08 junho, 2016

RUI MOREIRA ARRASA CCDR-N POR CAUSA DOS FUNDOS COMUNITÁRIOS

“Critérios misteriosos e arbitrários, injustos e incompreensíveis”. Assim classificou Rui Moreira, esta terça-feira, o processo de atribuição pela CCDR-N das verbas comunitárias relativas ao programa Norte 2020
Após ter rejeitado, a semana passada, assinar o documento sobre fundos europeus destinados ao desenvolvimento urbano – tal como os congéneres Matosinhos, Vila Nova de Gaia e Gondomar –, o presidente da Câmara do Porto voltou a questionar a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) durante a reunião do executivo camarário que teve lugar esta manhã.
“A história deste processo não pode ser reescrita em função de conveniências político-partidárias que encaixem mais ou menos bem nas narrativas emanadas pelos diretórios partidários”, assinalou Rui Moreira, citado pelo Porto.pt, o portal da autarquia.
Recorde-se que pouco depois de ter sido conhecida a nega de vários municípios aos critérios da CCDR-N, o presidente desta entidade, Emídio Gomes, foi afastado do cargo pelo Governo.
“A disparidade é clara e gritante. Por que razão cada munícipe de Santa Maria da Feira, Vila Nova de Gaia ou Gondomar tem menos de 100 euros de fundos comunitários até 2020 e um de São João da Madeira tem 347 euros e Espinho 312? Qual é o critério? Porquê?”, referiu o autarca portuense.
Assim, “e não havendo critérios nem justiça”, Moreira deixou no ar várias perguntas: “Por que razão Gondomar ficaria com 8,4 milhões de euros a menos do que mandaria o critério populacional? E por que ficaria Paredes com menos 2,4 milhões? E qual a razão para que Valongo fosse prejudicada em 2,6 milhões?”
Rui Moreira falou ainda em solidariedade, ou falta dela, dos concelhos que foram “claramente beneficiados na simpática distribuição dos fundos” para com os municípios que acabaram por sair prejudicados.
“Poder-se-ia dar o caso – e seria legítimo até – que o Porto, ao reclamar aquilo a que tinha direito obrigasse à redução da parcela atribuída a outros municípios. Do Norte, ou da Área Metropolitana. Não foi o caso. O Porto deixou que os municípios do Norte obtivessem o seu quinhão; não foi ouvido sobre o que cabia à Área Metropolitana do Porto. Reclamou sozinho durante dois anos enquanto os outros iam tratando das suas vidas. Não se queixou por esses municípios deixarem o Porto sozinho. Mas não se vergou”, sublinhou.
Refira-se que PS, PSD e PCP, os partidos representados no executivo municipal do Porto além da lista independente de Rui Moreira, referiram durante a reunião desta terça-feira estarem de acordo com a tomada de posição do autarca.
[Porto24]
Nota de RoP:
Rui Moreira tem razão. Curiosamente (ou nem por isso), foi Emídio Gomes o recém exonerado Presidente da CCDRN, agora membro da estrutura directiva do FCPorto, quem resolveu desobedecer ao que estava combinado, enviando o contrato de acordo para assinar, sem levar em consideração o que já estava negociado (graças a Rui Moreira), demonstrando que não é homem para causas e sim para conveniências partidárias. É com este rigor que agora o FCPorto escolhe os seus colaboradores. Antes, apoiou Luis Filipe Menezes nas autárquicas do Porto, agora chamou para o FCPorto Emídio Gomes. 

Será que também me vão processar? Deixa-me estar caladinho senão ainda me acontece qualquer coisa...

5 comentários:

  1. Este é o tipo de liderança da pulhice, de gente que é escolhida para certos cargos sem qualquer tipo de critério. Eu não conheço o sr Emídio, mas depois de tudo isto questiono o que é que ele está a fazer no meu clube FCP.

    Eu não votei no Sr Rui Moreira, mas gosto de gente como ele, que está atento a este tipo de critérios de moeda ao ar.
    Nós precisamos de gente de cá que sinta a cidade a região e não espingardas de canos rebentados, mas de tiros certeiros.
    Faça obra, defenda a cidade, nas próximas legislativas terá o meu voto.

    Abílio Costa.

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  2. Ainda há dias publiquei aqui no Renovar o Porto uma crónica do Sr.Emídio Gomes pela aparente componente afectiva que dava à cidade do Porto (a sua cidade, segundo diz...). Pois é, mas para certas pessoas o amor ao Porto muitas vezes vai de férias quando o tempo a isso menos aconselha.

    Pois bem, o FCPorto chamou-o... Espero que não seja para ponta de lança, nem para guarda-redes.

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  3. Pois é caro Rui, isto deixa uma pessoa desorientada.

    Ora vejamos, há uns anos Pinto da Costa crítica o centralismo e Rui Moreira diz que o discurso está ultrapassado. Hoje dá-lhe razão.

    Há uns anos Rui Moreira era a favor de tudo o que era privatização. Desde que se tornou Presidente da Câmara percebeu que há sectores que quando privatizados lesam as populações e a economia das regiões.

    Por outro lado Pinto da Costa fala e bem contra o centralismo castrador do desenvolvimento do país, e depois contrata Emídio.
    Interesses? Politica? Não faço ideia, imagino que uma explicação deve ter.

    Mas como tudo na nossa política e no nosso futebol é tão opaco, acabamos por não entender os detalhes.

    Não compreendemos os detalhes, mas compreendemos que o Norte continua a ser prejudicado ao sabor da disciplina partidária, que para esses "grandes" autarcas, é mais importante do que o bem estar das suas populações.

    País fascista, Norte vermelho, subserviente e pobre de espírito. Populações profundamente ignorantes. Regionalização impossível.

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  4. Soren,

    pelo sim, pelo não, é melhor não opinarmos sobre ninguém enquanto não vermos consolidada a sua personalidade. Mas temos também de aceitar que todos estão a tempo de mudar de ideias.

    Ao contrário de Rui Rio, que veio para o Porto contagiado pelo centralismo e que só quando estava para terminar o último mandato é que "admitiu" como necessária a descentralização, Rui Moreira já tinha percebido que as coisas não iam lá com sucessivos compassos de espera pelo momento oportuno para regionalizar. Pode ser que reforçando os poderes das autarquias as coisas possam melhorar. O problema é que ainda temos muitos gajos à frente de algumas autarquias do Norte que não têm espírito congregador, só levantam o dedo quando é para levar dinheiro, mesmo que outros tenham mais razões para o fazer. Um desses miseráveis exemplos é do Câmara de Penafiel.

    Enfim, aguardemos pelo fim da obra para avaliarmos o Homem. Quer melhor "exemplo" que Pinto da Costa? Diga lá: não é uma tremenda decepção?

    09/06/16, 14:19 Eliminar

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  5. mais um retrato da "aldeia"

    Portugal é um país pequeno, mas tanto? Escreve assim “O Observador”:

    …O Diário de Notícias e o Público, os dois diários de referência da imprensa nacional…

    Dos dados publicados pela APCT (Associação Portuguesa de Controle de Tiragens), no bimestre JAN/FEV.


    DN……... 26.433
    Público… 33.035

    JN……… 72.728

    Fica claro que a referencia é geográfica, e que o centralismo está arreigado, até na cabeça de quem, pela profissão, devia ser aberto à reflexão. Mas eles vêem mais a coisa como um feudo.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...