01 janeiro, 2009

Rio na liderança II

Algumas pessoas poderão ter pensado que o que eu escrevi aqui foi uma espécie de conversão minha a Rui Rio. Nada mais errado. Foi, acima de tudo, uma crítica à lastimável oposição, principalmente ao PS. Mantenho essa crítica. Continuo a pensar que Rui Rio segue na liderança clara na corrida à próxima eleição para a Câmara do Porto.

Hoje – estrategicamente no dia de ano novo – o JN brindou-nos com uma entrevista a Elisa Ferreira, a mais que provável candidata pelo PS à edilidade da invicta. O que se lê não me traz grande esperança. Além da costumeira declaração de amor ao Porto – pelo menos maior que o que tem a Bruxelas – pouco se extrai de substantivo. A entrevista fica-se pela crítica àquilo que é mais fácil criticar em Rio: a sua cobardia política em relação ao FC Porto e o disparate Metro na Boavista para pagar a pista das corridas de automóveis. Diz também um conjunto de generalidades que qualquer político bem treinado usualmente diz. Quanto a questões importantíssimas como o Aeroporto ou o caso dos fundos europeus destinados às regiões de convergência desviados pelo governo para Lisboa nem uma palavra. Coisas estrategicamente esquecidas pelos entrevistadores. Enfim, uma entrevista que cheira abundantemente a frete do JN e do seu director.

13 comentários:

  1. Mesmo assim, concordando com a sua análise, considero que Elisa Ferreira tem hipóteses de ganhar a Câmara, caso se candidate.

    Há uma legião de "padrinhos" fiéis a Rui Rio que, apesar dos 2 miseráveis mandatos que já leva continuarão a prestar-lhe vassalagem, disso não duvido, mas não deve ser suficiente para voltar a ganhar. Não há obra, não jeito, não há ambição, há problemas...Não quero acreditar que os portuenses sejam tão autistas.
    Quanto a Elisa, receio que não saiba impor-se ao patrão da capital para exigir-lhe o que o Porto precisa. Penso que já devia ter preparado a "pré-campanha".

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  2. A Elisa tem um handicap: o PS-Porto. Sim, esse partido que até pretende candidatar o vice do Ferreira Torres.Mas isto ainda vai no início. Esperemos pelos próximos desenvolvimentos. No entanto até eu voto na Elisa. Nem que seja por exclusão de partes.

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  3. Meu caro A.Alves quais são as alternativas? O candidato do Bloco de Esquerda? Não chega dizer que a Elisa não serve e falar do Ps -Porto, é preciso falar em alternativas... quem é que você acha que devia ser o candidato, para o Porto ficar bem servido?
    Essa conversa só serve os interesses do actual presidente da Câmara. Se houver convergência, se todos puxarem para o mesmo lado e não estiverem já a contestar, por isto ou por aquilo, é possível derrotar o "Rio", caso contrário ele volta a ganhar e toda a gente vai continuar a criticar, mas sem adiantar nada.
    Um abraço

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  4. Concordo. Mas, é nestas decisões completamente "Kamikazes" dos partidos políticos, que o tal carácter indivídual, que tantos teimam em querer separar da intervenção política, tem de entrar (ou não) no cenário habitual da politiquice rasteira e fazer a diferença.

    É aqui, portanto, que Elisa Ferreira, tem de mostrar o que vale e dizer ao que vem.Se não o fizer e em tempo útil, perde esta preciosa oportinidade de ganhar a Rui Rio a CMP.

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  5. resposta ao dragão de vila pouca:

    derrotar Rio como um fim em si não adianta nada. para que me serve derrotar Rio se o substituto não acrescentar nada de novo? Elisa precisa de se mostrar verdadeiramente alternativa. Quero saber o que ela pensa e, mais importante ainda, o que ele propõe em questões tão importantes como a regionalização, o aeroporto, os fundos europeus, o metro. quero coisas concretas e não generalidades. além de que ela tem dificuldade em demarcar-se do governo que, como sabemos, a exemplo de outros anteriores, é incapaz de ver muito para além de Vila Franca de Xira. não me venham com a conversa do costume das 'uniões'. eu quero coisas concretas e objectivas. derrotar Rio apenas e colocar lá alguém subserviente a um governo centralista com a promessa que assim conseguirá a boa vontade de lisboa não me interessa. eu muito mais que dinheiro quero autonomia. não aceito o estatuto secundário que insistem em colar-me. ponto. prefiro ser mais pobre mais muito mais independente. o Porto tem potencial para se tornar o melhor centro urbano do lado ocidental da península. tem é que se libertar do lugar secundário que pretendem impor-lhe. os de fora e os de dentro.

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  6. Eu penso que a primeira coisa, a questão fundamental, é derrotar o actual presidente da Câmara. Para isso penso que a melhor solução é Elisa Ferreira, que na altura própria falará de tudo e de todas as preocupações que temos acerca da cidade. Mandar bocas, prometer tudo e mais alguma coisa, de forma populista e demagógica, não é da forma de ser da candidata do PS.
    Ah e é dragão Vila Pouca e não dragão de vila pouca.
    Dragão de portista e Vila Pouca de nome.
    Um abraço

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  7. Aqui, meu caro Vila Pouca, discordo de si.
    Derrotar Rui Rio,só por derrotar, não me interessa para nada. O António Alves está correcto.

    Eu não gosto de Rui Rio, mas não é só porque afrontou e desconsiderou o FCPorto. Isso, confesso,de início, também pesou na minha antipatia.
    Mas agora, não gosto por outras e mais vastas razões. Não quero um Presiente da Câmara para o Porto só por ser portista, tem de ser isso, mas muito mais do que isso.
    A cidade é muito o FCPorto, mas certamente que concordará, que não é só isso, há mais instituições e clubes (a propósito, vou publicar a seguir um artigo de hoje do Público que lhe dará uma enorme satisfação).

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  8. caro Vila Pouca,

    O que temos visto - e lido - até agora é a repetição de Francisco Assis. Dizia ele que Sócrates era o primei ministro mais disposto a investir no Norte e no Porto. Eu não vi nada. Será por o PS ter perdido as eleições? A Elisa Ferreira diz que só avança se houver um compromisso forte ppor parte do governo - leia-se dinheiro - em relação ao Porto e ao Norte. mas quem somos nós? pedintes condenados a votar no partido do governo para termos direito àquuilo que nos pertence?

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  9. Eu não escolho as minhas simpatias políticas em função do F.C.Porto e se não gosto do "Rio" é por todas as razões, incluindo como é óbvio, as afrontas lamentáveis, que fez, e continua a fazer, ao F.C.Porto.
    Comparar a candidatura de Elisa Ferreira com a de F.Assis, desculpem lá, mas é um absurdo total.
    Assis não tem nada a ver com o Porto. Elisa tem tudo!
    Assis não tem a capacidade, a competência e, principalmente, a independência de Elisa. Dizer que com Elisa seria mais do mesmo, seria igual a "Rio", leva-me a pensar que vocês conhecem mal a actual eurodeputada.
    Mas eu continuo é sem saber quem é que seria uma boa solução...
    Rui Moreira não avança de certeza e sinceramente quem?... Digam-me!
    Ah, uma coisa : essa ideia que eu, porque tenho um blog que nasceu para falar do F.C.Porto e de futebol, não tenho mais nada para além disso, é uma imagem que só pode vir de pessoas que me conhecem muito mal.
    Um abraço e por mim esta história está encerrada.

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  10. Caro Vila Pouca,

    Não me parece que alguém tenha escrito ou sequer insinuado que você por ter (e muito bem) um blogue temático para o FCPorto, "não tem mais nada". Tenhámos calma porque temos um factor muito importante a unir-nos, além, claro, do FCP: o Porto.

    Temos de conviver um pouco melhor com o contraditório e com opiniões diferentes. Eu, só não tolero (e assumo-o), é a opinião suspeita dos centralistas e dos falsos amigos do Porto. Com esses, não me preocupo em ser democrata. Faço-lhes, apenas, aquilo que eles nos fazem há muitos anos. Desprezo-os. Só com uma diferença: não digo que gosto muito deles, porque não sou hipócrita.

    Agora, continuo a achar relevante não nos deixarmos entusiasmar com candidato(a)s simpático(a)s sem nos preocuparmos com o conteúdo das suas ideias para a cidade e com a sua determinação em bater, se preciso fôr, o pé a "Sócrates".

    Já aqui escrevi sobre a minha simpatia por E. Ferreira, e reconheço-lhe também capacidades importantes para o cargo de Presidente da Câmara, mas ela precisa de assumir uma postura mais ambiciosa, mais objectiva e determinada, quanto àquilo que pretende fazer para (e pelo) Porto e com que cartas e apoios conta para se decidir. Há alguma ambiguidade em parte do seu discurso que me preocupa e que, pessoalmente, me deixa apreensivo.

    Como refere o A. Alves, se ela não apresentar a Sócrates como condições para assumir o cargo de P.Câmara as tais garantias (money e mais autonomia administrativa)
    pouco poderá fazer e tenho a certeza que não é isso que o Vila Pouca quer.

    Derrotar Rui Rio, sim, mas não para mascarar o marasmo dos seus mandatos.

    Um abraço

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  11. "Quem somos nós? Pedintes condenados a votar no partido do governo para termos direito aquilo que nos pertence?"
    Mas, meu caro Antonio Alves, não é isso mesmo que acontece, por muito que nos custe? Só com um detalhe, em linguagem politicamente correcta não se diz que "pedimos", diz-se que "sensibilizamos" os governantes. Daí a necessidade de "sensibilizar" o primeiro ministro para dar a "guita" para a câmara fazer obras.
    Às vezes uma ideia maluca ocorre-me. O que aconteceria se um presidente da câmara não fosse ao beija-mão e fugisse ao padrão convencional que rege as relações autarca-governo? Se adoptasse uma postura contestatária, chamando os bois pelo nome, e em vez de "sensibilizar", exigisse? Levaria os cidadãos atrás de si, criando uma vaga imparável, ou seria destituído e internado?

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  12. caro Rui farinas,

    Eu julgo que a solução está em vestir a farda deste soldado:

    http://www.porto.taf.net/dp/files/20090103-porto.jpg

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  13. Deve haver soluções menos guerreiras...
    Um abraço.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...