02 junho, 2009

Vasco Pulido Valente

Uma das coisas que mais me irrita nos lisboetas - sejam "autóctones" ou "naturalizados" - é serem uns peneirentos com a mania da superioridade em relação aos "provincianos".

Vasco Pulido Valente, cronista do Público, é um exemplo desse pretensiosismo. Quando L. Filipe Menezes era presidente do PSD, VPV nunca se referia a ele como o presidente do PSD, chamava-lhe depreciativamente o "presidente da câmara de V.N.Gaia".
Há poucos dias, falando de Dias Loureiro, e depois de recordar o seu percurso político e a sua entrada no mundo dos negócios, onde dizem que ganhou bom dinheiro, VPV afirma que Dias Loureiro "(...) não deixou de ser um advogado de província, agora mais rico(...)". Como afirmação de elitismo bacoco e ofensivo para com todos os portugueses que são da "província", é difícil fazer melhor.
Na crónica de anteontem sobre Vital Moreira, refere-se "à confusão daquela cabeça coimbrã", redacção que só pode mostrar desprezo por um ser humano inferior que não teve a sorte de viver e trabalhar em Lisboa, o que obviamente lhe concederia o privilégio de ser dono de uma "cabeça lisboeta".

Peço desculpa por trazer estes fait-divers ao Renovar o Porto, mas é uma terapêutica para me ajudar a atenuar a irritação que esses pretensiosos me causam.

5 comentários:

  1. Aqui há dias também o ouvi falar assim em relação a Paulo Rangel.

    É assim. Mesmo considerando interessantes alguns dos artigos que escreve, a paranóia centralista sobe-lhes doentiamente à cabeça e esvazia de conteúdo o que pensam.

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  2. Caro Rui Farinas!

    Estas "avis raras" centralistas, que do alto da sua cátedra (media), sita na capital do império falido, irritam o resto do país, quando pensam e falam com a mania de superioridade, tentando imitar uma raça superior do tipo "ariana"!

    Até quando vai o resto do país permitir ouvir estes lacaios pseudo-intelectuais, que só destilam e vomitam ódio à "paisagem" do resto do país?

    Até quando nós quisermos!

    Abraço

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  3. Creio que muitos têm esse complexo de superioridade, ignorando que todos apresentamos uma qualquer costela provinciana, as cidades não se criam sozinhas, vão-se criando com os que se vão juntando aos que até aí, eram os descendentes dos únicos residentes de um determinado lugar...Eu p.e., tenho várias!
    Transmontanas, durienses, minhotas...Nasci no Porto, os meus pais nasceram no Porto, os meus avós não, os meus bisavós ainda menos...

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  4. O Vasco é da mesma órbita do Pacheco Pereira: quem gostaria de viver num mundo à imagem e semelhança, desses senhores? Eu não de certeza absoluta!

    Um abraço

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  5. A maior parte das pessoas que moram em Lisboa (cerca de 500.000 habitantes) não nasceram lá nem são de lá. São "provincianos" pois nasceram em Trás-os-Montes, nas Beiras, no Minho, Alentejo e até Algarve. Muitos até nasceram na Galiza de onde vieram e trabalharam e fundaram restaurantes conhecidos. Mais recentemente, muitos vieram de África, do Brasil, ... Nos concelhos dos arredores é o mesmo, gente que foi para lá à procura de um emprego que não tinha na sua terra. Quando lá vivi conheci muita gente de fora e poucos eram mesmo de Lisboa. O pior é que são muitas vezes esses da província e seus descendentes os piores, quais cristãos - novos, na defesa do centralismo lisboeta.Quanto à "raça", se há sítio em Portugal onde isso não existe é lá, há zonas centrais, por exemplo a Praça da Figueira das 9 e tal da noite em diante em que só se viam estrangeiros. Uma vez entrei de dia no Centro Comercial do Martim Moniz e era o único branco que lá estava, o resto eram africanos, indianos e chineses. Com o actual crescimento demográfico Lisboa e arredores, daqui a uns anos, vai ser habitada por uma maioria de estrangeiros e já o é nalgumas zonas.E com a influência das televisões viram adeptos das cores vermelha ou verde, embora já tenha visto alguns serem adeptos a sério do azul e branco.
    Mesmo nas Universidades, muitos dos professores e estudantes são de fora, basta lembrar os que, como Leonor Beleza, tiveram de ir tirar o curso de direito a Lisboa ou Maria de Belém que tirou o mesmo em Coimbra e porquê? Porque durante décadas a Universidade do Porto não teve Faculdades de Letras e de Direito, por isso quem queria e podia tinha de ir para Coimbra ou Lisboa. Conheci muitos casos. Mesmo hoje, com algumas faculdades portuenses a exigirem uma média altíssima, alguns alunos de cá entram nessas universidades de Lisboa, públicas ou privadas e até tiram um curso depressa. Lembremos certos políticos do Ps e não só.
    Quanto a Pulido Valente é inteligente, mas às vezes descai para o lirismo, esquecendo o que devia ter aprendido com a antiga mulher, a socióloga Maria Filomena Mónica.

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