24 fevereiro, 2015

Ser árbitro não é ser arbitrário


Ponto um: constatada que está a abdicação de Pinto da Costa da defesa do FCPorto, clube do qual é o mais alto responsável, quero antecipar ao que a seguir direi que, se assim mesmo o FCPorto conseguir ganhar o campeonato, ou um simples troféu que seja, os meus elogios serão exclusivamente dedicados ao treinador, Julen Lopetegui, equipa técnica, e jogadores. Pela primeira vez em muitos anos - e com grande desgosto meu -, não incluirei na lista dos vencedores Jorge Nuno Pinto da Costa. 

Ponto dois. Não querendo ser arauto da desgraça, mas consciente da impunidade que grassa neste país a todos os níveis, com particular despudor nos organismos do futebol, receio que o ambiente submisso instalado na direcção do FCPorto contamine o balneário, contribuindo para a promoção anunciada do Benfica a campeão nacional. Os dados foram lançados desde o início da época, primeiro timidamente, agora às escâncaras e sem aviso prévio. Não havendo a menor reacção do FCPorto, nem uma única explicação para tal comportamento, tudo o que fôr dito a partir de agora por parte da Direcção, é despropositado e inútil. Pelo menos, para mim.

Agora, sobre o jogo de ontem. Dando o benefício da dúvida a uma equipa que tinha disputado há poucos dias um jogo para a Champions, desfalcada de três titutalres, achei ainda assim que a primeira parte do jogo com o Boavista foi demasiado lenta para quem tinha todo o interesse em resolver cedo a questão. Posse de bola sim, mas uma posse de bola igual a tantas outras, sem o resultado esperado, que é transformar a posse de bola em golos. Um problema recorrente nesta equipa de Lopetegui, mas que vai sendo ultrapassado.

Muito jogo lateralizado, muita bola para trás, com o tempo a escoar-se e o empate a manter-se. Simplesmente enervante! É preciso lembrar que o primeiro golo aconteceu a pouco menos de 10 minutos do fim (79'), e o segundo a três minutos do tempo regulamentar (87').  É um risco. Ninguém pode garantir que futuramente tenhamos a sorte de resolver o jogo faltando tão pouco tempo para o fim. Isto, atendendo ao facto de o Boavista (apesar do autocarro) não ter propriamente uma equipa ao nível do FCPorto. Não é um colosso europeu. Porque se assim fosse, talvez tivesse sido a equipa adversária a tirar proveito da nossa prestação perdulária.

Uma das facetas que me agradam em Lopetegui, além das suas entrevistas assertivas aos caça-fantasmas da comunicação social, é a precisão com que mexe na equipa.  Não me recordo de o criticar pelas substituições que faz. Normalmente acerta, e é isso que conta. O único senão é o tempo. Ontem, por exemplo, penso que nada se teria perdido se fizesse entrar Tello, Brahimi e Evandro, 10 ou 15 minutos mais cedo para os lugares de Quaresma, Herrera, Hernani (ou mesmo Quintero que continua bipolar). É a minha opinião, claro. Mas ele é que sabe como estão os jogadores. Talvez não imagine é como os adeptos (como eu) sofrem... Como treinador de cadeira que sou, não me inibo de dizer o que vi no jogo de ontem, e em alguns outros. Processos ofensivos pouco audaciosos, demasiada lateralização, lentidão, e deficiente execução na área. Além de Jackson Martinez tem de haver mais gente a "puxar do gatilho" com capacidade para o remate. Aquele último terço ainda patina muito, complica. Gostava de ver estes pormenores transformados em pormaiores. Talvez assim ainda seja possível sonhar com aquilo que Pinto da Costa parece não querer ver realizado: ganhar este Campeonato, apesar dele.

PS- Valerá a pena falar no árbitro? Iria dizer algo que ninguém não saiba?

  

5 comentários:

  1. Silva Pereira24/02/15, 18:20

    Boa tarde,
    Concordo em absoluto.
    No que diz respeito ao treinador para além do que afirma há uma coisa que não compreendo e que me provoca urticária principalmente contra equipas defensivas (como ontem) na fase em que a equipa ataca são poucos jogadores que entram na área, normalmente JM e praticamente mais 1/2, são imensos os cruzamentos que se perdem por falta de jogadores na área e o mais grave quando a equipa perde a bola nessa fase (normalmente por excesso de individualismo como faz Quaresma) deveria facilmente recuperar a bola o que por vezes falha.
    Para mim que acompanho a NBA e o andebol internacional estou habituado às análises que se faz há prestação dos jogadores (perdas de bola, pontos, recuperações… etc.) e por isso estou atento ao jogo de Quaresma e faz-me espécie a consideração e apreciação positiva do seu jogo da maioria dos portistas. Quando marcou aquele espetacular golo de trivela comentei com o meu irmão pronto já pode falhar 100 vezes. Para mim com as opções que Lopetegui tem raramente entrava no onze, marcou 3 golos (na liga) e 2 foram de penaltis e com ele em campo mais ninguém marca as bolas paradas (ou raramente).
    Quanto ao presidente JNPC para mim acho que não está para se consumir é como se fosse uma reforma dourada na companhia da família.
    A Lopetegui as poucas críticas que faço (para mim normalmente jogava Ruben Neves e alguns jogadores por ele “adquiridos” não vejo nada de especial como Angel N, Adriano Lopes…) são esquecidas com a sua maneira de enfrentar os energúmenos da dita imprensa.
    Já não tenho pachorra para ver o Cutty Sark e Cª mas por vezes faço zapping e rapidamente mudo é como a visita ao blogue do meu homónimo. Ontem ao navegar assisti (num minuto) a estas pérolas: na RTP a dita TV de serviço público o bacoco de serviço (um antigo dirigente do sportem) dizia “… Lopetegui ao referir-se mais uma vez arbitragem perde a credibilidade pois que no seu entender não devia falar noutros jogos e se comentasse que no seu entender ficou um possível penalti por marcar aos 14 minutos era aceitável…aquilo fez-me tal azia que mudei para a TVI e para meu espanto assisti a Manuel S a dizer que … o lance sobre o Hernâni era duvidoso mas que parecia-lhe penalti e de seguida o expert vermelho disse talvez fosse penalti que já tinha visto marcar por menos e nem refiro o que disse o C Sark.
    O despudor e a lata desta gente é que devemos comer e calar e por isso mesmo é que não entendo JNPC/SAD/PC.
    Acho que para esta gentinha já não se tem direito á indignação e se por uma vez tivermos uma arbitragem que nos favoreça ou que prejudique um clube do centralismo vai cair o Carmo e a Trindade.
    Já agora vamos ter o árbitro dito portista (JS) mas por coincidência prejudica sempre o FCP (é mais um dos inteligentes que sabe como prejudicar sem ser escandaloso) o chefe da pandilha Vítor Pereira cada vez está certinho.

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  2. Caro Silva Pereira,

    Eu estou com o Lopetegui pelos motivos que citei, mas reconheço que ainda lhe falta limar algumas arestas, como aquelas que tanto você como eu aqui explicitamos. Creio mesmo que se tem dado tantas oportunidades ao Quaresma é mais para não contrariar os "quaresmomaníacos" do que por vontade própria (que a tem).
    Quanto aos portistas avençados, por mais que esforcem, não passam de videirinhos dispostos a vender os próprios pais para terem uns cobres a mais no Banco. Carácter para eles, é coisa enfadonha, própria de gente chata e antiquada. A mim, que até nem os conheço pessoalmente, causam-me vergonha. Mas, o que é que podemos fazer. A vida está para esta gentinha.

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  3. Quem tem tanta posse e tanto domínio, tem de criar mais oportunidades, já nem digo marcar mais golos, já que somos a equipa mais concretizadora. Os dois médios interiores têm de aparecer mais na frente, os centrais têm de ter ordem para subir e desequilibrar, quando os laterais estão bloqueados, Jackson não pode descer tanto.

    Abraço

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  4. O FCP peca por defeito de ter muito tempo de posse de bola, é um jogo bonito, mas, que consome o sócio e os adeptos, que querem é ver sempre o perigo na área adversária e golo o mais cedo possível.

    A maior parte dos nossos árbitros são uns pardais ou seja uns abutres ao serviço de um clube, bajulado por um cardápio ministros, jornalistas, dirigentes e funcionários públicos que tudo fazem a Bem do clube do regime.

    Estamos cheios de ser colonizados por esta corja de pinóquios, fanfarrões e vendedores de banha da cobra.
    Regionalização já, e podemos começar pelo futebol.
    O FCP pode e deve, ser alavanca para desmascarar este centralismo Lisboeta, mas, para que isso aconteça, têm que sair do conforto do deixar andar e vir apontar o dedo aos mafiosos oportunistas.

    Abílio Costa.

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  5. Acredito que o trabalho de Lopetegui pode dar frutos. A primeira liga continua viva, a esperança num bom trabalho na liga dos campeões mantém-se...
    Cabe ao FCP seguir o seu rumo sem desviar a atenção do essencial.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...