05 outubro, 2011

RTP faz subir a tensão arterial


O meu consumo de televisão em directo resume-se a alguns jogos de futebol e a umas espreitadelas ao que vai passando ao longo do dia de trabalho nos canais de notícias.

Os filmes prefiro vê-los no Arrábida Shopping, que tem as melhores salas do país e onde não fazem intervalos. Mas estou cada vez mais freguês de séries, que ponho a gravar para ver nos tempos livres das minhas folgas.

Agora, enquanto espero pelas novas temporadas de "Lie to Me" e "The Body of Proof" (desde que fez de enfermeira McMurphy, na Praia da China, tenho um fraquinho pela Dana Delany), a minha série dramática preferida é "The Good Wife", que recomendo vivamente.

Apesar de não passar muitas horas por dia em frente ao ecrã, chamou-me a atenção a notícia de um estudo de investigadores universidade de Queensland (Austrália) que concluíram que ver televisão faz mal à saúde.
Estes especialistas quantificaram os perigos de uma forma alarmante: por cada hora em frente a televisão estaríamos a sacrificar 22 minutos de esperança de vida.

Atendendo ao facto de, segundo a Marktest, cada português passar em média 3h29m40s a pastar em frente à televisão, a conjugação destas duas estatísticas seria terrível ,em termos da nossa esperança de vida, mas animadora do ponto de vista da sustentabilidade futura da Segurança Social, que assim evitaria o risco de ruptura face ao previsível crescimento exponencial do contingente de reformados.

Só não fiquei assustado por duas razões. O estudo australiano parte do princípio que o pessoal que vê muita televisão leva um estilo de vida sedentário, o que não é obrigatório. Mais. Não acredito muito nas estatísticas da Marktest, desconfiança partilhada pelos canais de televisão, anunciantes e agências de publicidade que decidiram entregar, a partir de Janeiro, o estudo das audiências à GfK, que vai usar uma metodologia nova e mais fiável.
Mas pensando melhor, conclui que mesmo vendo-a muito pouco, a RTP tem sido muito prejudicial à minha saúde.

Faz-me subir a tensão arterial saber que um administrador da RTP gasta 700 euros/mês em telemóvel, ou seja mais ou menos o salário médio mensal dos contribuintes portugueses que lhe pagam o salário.

Chateia-me saber que o salário anual médio dos trabalhadores da RTP é superior a 40 mil euros, ou seja cada um ganha em média dois mil euros limpos por mês.

Até sinto um aperto no peito ao saber que em oito anos, entre indemnizações compensatórias, dotações de capital e contribuição audovisual, a RTP já nos custou dois mil milhões de euros*, dinheiro que chegava para fazer o TGV para Vigo, e ainda sobravam 500 milhões.

Dói-me na alma saber que este Governo, que prometeu privatizar a RTP, nos vai pôr a abater 520 milhões do passivo desta empresa. Sai a 52 euros por cabeça, bebés de colo incluídos.

A RTP faz -nos mal a saúde e ao bolso. Quanto mais depressa nos livrarmos dela, melhor.

* Nota de RoP
É claro que, na óptica  da anafada prole da RTP, tudo isto não passa de demagogia do autor, todos eles merecem a boa vidinha que levam, mesmo que à custa do proxenetismo infligido  sobre os nortenhos, a quem continuam a tratar abaixo de cão... É tudo gente de bem. E nota-se... Setecentos euros em chamadas telefónicas bate certo com o discurso de contenção e sacrifício, que ouvimos 24 sobre 24 horas. 

Mas que mania esta, de nos quererem dar permanentementes provas de coerência!

2 comentários:

  1. Pois, porque diabo havemos nós de pagar o passivo, para que a RTP seja entregue aos novos donos, direitinha e limpinha?

    Abraço

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  2. Consumir muita televisão faz mal, faz subir a tensão arterial. Só nos transmitem política e mais política desgraça e muita desgraça.
    A RTP não foge à regra para alem dos programas como acima referi, ainda cobra publicidade, e vão aos bolsos de todos os portugueses roubar os miseráveis tostões que ainda nos resta, para meterem nos bolsos dos directores e funcionários pagos a peso de ouro.
    Os políticos que paguem a crise, porque a RTP trabalha para a imagem deles.Os despesistas (maus gestores) deviam era prestar contas na justiça.
    A BEM DA NACÃO.

    O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...