19 agosto, 2009

Portugal, um país para não levar a sério

Anda por aí esta catraiada a puxar dos galões estatutários de doutores e engenheiros, a pregar a moral ao zé-povo, para afinal se portarem como os mais broncos e mal formados cidadãos. Esta catraiada, repito, catraiada, só tem mesmo jeito, é para dois tipos de ofícios: representar e roubar.

Li, no jornal Público de hoje, que o Banco de Portugal "advertiu" as instituições financeiras para a falta de isenção dos provedores do cliente e recomendou-lhes mais autonomia funcional. Em português corrente, quis dizer-lhes: "vejam lá se de vez em quando fazem umas coisinhas sérias, porque já anda gente de mais a queixar-se..."
O Provedor do Cliente, é um organismo que, como o nome sugere, tem o dever de zelar pelos interesses dos clientes que têm contas em bancos, mas [pasme-se!], como está inserida na mesma estrutura das instituições de crédito, não dispõe do estatuto de independência e funcionalidade que seria suposto ter para os defender com a isenção e eficiência devidas... Isto, é quase a mesma coisa que entregar a um gang de mafiosos a responsabilidade de zelar pelos interesses das suas vítimas.
Num país onde estas coisas se passam com toda a "normalidade", onde o supervisor do Provedor do Cliente recomenda, não exige, recomenda, às instituições bancárias para os seus provedores mais autonomia de acção, é muito simples compreender por que é o mais desqualificado da Europa.
Percebem agora a importância do politicamente correcto? Vale o mesmo que, em vez de tratar o ladrão por ladrão, insinuar com pundonor e elevação que o Sr. Dr. Dias Loureiro pode ter desviado legalmente certos fundos para uma off shore desconhecida.
Decididamente, este, não será nunca um país sério, nem para levar a sério.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...