Maria Teresa Horta |
Eu não peço tanto. Pela parte que me cabe, o que me entristece é viver num país onde poucas pessoas se aproveitam, muitas das quais gozando de previlégios e de estatutos da mais alta importância [imerecidos], quando eu, conhecendo-os como os conheço, nem sequer lhes confiava o meu cãozinho [se o tivesse].
Entristece-me [e muito], é que seja preciso tanta afronta, tanto derreter de salários, tanto saque às pensões de reforma, aos subsídios, ao aumento de impostos, para que o povo se tenha decidido a reagir. E mesmo assim com mansidão...
Entristece-me [e muito], é que seja preciso tanta afronta, tanto derreter de salários, tanto saque às pensões de reforma, aos subsídios, ao aumento de impostos, para que o povo se tenha decidido a reagir. E mesmo assim com mansidão...
Já me conforta um pouco saber que ainda há gente que dá algum valor, ao valor de ser pessoa. Como Homem, envergonha-me de certa maneira que seja uma mulher a ter a honra de dar um sinal de dignidade à sua existência. Essa mulher, é escritora, e chama-se Maria Teresa Horta. Foi distinguida com o prémio D. Dinis por um romance que escreveu, cabendo a entrega do prémio ao 1º.ministro Passos Coelho, mas recusou-se a recebê-lo...
«Não poderia, com coerência, ficar bem comigo mesma, receber um prémio literário que me honra tanto - cujo júri é formado por poetas, meus pares mais próximos - das mãos de uma pessoa que está empenhada em destruir o nosso país». «Sempre fui uma mulher coerente, sempre lutei pela liberdade e pelos direitos dos trabalhadores»
Só tenho de aplaudir. Infelizmente merece destaque, porque somos um país de cinismos e hipocrisias.
ResponderEliminarAbraço
Maria Teresa Horta não é nenhuma heroína, nem padeira de Aljubarrota é uma simples mulher que escreve, mas, sensível aos problemas sociais que afectam o país, por uma gente de incompetentes que nos governa.
ResponderEliminarObrigada Maria Teresa Horta por não receber o prémio de mãos sujas, de gente que tão mal faz a este país.
O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO