30 dezembro, 2008

Depois das rabanadas, a luta continua!

O post de Rui Farinas abaixo publicado, traduz, em poucas palavras, aquilo que muitos tripeiros e nortenhos pensam e raramente têm oportunidade para o dizer. Ele fala em "bater na mesma tecla", porque tem a percepção da realidade que domina este país, fracturado por um centralismo obsessivo e cego, que o descaracteriza e empobrece como uma autêntica peste. O Rui Farinas, como muitos de nós, tem a consciência da difusão massiva de uma "cultura" importada, feita à medida dos interesses do Terreiro do Paço, que, qual cancro maligno, não pára de crescer e criar metástases, como o desemprego e a miséria social. O Porto, em particular, e o Norte, em geral, são as regiões mais esquecidas pela macrocefalia da capital. Só nega isto quem estiver de má fé, porque os factos são por demais evidentes e prolíferos. Por isso, como pessoa conscienciosa que é, Rui Farinas sabe que tem de se repetir, de contrariar alguma tendência para o comodismo do silêncio, para a submissão do preconceito, que alguns manifestam.
Como ficou bem exposto na coluna de texto aqui à direita, desde o primeiro dia deste blogue, ele não foi criado para abrir as portas aos nossos inimigos (sim, inimigos). Bem pelo contrário, foi para abri-las aos de cá, aos amordaçados locais, aos que amam e sentem na pele a cidade do Porto e vivem no terreno os seus problemas. Não foi gerado para pulhas, de cá (sim, porque, por aqui também os há) e do exterior, e muito menos para aqueles grandes hipócritas que odeiam o Porto quando ele se agita e revolta, e o "adoram", quando se cala e parece deixar-se domar.
O Renovar o Porto, também não foi concebido para dar aulas de Democracia ao país, porque isso é coisa que o Centralismo melhor que nada, tratou (e trata) de provar que não existe. Por que haveríamos nós, afinal, de nos preocuparmos com o que não existe? O que temos de fazer é exactamente o contrário. Acordar as pessoas que eventualmente ainda não o tenham percebido. A Democracia em Portugal (e não só) é o grande embuste da História recente.
Dá-me alguma vontade de rir que alguns de boa fé, quando se contesta esta realidade, se agarrem à tradicional lengalenga de que a Democracia, é o "menos mau de todos os regimes", porque o "menos mau", ao contrário do que a expressão deixa transparecer, pode não significar sequer razoável, mas em rigor, um regime inacabado. É que a Democracia tem sido abordada como uma referência sagrada, intocável quase, quando devia era continuar a ser construída. E não está. Dorme ou está cansada. É preciso despertá-la.
Não me parece portanto, que quando criticamos o que não existe (a Democracia), se deva argumentar como se estivéssemos a tratar de realidades concretas, porque Democracia é muito mais do que votar e falar livremente. A Democracia objectiva o poder do povo efectivo. Não pode realizar-se em pleno, enquanto os eleitores não dispuserem de mecanismos simples de rejeição dos seus representantes menos dignos, inaptos e oportunistas.
A Democracia é, também, organização, em Liberdade. Não pode estar nas mãos de canalha, nem subjugar-se à escória social e económica que acompanha frequentemente alguns políticos. Essa é uma Democracia doente. Deixá-la como está, é promover o seu contágio às populações. Tem de ser mexida e ordenada. Convencermo-nos que a Democracia é uma espécie de diamante lapidado, é um profundo erro. A Democracia ainda não passa de uma intenção, não pode ser abordada como uma flor de estufa, pela sempre-eterna vulnerabilidade às ditaduras. Só democracias fracas e por construir, como a nossa, são verdadeiramente vulneráveis.
Reparem bem. Não me preocupa nada que me acusem de anti-democrata porque, como já o afirmei, não sei ainda com rigor o que é ser democrata. No entanto, é bom, de vez em quando, deixar fluir o pensamento das correntes contrárias para vermos bem como estruturam as suas ideias em relação aos portuenses e nortenhos. Quando os contrariamos, quando dizemos aquilo que eles não estão habituados a ouvir e a ler,pela quase ausência de contraditório nos meios de comunicação existentes, para além daquelas tretas que já cansámos de ouvir, de que a "culpa é nossa, etc", recorrem invariavelmente ao insulto, à tentativa de amesquinhamento.
Há aqui, de novo, um pirata que insiste em querer convencer-nos que gosta muito do Porto, mas não perde uma oportunidade para se pôr em bicos de pés, como é hábito (como diz o António Alves) dos «lisbonários». É só dar-lhes corda, que os modos ofensivos e pedantes não tardam a chegar à caixa de comentários. Só que, aqui, têm azar... Os insultos e ofensas são devolvidos ao remetente. Engolem-nos, como sapos.

2 comentários:

  1. Esses tiques de suposta superioridade, só nos dá vontade rir e eu nem ligo. São os amigos do "Rio" que se contentam com migalhas e deliram com pouca coisa coisa.
    Enfim, vão para o Céu de certeza.
    Um abraço

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  2. Se Rui Rio não gosta do Porto como não podiam ser amigos dele estes anjos da capital?

    Como dizem as mulheres: são uns "queridos".

    Um abraço VP

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...