15 fevereiro, 2010

Efeito spill over? Não! Prefiro o efeito Texas

Conhecendo como conhecemos, a eficiência da Justiça em Portugal, será recomendável tratarmos de arranjar uns sofás bem confortáveis para evitarmos ter de aditar à crise graves problemas cárdio-vasculares, tão longa se adivinha a espera... É que, a dinâmica Junta Metroplolitana do Porto "já" formalizou as respectivas sete acções judiciais junto do Trinunal Administrativo e Fiscal do Porto pelo desvio de verbas destinadas às regiões mais pobres do país para a imperial Lisboa. A esta queixa, a Junta anexou outra endereçada à Comissão Europeia em Outubro de 2008! É caso para dizer que a Europa já não é o que era e que a União Europeia se deixou contaminar pelos hábitos laxistas dos portugueses.

Como refere hoje o JN, Lisboa parece querer copiar a impunidade criminal do Benfica, com uns túneis e umas comissões disciplinares da Liga a estabelecer a diferença entre os métodos de produção da burla. O Governo de Sócrates não desvia câmaras de vigilãncia, mas desvia fundos europeus. Segundo a mesma fonte, Lisboa em apenas um ano já absorveu 193 milhões de euros, 148 dos quais contabilizados como se tivessem sido destinados ao Norte... Tudo isto é justificado por duas "milagrosas" palavras: efeito difusor, ou se preferirem a versão anglo saxónica, o efeito spill over. Este efeito spill over é, de facto uma grande medida da União Europeia, porque ninguém melhor do que nós nortenhos sabe quanta influência tem produzido no desenvolvimento da nossa Região: está cada vez mais pobre. O que essa treta do spill over pretende objectivar é [para quem ainda não saiba], em poucas palavras, que as verbas aplicadas em Lisboa terão também reflexos positivos nas outras regiões do país. Nada mais falso e contrário à realidade dos factos.

Mas, que Lisboa está cada vez mais colonizadora e arrogante já nós sabemos, é coisa antiga. Agora, o que é preocupante é constatarmos que a União Europeia não controla devidamente, não só a aplicação desses fundos, como os resultados em termos de desenvolvimento regional, do dito efeito difusor. Descrer em Portugal já todos descremos. Se deixarmos de acreditar na bondade de pertencermos à União Europeia, iremos se calhar regressar aos tempos e às modas do  vêlhoTexas para resolvermos os nossos problemas.  À Lei da bala! Quem sacar do coldre mais rápido o revólver, será o manda-chuva da terra e quem sabe, talvez até sheriff... É que, os indícios mais recentes do efeito difusor que temos para apresentar são a sucção das corridas Red Bull para Lisboa, como também a recusa do acesso às corridas de fórmula 1 do pilôto portuense Álvaro Parente pela Turismo "de Portugal". Até ver, não temos melhores indícios do tal efeito spill over...

É por paradigmas destes que acabo por ver nos ataques unanimistas a Alberto João Jardim a mais profunda e sectária hipocrisia. Gostava de ver esses ataques dirigidos ao Governo central de Lisboa que nos tem sugado até ao tutano, tanto nos noticiários da televisão, como nas primeiras páginas dos jornais. E é pela mesma razão, que acabo por ter muito mais consideração pelo Presidente da Junta Autónoma da Madeira do que por esta garotada instalada no Poder na capital.

3 comentários:

  1. Junta Metropolitana do Porto, o que é isso? Que eu não dou por nada? Quem é o líder?

    Um abraço

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  2. Pensando que com a regionalização haveria o risco de Lisboa vir a perder esta teta,compreende-se porque é que eles fazem todos os possiveis para torpedear a ideia.

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  3. então o efeito "spill over" não permite contratar uns boys, que comodamente instalados na capital, põe as meninges ao serviço do país?
    Por ex:
    arquitectando a compra de um jornal, anexando um canal de televisão, desenvolvendo uma rádio, etc. Deste alargado trabalho, resultará muito melhor informação aos cidadãos, convenientemente "difundidos" pelo país!

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...