A definição da nova grelha de programas e o peso que nela terá a produção da Media Luso, o braço português da Mediapro, explicam a demora na transferência da posse do Porto Canal para a FC Porto Media.
A operação só deverá estar concluída em dezembro. O clube já decidiu que exercerá a opção de compra e respeitará o preço, da ordem dos quatro milhões de euros, acordado como o valor do canal com o grupo espanhol. Mas o negócio tem uma segunda vertente associada aos fornecimentos futuros da Media Luso ao canal. E, para se definir o tipo de formatos e volume de serviços é preciso primeiro conhecer "a vocação, a grelha e o orçamento do canal", refere ao Expresso uma fonte ligada ao processo. Detalhes como, por exemplo, quem ficará com o equipamento da estação estão ainda por resolver, dependendo do grau de capacidade de autonomia que o canal pretende.
Vender e ficar fornecedor
O contrato, assinado em meados de 2011, transferia a gestão para o FC Porto por três anos e estipulava que o clube poderia acionar em qualquer momento a opção de compra por um valor que ficou logo definido. Mas, o contrato estabelecia também que a Media Luso ficaria responsável por 60% da produção, depois do clube exercer a opção de compra.
Foi esta carácter de parceria que preservava a ligação ao canal que levou a Mediapro a preferir a oferta do FC Porto em detrimento de outras mais favoráveis que, na altura, lhe terão sido apresentadas.
A FC Porto Media, agora dirigida por Manuel Tavares, o ex-diretor do "Jornal de Notícias" que se transferiu para o universo portista, manterá no geral a atual orientação generalista e informativa, destinado a uma região (Norte) mas com uma marca dentro (FC Porto).
"Um clube, uma região, uma televisão" foi o lema escolhido para acentuar o novo ciclo do Porto Canal que apostaria na abertura de delegações nas principais cidades para vincar a sua ligação ao Norte. No estádio do Dragão, foram instalados estúdios que funcionam como um segundo polo de emissões.
Abrir o capital a grupos nortenhos
Ao exercer a opção de compra, o FC Porto ficará com os 98% detidos pela Media Luso - o restante capital está distribuídos pela JP Sá Couto e pelo Montepio, que herdou a posição do Finibanco. Mas o FC Porto admite reduzir a sua participação e convocar novos acionistas, sem perder uma maioria de controlo. A FC Porto Media está a preparar uma ronda pela comunidade empresarial nortenha para seduzir investidores, alargando a base acionista e reforçando a capacidade financeira.
O Porto Canal iniciou emissões a 29 de setembro de 2006, a partir de uma aliança das principais produtoras da cidade e sofreu várias alterações acionistas até ficar na posse da Media Luso.
[Abílio Ferreira/Expresso]
Nota de RoP:
Até para sabermos o que se passa na nossa terra (a notícia é recente, 30/09/2014), dos nossos assuntos, temos de procurar nos jornais de Lisboa.
Nem o JN , nem o Porto Canal consideraram relevante falar deste caso. Será que não sabiam, ou também têm medo? Como agora não leio o Expresso, foi um anónimo que teve a bondade de me deixar o artigo na caixa de comentários, a quem desde já agradeço.
Aguardemos o desfecho do negocio, Será sempre bom, desde que, o beneficiado seja o sócio o adepto do FCP o telespectador do novo Canal...
ResponderEliminarAbílio Costa.
De facto aguardemos.
ResponderEliminarAnseio que os beneficiários sejam a Região e o FCP.