13 setembro, 2012

"O Assalto Final - A destruição do Norte para garantir o futuro de Lisboa"


Outras acções, agora em banho-maria, mas que voltarão logo que surja oportunidade, são as relativas ao Porto de Leixões (o porto de mar que mais exporta, o mais eficiente, a principal porta de saída das exportações) e à Linha do Minho e sua modernização. Acrescenta-se ainda a intenção governamental de construir uma linha ferroviária "para as exportações" a mais de 300 km da Região onde elas são geradas. Esta situação revela-se ainda mais escandalosa, pois segundo um representante da Comissão Europeia "a aposta de Alta Velocidade portuguesa irá servir os portos de Sines, Setúbal e Lisboa, e Aveiro via Salamanca, deixando, pelo menos para já, fora desta rede europeia Leixões e Viana." Não é coincidência. É objectivamente intenção do Governo promover a competitividade dos portos que se têm revelado deficitários, prejudicando e retirando qualquer tipo de competitividade aos portos de Leixões - Viana do Castelo e à Região que servem no escoamento das cargas que recebem ou exportam no contexto nacional, relegando-os para a irrelevância. O objectivo do denominado Governo de Portugal, confesso e não esquecido, é fundir a gestão de todos os portos nacionais, com a desculpa de poupança na gestão. Na realidade é uma forma de retirar a autonomia a Leixões e dessa maneira perturbar e condicionar a sua gestão de forma a que ele deixe de ser um concorrente eficaz, tornando-se irrelevante e submisso aos interesses de outros portos que até agora se têm revelado incapazes de concorrer pelos seus próprios meios. Questionem-se apenas quais serão as prioridades dessa “gestão estratégica conjunta” quando esses gestores estiverem sentados no seu gabinete com vistas para o Porto de Lisboa e com o pensamento em Sines. Uma vez mais sacrifica-se a eficiência e a competência aos clientelismos e centralismos.

O que significam estas decisões? Significam que ao privilegiar os portos, aeroportos e as ferrovias em torno de Lisboa e ao tornar menos competitivos e deficientemente ligados com o exterior as infraestruturas que servem o Norte, que apenas Lisboa será competitiva e atractiva para o investimento industrial e logístico pois terá todas as mais-valias e o Norte em comparação não terá argumentos para competir. Além disso, a médio prazo, as indústrias que se encontram a Norte, neste momento a região mais exportadora do País e a que apresenta balança comercial positiva, serão levadas a deslocar-se para a zona de influência de Lisboa, pois ao terem custos superiores e demorarem mais tempo a escoar os seus produtos a Norte, irão paulatinamente sair do Vale do Ave e Sousa, do Minho, do Entre-Douro-e-Vouga, da AMP e instalar-se em redor das infraestruturas portuárias e ferroviárias que lhes garantam melhores ligações e que se situarão exclusivamente em redor de Lisboa. Esta deslocação do tecido produtivo irá resultar na destruição da economia do Norte e num desemprego ainda mais elevado, pondo em causa o futuro e a sobrevivência da Região mais povoada de Portugal.

Nos últimos dias temos assistido a alguns números de indignação por parte das estruturas regionais dos partidos do arco do poder e com representação parlamentar. É pena que só agora tenham acordado para o problema e alguns tenham mesmo colaborado nesta ignomínia quando eram governo. O assunto já vem de trás, não é de agora. Estes partidos caracterizam-se inclusivamente por fazer eleger pelas listas nos nossos distritos deputados para-quedistas lisboetas que se representam apenas a si próprios e não têm qualquer ligação e interesse para com a Região. Em certos casos são mesmo eleitos como cabeças de lista. É por isso que muita da actual indignação soa a clamores de falsas virgens ofendidas. No entanto, ainda estamos todos a tempo de nos unirmos.

As implicações destas decisões por parte do suposto Governo de Portugal, que de uma forma intencional e concertada, condenam à miséria e ao isolamento o Norte de Portugal, obrigam a que desta vez todas as forças políticas, cívicas e económicas, deixem por uma vez de lado as suas fidelidades aos seus directórios centrais, aos seus egoísmos e inércias de ocasião, e se juntem de uma forma concertada e unida na defesa dos interesses justos e legítimos do Norte, sem quartel e sem compromissos que não sejam a manutenção da autonomia dos aeroportos, portos e iguais ligações ferroviárias. É que desta vez a derrota e a passividade irão significar o destruição e o abandono do Norte e dos seus habitantes, de forma irremediável, com um impacto que se irá repercutir por gerações. Os que têm responsabilidades e poder neste momento serão julgados à luz da história do que fizerem agora e do seu sucesso para evitar este crime de lesa-pátria.

A Eurorregião Galiza-Norte de Portugal, a segunda de maior importância socioeconómica da Ibéria, que concentra no Norte de Portugal uma das regiões mais industrializadas da Europa, e na Galiza dois gigantes mundiais como a Zara e a Pescanova, precisa dum grande aeroporto internacional que garanta a sua ligação rápida aos grandes nós da rede mundial. Esse papel tem sido feito pelo Aeroporto Sá Carneiro de um modo crescente e eficaz. A chegada das companhias de aviação low-cost alteraram todo o panorama do transporte aéreo na Região com reflexos altamente positivos na sua atracção turística e competitividade económica pois encontra-se agora ligada a todos os grandes centros europeus de um modo rápido, flexível e a preços baixos.

Posto isto o MPN apresenta a sua posição:

1) O MPN considera que a privatização dos aeroportos nacionais é uma perda de soberania;

2) O MPN considera que devem ser mantidos na esfera pública e a sua gestão regionalizada; o que não implica que seja feita directa e exclusivamente pelo Estado podendo encontrar-se formas de contratualizar a sua gestão operacional a entidades privadas e/ou outras;

3) O MPN considera que os Aeroportos nacionais, implementada a Regionalização do território continental, devem ser propriedade das respectivas Regiões;

4) Caso venhamos a encontrar-nos perante o facto consumado da intenção de venda em bloco dos aeroportos nacionais, o MPN endereça desde já o convite a todas as forças vivas, empresários, detentores de capital, mulheres e homens de boa vontade, todos os cidadãos para que nos acompanhem. O MPN propõe-se congregar vontades para juntar capital suficiente, recorrendo inclusivamente à subscrição nas ruas de futuras acções a 1 (um) euro, para formar uma entidade empresarial nortenha que concorra à compra da ANA em bloco e depois venda os restantes aeroportos a quem der mais. O objectivo é o mesmo - salvaguardar a autonomia do Aeroporto Sá Carneiro -, a estratégia é que é inversa.

O MPN tem desde a sua origem em movimentos de cidadãos que lutam pela Autonomia da nossa Região abordado insistentemente estes problemas. Nós dizemos presente. Quem quiser lutar e colaborar em prol da nossa Região sabe onde nos encontrar.

A Direcção do MPN

[do blogue A Baixa do Porto]

3 comentários:

  1. Força, vamos a isso,ontem já era tarde, temos que correr com esses traidores que nos têm vendido por uns euros, tipos que são eleitos pelos nortenhos e que chegam a lisboa e nunca mais querem saber do Norte para nada,só servimos para os colocar na assembleia dos chulos, e temos tantos exemplos dessa gente quem nem é preciso nomeá-los,já temos idade democrática suficiente para dizer basta aos profissionais da politica,eles têm que prestar contas daquilo que fazem,neste caso, daquilo que não fizeram,rua com eles vamos RENOVAR O PORTO E O NORTE DO PAÍS PARA BEM DE PORTUGAL.
    Abraço
    manuel moutinho

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  2. Completamente de acordo, mas é pena que alguns vendilhões do templo se tenham deixado encantar pelas "belezas" da capital. Aposto que vão chegar a ministros, tal a fúria com que viraram o bico ao prego.
    Este país está para esses, para os vira-casacas, para aqueles que só despertam quando lhe apertam a garganta, alguns, ainda há pouco tempo, só viam virtudes no pior e mais incompetente dos primeiros ministros que a democracia deu a Portugal.

    Abraço

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  3. Já deu para entender mas ontem confirmou-se, que este Incompetente ditador democrático, louco, vendilhão de pátria, cego de ideias, vai destroçar Portugal.

    O Incompetente e a sua trupe de ignorantes, vão destruir a Norte tudo que se tem feito de bom e gera riqueza à região e a Portugal. Infelizmente, não é só este incompetente que tem roubado o Norte, outros o já o fizeram, como o vigário foragido do Sócrates.

    O que me mete mais nojo, são estes rastejantes de cá que estão no governo, os políticos, presidentes de câmara e outras vozes importantes do Norte que se acomodam. Alguns estão mais interessados em poleiros, que interessados no bem da região.

    É a nossa sina, coabitarmos num país com covardes, ladrões, incompetentes.

    O PORTO É GRANDE, VIVA O PORTO.

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