06 novembro, 2011

Victor Pereira, assim não vai lá...


Victor Pereira
Ninguém que acompanhe com regularidade o Renovar o Porto me pode acusar de não defender o FCPorto, sobretudo nos momentos mais difíceis, em que toda a sua estrutura, incluindo Pinto da Costa, foi atacada e perseguida pela comunicação social centralista, apoiada por um Procurador Geral frouxo e incompetente, que nunca revelou a mínima coragem para manter o distanciamento e a isenção que o seu cargo exigia. Censurei-o a ele, e aos diversos agentes ligados àquele infame processo, que nunca souberam mostrar categoria e capacidade para lidar com a situação antes mesmo que ela ganhasse as proporções que levaram ao escabroso Apito Dourado.

Cheguei, inclusivé, a encabeçar uma Petição no sentido de responsabilizar a RTP e respectivas Direcções, pelo trabalho macabro de apoio e cobertura aos criminosos que estavam por detrás de toda aquela tramóia. Resultado: em 4 mêses, não consegui mais do que mil e poucas assinaturas...  

Por conseguinte, pouca moral têm essas criaturas agora para me encher a caixa de comentários, caso o que vão ler a seguir não seja de seu agrado. É que nem sequer os publicarei, que é para ficarem desde logo a saber o valor que lhes atribuo.

Ora, se defendi o FCPorto em momentos difíceis, como foi o que já citei, na qualidade de adepto, tenho legitimidade para criticar o treinador do FCPorto, porque mesmo sabendo que este também não é um momento fácil para o clube, não tem, nem de longe nem de perto, a gravidade do Processo Apito Dourado. A gravidade do momento existe de facto, mas é de outro tipo. Em causa está, a possível perda de importantes verbas para o clube e o eventual afastamento prematuro das competições que ainda tem para disputar. Sem querer ser demasiado simplista, tudo isto se resume ao seguinte: Victor Pereira, foi o treinador de recurso, o pronto-socorro que Pinto da Costa tinha à mão para substituir o recém premiado com o Dragão de Ouro, André Villas Boas. Quem disser que uma coisa não tem a ver com a outra, está a navegar no reino da fantasia, mundo em que Pinto da Costa não tem por hábito entrar, embora as circunstâncias o forcem por vezes a improvisar. Foi o caso, com Victor Pereira, e desta feita, não está a resultar...

Como adepto sinto-me insultado com as declarações irreflectidas de Victor Pereira, quando depois de vários jogos a jogar mal, vem para a comunicação social fazer afirmações surrealistas sem qualquer conexão com a realidade. Mais uma vez, VP repete o discurso anterior,  dizendo que a equipa "trabalhou muito durante o jogo", como se isso significasse trabalhar bem, que é a "pequena" diferença que ele ainda não   foi capaz de estabelecer entre os dois advérbios, talvez por não compreender que ela é fundamental. As suas afirmações espelham de certa maneira - ou pelo menos fazem-nos intuir -, as dificuldades que seguramente terá em comunicar com os jogadores, não devendo por isso espantar que eles pareçam autênticas baratas tontas em campo, sem lucidez nem garra competitiva. Exactamente o inverso do que ele diz...

A cereja no pico do bolo, foram as suas palavras denunciadores de fraqueza quando, à pergunta se achava que  "ainda mantinha a confiança dos adeptos" respondeu, procurando passar a mão pelo pêlo a Pinto da Costa, dizendo "temos um grande líder, que não vai pela teatralização que há à volta do futebol...". Estas não são respostas de um líder, são respostas de quem sente o barco a afundar e não sabe o que fazer para o evitar. Decisivamente, Victor Pereira não é treinador para um clube com as ambições do FCPorto. Podia ter resultado, mas não resultou. Podem-me dizer que nada está perdido, mas o que vejo não me alimenta minimamente a confiança numa reviravolta.

Só não queria, era estar no lugar de Pinto da Costa e da SAD, porque este de facto, é um daqueles momentos complicados para tomar decisões.

O FCPorto corre o risco de sair da Champions sem os milhões que tanta falta fazem ao clube, já que as receitas de publicidade e de bilheteira são risíveis. Arrisca-se a perder o campeonato, até porque este ano está mais competitivo, com as principais equipas separadas por poucos pontos. O que fazer então? Manter, reforçar a confiança num treinador que não dá sinais de saber aproveitá-la em seu benefício e do FCPorto, ou dispensar os seus serviços numa altura em que o mercado de treinadores cotados está fechado? E quanto terá o clube de lhe pagar para o indemnizar?

Todas estas dúvidas servem também para percebermos as contradições e verdadeiras armadilhas do regime capitalista e dos famosos mercados que o dominam. Há quem sobreviva nesta selva, mas que pode transformar, num ápice, um Herói em vilão, disso penso que já ninguém duvidará.

Esperemos é que - mais uma vez -, aqueles que nem sequer coragem tiveram para assinar uma simples Petição, não venham agora pedir a cabeça do Presidente, à boa maneira dos "amiguinhos" de Lisboa.

3 comentários:

  1. Só um teimoso, ou masoquista é que não vê que VP é um treinador muito fraco para um grande clube como é o FCPorto.

    O presidente Pinto da Costa, talvez por não ter muito tempo, para arranjar um outro treinador ao nível do FCP, deu (e bem no momento...) uma grande oportunidade ao adjunto VP pelas razões já conhecidas.
    Por tudo que já foi dito no post, o treinador VP ficou muito alem das expectativas. É fraco, não passa a mensagem aos jogadores, não tem discurso, as substituições não resolve só complica, e agora miseravelmente apoia-se no presidente.

    Não sei o que vai acontecer no futuro, mas sei que tudo está a ir mal a pior.
    Há por ai muita gente, à espera de um milagre, para depois vir para o varandim, chamar nomes aos que dizem mal do treinador.

    Se o FCP não continuar nos champions league (que também é uma montra para venda de jogadores) vai ser um grande prejuízo para o FCP. Será que depois vai haver alguma motivação por parte dos jogadores!?.

    O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO:

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  2. Rui, como sabe, discordo de si, mas se de facto o treinador não serve e você dá isso como facto consumado, então os verdadeiros líderes têm de tomar decisões e arcar com as suas responsabilidades. Deixar andar, fazer silêncio, nem para um lado nem para outro, é que não pode ser.

    Abraço e parabéns

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  3. Vila Pouca,

    esse é que é o problema! Nota-se que a conexão entre a Direcção e o treinador não parece muito coesa, e isso não interessa a ninguém.

    Quanto ao n/ ponto de discórdia é natural. O que seria do mundo se pensássemos todos da mesma maneira.

    Um abraço!

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