1. Quando começa a ser financeiramente mais vantajoso vir ao Porto num carro particular, algo está muito mal na política de transportes públicos. Toda a gente sabe que os prejuízos monstruosos que as empresas públicas de transportes têm vindo a acumular vão acabar por ser pagos pelos contribuintes. Os preços artificiais (ditos sociais) que se foram mantendo ao longo dos anos não podiam manter-se eternamente. Em algum dia isto teria que rebentar.
Mas os aumentos de que se fala, e que podem ascender aos 25%, são de uma violência atroz e ameaçam fazer com que o esforço de promoção do transporte público tenha sido em vão. As simples contas que o GRANDE PORTO hoje traz nas suas páginas são claras: actualmente, uma viagem ocasional com origem na Maia, Gaia ou outro concelho limítrofe já fica a um preço tal que muita gente pensa se não é preferível pegar no carro e, com mais conforto, fazer o trajecto até ao Porto. Nenhuma grande cidade sobrevive sem um sistema de transportes públicos bem articulado e que sejam uma verdadeira alternativa às viaturas particulares.
Os movimentos pendulares de e para o Porto já são complicados o suficiente para que venham acrescentar-se diariamente mais umas centenas de carros.
Este será o grande desafio da futura administração da empresa que vai tutelar o Metro do Porto e a STCP: articular os dois meios de transporte para que eles sejam competitivos e uma opção séria para quem vem ao Porto. Com a cegueira economicista que olha só para a contabilidade das empresas públicas, impondo aumentos de preços draconianos, o futuro é negro. Tão negro como o ar que vamos respirando de cada vez que somos obrigados a circular na VCI, por exemplo.
2. A Educação é a base de qualquer civilização. Esta é uma verdade incontornável. Daí que o desinvestimento galopante nesta área acabe por pagar-se bem caro no futuro. O que se passa com as bolsas de estudo é indigno de um país dito desenvolvido. Alunos que estão longe de casa, sem rectaguarda familiar, começam a passar dificuldades, o que, no limite, pode levar ao abandono escolar. O ministro Nuno Crato aportou ao ministério de tesoura em riste, sem uma ideia sobre o rumo da Educação. Limita-se a debitar uns conceitos que poucos percebem. No tal eduquês...
[Miguel Ângelo Pinto / Grande Porto]
Eu acho melhor fecharem tudo e passarmos a andar a pé, como antigamente. Já que estamos a voltar ao passado, porque não?
ResponderEliminarAbraço e bom fim-de-semana
Quando as pessoas com estes aumentos, deixarem de tirar o passe social mensal, estes iluminados, vão pedir por caridade para que não façam..
ResponderEliminarSão milhares e milhares de euros, que vão de deixar de lá entrar.
Ainda não vai há muito tempo, que pediam para que todos utilizassem os transportes públicos e não os carros.
Estes iluminados perderam a memória. Espero, que lhes saia o tiro pela culatra.
O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO.