14 setembro, 2012

Mentir, é defeito ou virtude?

Este, está inocente


Qualquer dia, vou ter de fazer um teste à minha inteligência, ou em última hipótese, submeter-me mesmo a uma consulta psiquiátrica, para procurar descobrir a razão pela qual insisto em querer encontrar um sentido para as coisas que não fazem sentido, quando ninguém parece dar importância a isso.

É que, enquanto outros - provavelmente, mais esclarecidos e inteligentes que eu - fecham os olhos à hierarquia das responsabilidades e à própria responsabilidade, eu acho que elas devem ser imputadas em conformidade com o período e a importância do cargo de quem as tem de assumir.

A entrevista de ontem de Pedro Passos Coelho não acrescentou nada ao que já sabíamos, e pelo que sei, também aos próprios entrevistadores. Sinceramente, não percebo onde poderá estar a surpresa geral, quando foram [e são sempre] os jornalistas os primeiros a violar a essência e a ordem natural das responsabilidades.

Mais do que saber o que é que Passos Coelhos tinha para dizer, importava perguntar por que é que ele tanto criticou  José Sócrates quando este "governava" o país e o acusou [com razão] de irresponsável, e de conduzir o país para o caos, quando ele está a fazer pior do que fez Sócrates, e a mentir ainda mais.

Pronto. Aqui deixo um excelente pretexto para me acusarem de populista, mas cá o rapaz foi educado a aprender que mentir é uma coisa muito feia e um dos primeiros indicadores de uma má formação intelectual. Ora, tanto Sócrates como Passos Coelho são exímios aldrabões, o que poderia ser um elogio se a mentira não fosse também o primeiro sinal que alguém nos dá para não confiarmos nela.

Ah, só mesmo um detalhe, uma miudeza: os dois aldrabões que citei foram [um ainda é] apenas 1ºs. Ministros de Portugal. Uma banalidade...

Enfim, acho que vou ter mesmo de ir ao médico.

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