No futuro, dizem os especialistas, os automóveis vão conversar uns com os outros e até serão capazes de decidir sozinhos, num cruzamento, qual avança primeiro e qual cede a prioridade. Os semáforos serão dispensáveis e, no limite, os carros poderão conduzir-se quase sem intervenção humana, como já sucede nos aviões. Ficção científica? Nem por isso.
A partir de Agosto, os táxis começarão também a ser equipados com uma antena que permitirá iniciar uma nova etapa do desenvolvimento do projecto: os táxis, que até aqui têm comunicado através da rede GPRS (a mesma que é usada pelos telemóveis) com um computador central, passarão a usar uma variante da rede Wi-Fi, com maior alcance do que a usada pelo computadores portáteis para aceder sem fios à Internet. Os táxis do Porto transformar-se-ão, assim, num verdadeiro laboratório, no qual serão testados os futuros protocolos de comunicação entre veículos, mas também as várias aplicações a que o sistema abrirá caminho.
Protocolo luso-americano
O projecto Drive-In Porto resulta de um protocolo que o Estado português assinou, em 2006, com a Carnegie Mellon University, e propõe-se desenvolver uma rede de comunicação entre automóveis, fiável e instantânea, que suporte, no futuro, novas aplicações vocacionadas para o aumento da segurança rodoviária, para a gestão e orientação do trânsito e para o entretenimento a bordo das viaturas.
Segundo Michel Ferreira, o investigador que lidera o projecto, trata-se de substituir os actuais e quase arcaicos sistemas de comunicação entre veículos (buzina, piscas, faróis e luzes de travagem) por uma rede veicular que permita transmitir informação entre automóveis, com o fito de diminuir drasticamente os acidentes de viação. "São a nona causa de morte no mundo e pensa-se que serão a quinta em 2030. Se se contabilizar o número de anos de vida perdidos, os acidentes estão no topo da tabela. Tudo o que seja possível fazer para minimizar isto deve ser feito", diz Michel Ferreira.
Assim, quando os carros forem capazes de "conversar" uns com os outros, vão poder decidir, por exemplo, qual passa primeiro num cruzamento. Evitar-se-ão colisões, poderão dispensar-se os semáforos e, quando o embate for inevitável, poderão comunicar o respectivo peso e velocidade, quanto passageiros transportam e quantos airbags têm. No limite, os airbags serão disparados alguns instantes antes da colisão.
Se um automóvel fizer uma travagem brusca, esse dado será também imediatamente comunicado a todos os veículos que vêm atrás, evitando-se um choque em cadeia. E os condutores que sigam atrás de um camião poderão ver através dele, antes de iniciarem uma eventual ultrapassagem, para terem a certeza de que não vêm veículos em sentido contrário: activam a câmara de vídeo que haverá na frente do pesado e terão uma vista do que se passa para diante projectada no seu pára-brisas. Na prática, o camião torna-se "transparente" para quem segue atrás.
"O potencial desta tecnologia é enorme", garante Michel Ferreira, segundo o qual as vantagens do sistema de comunicação entre veículos não se resumem ao aumento da segurança. Os automóveis passarão a ser informadores de trânsito, transmitindo uns aos outros dados sobre engarrafamentos e fornecendo automaticamente caminhos alternativos aos condutores, mitigando os problemas de circulação.
"As questões de segurança serão aquelas que terão um impacte mais dramático, mas as aplicações ao nível da gestão do trânsito e da sua optimização contribuirão, por exemplo, para poupar combustível e reduzir os tempos de condução", concorda Peter Steenkiste, o investigador da Carnegie Mellon University que está a acompanhar o projecto em Portugal.
[Do Público]
Eu já tive um carro desses que batia palmas e ele mudava de direcção, gritava ele parava.
ResponderEliminarAgora a falar a sério:- esta tecnologia se for a bem da comunidade e evitar prejuízos, tudo bem. O pior, é que as novas tecnologias deixa muita gente no desemprego infelizmente.
O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO.
Vai ser engraçado ver dois carros á batatada por causa duma prioridade desrespeitada!
ResponderEliminarO pior vai ser quando os carros exigirem que a malta os leve ás costas!
O que vale é que seguramente eu já cá não estou!
Nessa altura já as gajas conseguiram que os gajos param os filhos!
Tempos modernos...