17 abril, 2017

É preciso lutar, lutar, lutar

Tenho plena consciência das restrições mediáticas de um blogue. Está muito longe de atingir as audiências dos media tradicionais, com os quais provavelmente nunca poderá competir. Um blogue, para ser abrangente e conquistar leitores, só tem uma alternativa, que é conectar-se a outras redes sociais (como o Facebook), e correr o risco de ser enxameado pela poltronice de anónimos cujo passatempo predilecto é comentar insultando, por carências absolutas de toda a ordem, predominantemente éticas. Foi por ter chegado a essa conclusão que desactivei a minha conta no Facebook faz muito tempo, praticamente desde que apareceu na Net.

Apesar desses constrangimentos, ou por causa deles, continua a chocar-me muito a cobardia corporativista a que chegou a comunicação social. De ter desistido da sua principal função: a pedagogia de informar todo o público com isenção, sem medos nem conveniências. É concentrados na capital que estão implantados 99% dos media, alguns deles surripados ao Porto com a conivência dos seus proprietários (homens do norte, sem norte).

Evocar os valores da democracia é talvez a tónica mais comum dos articulistas. De tanto nos habituarmos a lê-la, fomos associando a figura do jornalista à liberdade, ao sentido de justiça, à luta contra a discriminação. Não obstante, continuam a fazer de conta que não sabem o que se está a fazer ao FCPorto. Homens e mulheres, profissionais da escrita, pessoas aparentemente civilizadas, pactuam passiva e activamente com esta insídia, este racismo clubista, como se nada de grave estivesse a acontecer, continuando a bater na tecla da democracia sem querer perceber quão revoltante e falsa é a sua postura!   

Atentos a tudo, são incapazes de ver e repelir a discriminação que nos é imposta. Escancaram depressa olhos e boca, para falar do FCPorto se a temática tiver cariz depreciativo. Foi o caso ainda recente dos cantigos infelizes dos Super-Dragões. Todo o país ficou a saber, como manda a cartilha... Quando estas ocorrências têm origem no Benfica, branqueiam, encobrem, protegem, "democraticamente"... É sempre assim, só os jornalistas não vêem.

Afinal, onde é que páram, que ninguém os vê, os tais jornalistas bonzinhos de que falei há dias, para denunciar a discriminação praticada pelos seus próprios colegas? Decorridos tantos anos, ainda não foram capazes de perceber o que se passa? Sim, senhores jornalistas bonzinhos (se me estiverem a ler) vocês são permissivos, por isso cumplíces dos vossos colegas sem escrúpulos, portanto, arriscam-se a serem tratados por igual, e com toda a justiça. Depois, não venham queixar-se dos populismos e das generalizações, porque é a vossa cobardia que os abastece, mais nada.

Sobre a fama dos jornalistas estamos conversados, não vale a pena bater no ceguinho, enquanto o ceguinho continuar a preferir viver nas trevas. Mas, há uma estação de televisão, que é o Porto Canal, que não pode dar-se a esse luxo, que está "proibida" de cooperar com a discriminação dos seus colegas centralistas, sob pena de se autodestruir. O FCPorto é sócio maioritário do Porto Canal, portanto com direitos legítimos de soberania sobre o alinhamento editorial da sua empresa, com as responsabilidades inerentes ao estatuto.

O Porto Canal terá mesmo de optar por uma via combativa, resiliente, corajosa na defesa do clube que lhe paga. Se desistir, se não souber confrontar o próprio poder político no caso das arbitragens, obrigando-o a assumir-se como último reduto arbitral desta nova campanha anti-portista, arrisca-se a ser o coveiro do seu próprio patrão, e o maior traidor  dos portistas em todo o mundo.

Se a Direcção do Porto Canal teimar no caminho escorregadio de querer conciliar os interesses do FCPorto com os interesses ambíguos de uma tv generalista, onde poderá ver-se forçado a conviver com entidades hostis ao nosso clube, expondo-o a outros perigos, correrá riscos previsíveis. Nesse caso, a alternativa, passará talvez por fazer do Porto Canal, um canal generalista, igual a tantos outros, vulgar e imbecilizante, ou seja: apenas mais um canal (contra nós), sediado no Porto, até ser capturado pela capital.

Nota: 
Disse, em artigo anterior, que o FCPorto cometerá um erro tremendo se deixar os seus argumentos de defesa condicionados ao programa Universo Porto de Bancada. O facto de o FCPorto ter decidido acabar com a política do silêncio e só passado 3 anos ter começado a falar, não valeu de nada, porque os media vão continuar a criticar o(s) dirigente(s), com a inclusão de Pinto da Costa, como se ele tivesse passado estes últimos anos a partir a loiça toda, coisa que os portistas, melhor que ninguém, sabem não ser verdade. Por isso, tanto critiquei o silêncio do presidente Pinto da Costa, e como se constata, tinha as minhas razões.  

Estamos a lidar com gente mafiosa, habituada a converter crimes próprios em crimes alheios, e é isso que já estão a fazer. Ora atacam, caluniam, perseguem, ora se travestem de gente "pacífica" amiga dos bons costumes. Os media, depois fazem o resto. O que eles querem agora é criar um clima tranquilo com a aproximação do fim do campeonato, já que o FCPorto  teve a gentileza de lhes dar mais 3 pontos de acalmia...

O FCPorto tem de fazer perceber ao Governo que este assunto é muito grave, e que não está mais disposto a tolerar afrontas.  

3 comentários:

  1. O amigo tem toda a razão, só não se percebe porque tem tão pouca gente a apoiar o seu trabalho.

    Se calhar também são como os jornalistas, devem ter medo.

    JotaSantos

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  2. Meu caro,

    até pode ter razão, mas ninguém é obrigado a apoiar o que escrevo. Além de que não quero complicar a vida a ninguém.

    Hoje, as pessoas, até da própria sombra têm medo. Não compreendo, mas cada qual responde por si.

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  3. É que hoje em dia ninguém quer dar a cara. Preferem salvar o coiro. Não há hombridade.

    O FC Porto andou anos a assobiar para o lado. No processo de adormecimento perdeu ADN e deixou o Benfica roubar, roubar, controlar todas as instituições. Agora o trabalho para desmascarar o Polvo e lutar contra tanta vermelhagem é complicado.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...