14 outubro, 2012

A demência intelectual já chegou à Igreja?

Um Poliparco sem dom

O cardeal Cerejeira, perdão..., o cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo [acho muito giros estes Dons], declarou-se "incompetente em matéria de política", mas só depois de ter lançado para fora da cavidade bocal conceitos sobre a democracia e a Constituição que só mesmo ele pode entender. De tudo o que disse no início, salvou-se o que declarou no fim, isto é: não percebe nada de política, e  absolutamente nada de democracia. Por isso, mais valia estar calado.

Este "sábio" homem, que também já deve ter esquecido por completo o que é a solidariedade cristã, começou por dizer barbaridades deste jaez: "as manifestações são uma corrosão da harmonia democrática da nossa Constituição"... 

Mas o que é que o homem entenderá por harmonia democrática? O ambiente económico e social em que hoje vivemos? Devemos então intuir que para o bispo a harmonia é perfeitamente compatível com o indíce elevadíssimo de desemprego e com a falta de perspectivas de  futuro para os jovens. Será isso? Mas que espécie de homens acolhe a Igreja para a dirigir, que tão distantes vivem da realidade?

Depois, divagou assim sobre as manifestações: "até que ponto é que nós construímos uma saúde democrática com a rua a dizer como se deve governar?". Nem o CDS se atreveu a tanta demagogia! Como é possível falar de saúde democrática quando as pessoas têm cada vez menos dinheiro para se governarem? Retirem ao bispo as mordomias e o beija-mão bajulador a que está habituado, e vão ver como ele passa a valorizar as manifestações. A rua? O que é isso da rua? Será ele tão hipócrita que não tem coragem para dizer povo?

Sobre as manifestações, a mesma caixa craniana que admitiu ser incompetente em questões de política, já não teve rodeios para falar da Constituição [essa maldita, que serve para uns casos, mas já não serve para outros], soltou este diamante: "isso é perfeitamente fora da nossa Constituição e da compreensão do nosso sistema democrático".  E o que terá ele a dizer - sem meter os pés pelas mãos -, sobre o articulado nº.256/91, sobre as regiões administrativas, que também constava da Constituição e foi propositadamente referendado* para a seguir ser imediatamente ignorado? É de prever que um homem que agora se revela tão fiel à Constituição, como o patriarca da centralista Lisboa, só possa ser um regionalista assumido, não é verdade? Ou, estarei enganado?  Ou, estará ele? 

Nunca nutri a menor simpatia por este homem, mas agora não o tolero mesmo! Querem saber por quê? É porque alguém que manifesta tamanha insensibilidade com as dificuldades do povo, não pode ser um bom cristão, e muito menos um sacerdote com tamanho poder. Um homem assim, é um perigo! Não é digno de defender a Igreja dentro dos padrões de uma democracia moderna, nem ser um digno representante de Cristo na terra.

*Devemos agradecer ao agora politólogo Marcelo Rebelo de Sousa, e também ao actual Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, essa brilhante ideia de suprimir a Regionalização da Constituição, e de hoje vivermos no único país da União Europeia que não criou regiões administrativas, tornando-o no mais centralista de toda a comunidade.


1 comentário:

  1. Este é mais um que sempre viveu à custa dos paroquianos,e em vez de os defender fez como judas, traiu-os,muito mal vai a igreja, com o seu chefe mor a defender os poderosos, em vez de defender os fracos, razão tinha o Marquês de Pombal.
    Abraço
    manuel moutinho

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...