O treinador do FCPorto optou por um discurso calmo e muito ponderado, nas conferências de imprensa, o que seria de louvar num país respeitável. Mas, em Portugal, terra em que os políticos, mesmo com os exemplos miseráveis que nos têm dado, continuam a olhar para o futebol com o mesmo cuidado e independência que um bêbado olha para o álcool, é pura perda de tempo, é escancarar as portas para os abusos e faltas de respeito, como todos estamos fartos de saber. Essa postura fica-lhe bem, pessoalmente, mas Nuno Espírito Santo sabe melhor que nós, que o Porto à Porto, a expressão "Somos Porto" de que foi autor, não se praticou com falinhas mansas nem resignação perante as injustiças. Não! O FCPorto, impôs-se por reclamar alto e bom som, o que achava que devia reclamar quando percebia que estava a ser discriminado e prejudicado nos seus jogos, sendo a figura do presidente a primeira a dar o peito às balas. Portanto, para NES esta imagem de candura e tolerância para aqueles que não a merecem pode cair muito bem aos nossos eternos inimigos, mas para o FCPorto não cai, e só nos tem trazido dissabores. O respeito, é como o amor feliz, tem de ser recíproco, senão é uma farsa.
Outra coisa que já venho dizendo há muito tempo, é o acesso dos espectadores aos treinos. Não sei porque se abandonaram os treinos abertos. Era uma forma dos adeptos se aproximarem dos jogadores e de poderem avaliar com mais rigor o trabalho dos treinadores. Só assim lhes seria possivel compreenderem certas lacunas na evolução dos jogadores. No jogo de ontem, como aliás de muitos outros jogos, nota-se ainda muita parcimónia e atrapalhação no momento de rematar. É preciso treinar, treinar, treinar, as vezes que forem precisas para aperfeiçoar esta vertente do jogo, assim como o critério das desmarcações. Fazer horas extraordinárias, se necessário. Só para dar um exemplo, ontem, quando Corona entrou, teve pelo menos umas quatro fugas rápidas pela direita em que cruzou (e bem), mas que não resultaram em nada porque os companheiros não tiveram pernas para o acompanhar. E não me venham com a história do cansaço, porque isso ocorreu algumas vezes ainda na 1ª parte, e além disso, se os jogadores são jovens para umas coisas, têm de mostrar que o são para estas. Não serão os jovens mais resistentes e velozes que os menos jovens?
Outro aspecto que quanto a mim, "treinador de bancada", me parece estar mal, é o posicionamento dos jogadores na marcação dos cantos a nosso favor. Hão-de reparar, se puderem rever o jogo, que em vez de se repartirem por um círculo disperso e dinâmico, de modo a baralharem as marcações dos adversários, os nossos jogadores concentravam-se em atado numa zona específica, logo, mais fácil de controlar para os defesas contrários. Além disso, estas posições limitam muito as chances de chegar à bola, visto que se ela não fôr para o local onde o "molho" de jogadores se encontra, o mais certo é ninguém lhe acertar, ou até, na melhor das hipóteses, se a bola calhar de ir para o "molho" podem atrapalhar-se por quererem todos chegar à bola (aliás a atrapalhação por atropelo verificou-se na grande área contrária, resultando a oportunidade de marcar em nada). Quando NESanto afirma que a juventude é uma virtude que temos de potenciar, há que trabalhar muito nesse sentido e não pode usar esse argumento todo o campeonato. Já chega de eternas esperas. Os jogadores são jovens, de facto, precisam de crescer técnica e fisicamente, mas a partir do momento em que são chamados à equipa principal, têm de atalhar caminho e evoluir rapidamente para justificarem a promoção, caso contrário, retiram sentido à importância da equipa B.
Nota de RoP:
- Há jogadores que se destacam pela maturidade e sentido de responsabilidade, uns mais que outros ainda, e isso tem de ser mais homogéneo. São eles Danilo, Layún, Maxi Pereira, Marcano, Alex Telles e Casillas. Todos podem alternar a braçadeira de capitão. Os outros têm de ganhar maturidade, ainda é cedo para comandarem (penso eu de que)...
- Sem pudor, nem sentido ético, o corrompido Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol decidiu suspender o actual Director Geral do FCPorto Luís Gonçalves por 8 dias, apenas por ter dito aquilo que qualquer pessoa minimamente atenta, e HONESTA já percebeu, isto é, que o FCPorto tem vindo a ser reiterada e vergonhosamente prejudicado e roubado por quem devia pautar pela isençaõ e integridade.
- Como referi neste mesmo post, não adianta nada portarmo-nos como seminaristas, como os meninos exemplo do futebol português, porque é isso mesmo que eles pretendem para poderem fazer as coisas pelo outro lado, para levarem o clube dos mafiosos ao colo. Eu disse mafiosos, senhores mandões do Conselho da Indisciplina, atrevam-se a processar-me a mim que eu cá estarei para me defender, seus escroques! Sempre quero ver se esta intimidação asquerosa vai ter direito a uma resposta à altura do FCPorto, ou se vamos continuar a comer e calar com as decisões provocatórias deste gangue travestido de organismo disciplinar!
Boas!
ResponderEliminarTive ontem a oportunidade de ir ver este jogo ao vivo.
Honestamente nao me apetece falar ou classificar sobre a qualidade do jogo jogado pois já tudo foi dito...
Apenas uma nota para, quando chego ao carro, está o NES a falar o que pensa sobre o jogo e deu-me uma sensaçao de nausea, nao sei ainda bem porquê mas estou a puxar pelas ideias....
Pelo amor de deus! mas que é isto!!!
DB
Análise perfeita ao jogo e ao comportamento dos jogadores na partida, daí as minhas visitas regulares ao blog. Devo confessar que ainda não digeri a miserável Final da Taça de Portugal o que em muito determinou que desde Maio não tenha ainda entrado no Estádio do Dragão. Todavia o que mais me admirou foi o respeitável público presente, aquando da substituição tardia do senhor Herrera, ter interrompido os seus habituais assobios para os trocarem por calorosos aplausos dirigidos a um dos mais fracos jogadores do plantel do FCP. Tudo isto dá para medir o nível de exigência que se apoderou desta nova, necessária, contudo estranha geração de Portistas. Forjei-me como adepto no Tribunal e que se saiba nunca os adeptos descambaram para os tipos de comportamento que agora se verificam. Sinais dos Tempos ? Talvez !
ResponderEliminarNES não me inspira confiança. Acho-o pouco seguro do trabalho que vem fazendo. Já era tempo de a equipa se mostrar mais consistente. Ficamos sempre, antes dos jogos, numa situação de expectativa de pré-época quando já vamos em Novembro. Porque raio alguém obriga NES a ter que utilizar Herrera e as desastrosas consequências da sua utilização. Com ele na equipa é um fartote de passes mal "guiados". Perdas de bola comprometedoras exigindo a Danilo a tarefa de cuidar de si e das asneiras do Herrera. Tudo isto não é ocasional. Herrera é aquela prenda que nos primeiros tempos de FCP e chamado à equipa, foi na circunstância colocar-se na barreira para se opor a um livre da equipa contrária. Antes de tempo saiu da barreira, consequência : CARTÃO AMARELO. Repetição do livre e porque ninguém tinha feito um desenho para mostrar ao Herrera, volta a sair da barreira antes de tempo, consequência: 2º CARTÃO AMARELO e RUA. Esteve cinco minutos em campo. Que saudades !
Cumprimentos
Viva, Olaio!
ResponderEliminarSe a raiz dos problemas do FCPorto está há muito identificada, quase se torna desnecessário encontrar as outras causas, porque são uma consequência da principal. Mesmo assim, é-me difícil encontrar uma explicação objectiva para tanto desacerto e com protagonistas diferentes. Foi Paulo Fonseca, Luís Castro, Lopetegui, Peseiro e agora o Nuno. Nenhum foi capaz de quebrar o enguiço das más exibições, dos maus passes, da posse de bola estéril, do jogo regressivo, da falta de eficácia. Mas, o que é que se passa? Serão os jogadores, todos, uns nabos, ou serão os treinadores que não prestam?
Às vezes penso que os treinadores de agora não fazem o trabalho todo, que não sabem ensinar (ou corrigir) os jogadores a chutar uma bola sem a levantar, a imprimir-lhe força e boa direcção, a controlar uma bola, a fazer um passe sem parecer um remate, a desmarcarem-se. Enfim, fica-se com a ideia que os treinos são limitados a rotinas pré-estabelecidas, aos chamados meiínhos, à preparação física e pouco mais. Isto, porque não é compreensível a constatação destas dificuldades durante tanto tempo, com jogadores e treinadores diferentes.
Enfim, que mais nos irá a acontecer, se do líder do passado só resta a aparência?
O grande problema desta equipa é continuar com os mesmos vícios do Lopetegui, no passa repassa para chutar à baliza ou seja antes rematar fazem muitas Flores são poucos práticos e perdem muito tempo. Isto também se passa com a equipa B e as outras formações. Não sei se este estilo de futebol faz parte do cardápio de jogar com adorno!... Que é uma equipa que faz os sócios sofrer lá isso é. Até o treinador parece estar possuído e bloqueado por tanta trapalhada.
ResponderEliminarAbílio Costa.