amigo de adolescência. Com 14 anos media perto de 1,90, com uma força descomunal, mas muito pateta, torpe e embrutecido, não tinha a mínima noção do seu poder físico. Era o faz-me rir da escola.
ResponderEliminarÉ assim que vejo Portugal e as suas gentes. Indiferentes no que toca ao futuro, insensíveis, entorpecidas e acabrunhadas. Um povo asfixiado pela narcose de uma horrível e indigna classe política.
Gostava de ver sinais de redenção no povo português, vontade de superação, sede de justiça, "fome" de crescimento e de desenvolvimento. Anseios legítimos que contrastassem com o profundo egoísmo da classe política que supostamente o representa e actua em seu nome, nas distintas esferas da actividade pública e nas instituições do Estado.
Gostava de ver alguém capaz de baixar o povo português da cruz em que o crucificaram. Esta Via Sacra não tem fim?
Caro Humberto Teixeira,
ResponderEliminarquando o povo demonstrar capacidade para se indignar, para não aceitar, por exemplo, ir para as filas dos Centros de Saúde, para as vagas, só porque o médico de família, não está disponível, ou foi de "licença de parto", é que conseguiremos obrigar TODOS a trabalhar para a comunidade.
Aceitando, como cordeiros, tudo o que nos impõem, é merecer tratamento bovino...