O Público de hoje destaca, nas duas primeiras páginas do jornal, um artigo e vários comentários de figuras públicas sobre os discursos de fim de ano do Presidente da República. Todos fizeram questão de opinar sobre os referidos discursos que, afinal, por mais méritos que comportem não passam disso mesmo: de discursos.
É com estes habituais jogos de pareceres, das setinhas apontadas para cima ou para baixo, que os jornais pautam as performances das elites nacionais, e que o jornalismo sai da rota que devia sempre seguir, que é, fixar-se na essência dos problemas e na objectividade dos assuntos que gosta de empolar.
António Barreto, um dos comentaristas, dá razão a Cavaco Silva para nos dizer que ele está preocupado com a economia e finanças do país, e que, as boas relações entre o Presidente e o Governo, terminaram.
A jornalista Helena Matos, prefere dissertar sobre os acessos de sentido de dever a que Sua Exa. o PR foi abruptamente vulnerável. O verbo dever (como ela realça) foi aquilo que mais a impressionou, deixando no ar a ideia de que nem sempre os altos responsáveis pelo país têm essa postura cívica de rigor, coisa que, para os cidadãos não é nenhuma novidade. Quando um Presidente tem de fazer apelos ao dever, mesmo que seja para puxar as orelhas ao Governo, é mau sinal e significa que o copo da tolerância para a incompetência e o incumprimento do dever "transbordou", o que, não quer dizer que os infractores não continuem a "baldar-se". Foi só uma chamada de atenção conveniente, para marcar pontos, para dar um pouco de expressão ao simbólico estatuto do PR. Nada mais do que isso, em forma de discurso.
Já o historiador Rui Tavares me pareceu o mais pragmático dos três comentadores ao referir que Cavaco Silva foi "vítima" do preconceito de auto contenção que é suposto um PR preservar, acusando-o de ter desperdiçado seis meses com o Estatuto dos Açores e de se ter "distraído" com a crise.
De facto, o país está em crise há muitos anos. Nunca, que me lembre, deixámos de ouvir falar de crises, em Portugal. O que aconteceu realmente, foram pequenos ciclos de abrandamento dominados por muitos outros de intensificação. Só isso. O que acontece apenas, é que a actual crise financeira global não permite mais encobrir a tal ausência de dever a que, subitamente, o senhor PR fez questão de apelar, porque sabe que o balão de descontentamento popular pode rebentar-lhe nas mãos.
Gostaria igualmente de saber, se será preciso acontecer uma explosão de violência no Norte do país, para que Sua Exa. o senhor PR se lembre de argumentar - como o nosso "deslumbrante" Presidente da Câmara - , que está "disponível" para o convencerem de que a Regionalização é urgente e necessária.
Assim, talvez possamos levar a sério a enfatização que Helena Matos fez do discurso de Cavaco e da frequência com que repete o verbo dever...
É com estes habituais jogos de pareceres, das setinhas apontadas para cima ou para baixo, que os jornais pautam as performances das elites nacionais, e que o jornalismo sai da rota que devia sempre seguir, que é, fixar-se na essência dos problemas e na objectividade dos assuntos que gosta de empolar.
António Barreto, um dos comentaristas, dá razão a Cavaco Silva para nos dizer que ele está preocupado com a economia e finanças do país, e que, as boas relações entre o Presidente e o Governo, terminaram.
A jornalista Helena Matos, prefere dissertar sobre os acessos de sentido de dever a que Sua Exa. o PR foi abruptamente vulnerável. O verbo dever (como ela realça) foi aquilo que mais a impressionou, deixando no ar a ideia de que nem sempre os altos responsáveis pelo país têm essa postura cívica de rigor, coisa que, para os cidadãos não é nenhuma novidade. Quando um Presidente tem de fazer apelos ao dever, mesmo que seja para puxar as orelhas ao Governo, é mau sinal e significa que o copo da tolerância para a incompetência e o incumprimento do dever "transbordou", o que, não quer dizer que os infractores não continuem a "baldar-se". Foi só uma chamada de atenção conveniente, para marcar pontos, para dar um pouco de expressão ao simbólico estatuto do PR. Nada mais do que isso, em forma de discurso.
Já o historiador Rui Tavares me pareceu o mais pragmático dos três comentadores ao referir que Cavaco Silva foi "vítima" do preconceito de auto contenção que é suposto um PR preservar, acusando-o de ter desperdiçado seis meses com o Estatuto dos Açores e de se ter "distraído" com a crise.
De facto, o país está em crise há muitos anos. Nunca, que me lembre, deixámos de ouvir falar de crises, em Portugal. O que aconteceu realmente, foram pequenos ciclos de abrandamento dominados por muitos outros de intensificação. Só isso. O que acontece apenas, é que a actual crise financeira global não permite mais encobrir a tal ausência de dever a que, subitamente, o senhor PR fez questão de apelar, porque sabe que o balão de descontentamento popular pode rebentar-lhe nas mãos.
Gostaria igualmente de saber, se será preciso acontecer uma explosão de violência no Norte do país, para que Sua Exa. o senhor PR se lembre de argumentar - como o nosso "deslumbrante" Presidente da Câmara - , que está "disponível" para o convencerem de que a Regionalização é urgente e necessária.
Assim, talvez possamos levar a sério a enfatização que Helena Matos fez do discurso de Cavaco e da frequência com que repete o verbo dever...
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