09 novembro, 2016

O mundo vai ver o que é Democracia à moda de Trump!

Winston Churchill

Por mais actualizada que esteja a célebre frase de Churchill sobre a bondade da Democracia, continuo a considerar profundamente errado continuarmos a dar-lhe lastro. Antes de mais, porque à época em que a declarou, o mundo moderno mal sabia o que era a Democracia, ou como se praticava, e porque os países que procuravam regimentá-la ainda viviam as primeiras experiências. 

O termo democracia tem origem no grego antigo (século V, a.C.) e foi inventado para designar os sistemas políticos então existentes por oposição à aristocracia grega, mas nem por isso generalizou o seu exercício. Só os filhos homens originais de Atenas, a podiam exercer. Mulheres, e escravos, ou estrangeiros, ficavam fora dessa pequena elite. Como plataforma de arranque, foi um grande feito para a Grécia e para o Mundo, mas como exemplo, foi desde logo, uma absoluta contradição, ou não houvesse ainda a escravatura... Mesmo assim, foi um digno primeiro passo (fossemos nós tão afoitos a implantar a regionalização).  

Falávamos do  século V, antes de Cristo, não sei se estão bem a medir a distância... E agora, passados tantos séculos, como estamos? Quais foram os progressos mais significativos dessa época ancestral, até aos nossos dias? Melhor Democracia? Mais deveres? Mais direitos? Mais respeito? Mais Honradez? Mais Humanismo? Mais Paz?

Bem, suponho ser desnecessário perder muito tempo para encontrar a resposta, porque ela está aos olhos de toda a gente que gosta de pensar. Todos os pequenos passos (sempre pequenos) que se deram no sentido de burilar e esmerar essa inacabada escultura chamada Democracia têm sido permanentemente sujeitos a grandes recuos, tornando a tarefa mais dura, longa e sempre adiada.

Por isso, é que hoje já não devemos realçar a frase de Churchill, sob pena de a tornarmos uma verdade inatacável, uma espécie de fatalidade, uma negação do progresso. Para mim, o problema resume-se a isto: integridade. Lamento repetir-me, não tenho como contornar este facto. Nenhum decreto, nenhuma lei vale a pena, se antecipadamente não pressupôr rigôr, cumprimento, dever, sobretudo em Democracia. É esse o grande mal das democracias postiças. A vigarice política, económica e social, é uma prática comum, e a inimputabilidade uma consequência rotineira  (Duarte Lima. é suspeitoo de  homocídio no Brasil, e vive em residência principesca os frutos dos seus crimes).

Olhemos apenas para os escândalos mais mediáticos (há muitos outros), da Banca,  de Sócrates, de Duarte Lima, de Durão Barroso, de François Hollande, e mais recentemente para o tiro "fiscal" de António Costa, de querer dar tratamento excepcional ao futuro administrador da CGD, sem se preocupar com a mancha de descrédito que a cedência representa para a opinião pública e para a própria saúde da Democracia.

Hillary Clinton, por ter deixado rabos de palha, enquanto secretária de Estado, abriu as portas a um ditador, fazendo lembrar o modo como Adolfo Hitler chegou ao poder na Alemanha. E agora? Quem será responsabilizado pelas loucuras que um homem daqueles eventualmente venha a cometer? O povo americano que lhe deu o voto? Sim, na América do Norte!

Mas, cá, em Portugal, somos todos nós! Porque nos deixamos enredar facilmente pelas verdades à la carte dos políticos, por promessas efémeras, por filosofias de ocasião, sem nos darmos ao trabalho de as contestar quando se tornam retrógradas.

Vivemos todos num palco global pré-anaquista, de imoralidade e violência. Somos meros figurantes, mal pagos e mal tratados, por gente provável e éticamente inferior a nós. Somos superiores, na forma como estamos na vida, e lidamos com os outros, e no entanto, dita a tal democracia fatalista de Churchill que são os medíocres quem nos devem dizer como se faz...

Saúde, ao movimento "Occupy Wall Street"! E, cuidado com a Trampa!

Obs.
Curiosas, as "afinidades" com os E.U. nas declarações dos "líderes" europeus  dirigidas a Trump. 

Vejamos:

François Holland (França):
Os E.U. constituem um parceiro de primeiríssimo plano...

Angela Merkel (Alemanha):
A Alemanha e os E.U. estão ligados por valores...

Benjamin Netanyahu (Israel):
Trump, é um verdadeiro amigo de Israel, Estou impaciente por trabalhar com ele...

Shinzo Abe (Japão):
Espero estabelecer o mais rapidamente possível uma relação de confiança com a nova administração...

Enrique Peña Nieto (México):
Os E.U. e o México são amigos e aliados...

Ainda ontem, todos faziam figas para que Trump não ganhasse as eleições. Bastou um dia para todos começarem a engraxar o homem. Realmente, à força do dinheiro ninguém resiste. Querem lá eles saber da paz mundial ou da preservação do planeta! Santa hipocrisia! Ou será apenas MEDO?

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