15 fevereiro, 2010

Uma tristeza!

Os jogos políticos que decorrem na capital deixam-me normalmente indiferente, pois tenho a sensação que se trata de eventos que se passam num qualquer pais estrangeiro que não me diz respeito. Esta é uma das consequências do centralismo selvagem vigente em Portugal: a perda de identidade nacional que atinge cada vez mais pessoas.

Este caso da liderança do PSD, no entanto, constitue uma das excepções na medida em que se antevêem fortes probabilidades de o seu futuro lider ser primeiro-ministro dentro de um prazo não muito alargado e, quer queiramos quer não, a população "extra Lisboa" está ligada - para o bem e para o mal - aquilo que se passar na capital.

Ainda não se conhecem os programas dos três candidatos, mas conhecem-se declarações, e há um ponto em que - previsivelmente! - eles coincidem. São todos anti-regionalização! Sim, porque um candidato que diz "eu sou pela regionalização, mas agora não", é anti, e além de anti é desonesto porque tenta disfarçar as suas verdadeiras convicções.

Aguiar Branco entende que nas prioridades para o Norte está a luta contra o desemprego e a retoma de confiança do sector empresarial, e que a regionalizão só deve ocorrer depois de terminada a crise económica. Penso eu, e pensa muita gente, que as regiões não agravarão a crise, antes pelo contrário, que a existência de Regiões contribuirá para reforçar aquela luta. Acresce que adiar as Regiões "até ao fim da crise" é atirá-las para o dia de São Nunca!
Conclusão: Aguiar Branco é anti-regiões!

Paulo Rangel pensa que em situação de crise, o que é preciso é centralismo.
Conclusão: Paulo Rangel é anti-regiões.

Passos Coelho entende que avançar agora com as regiões é "um risco demasiado elevado" , logo a regionalização terá de ser adiada.
Conclusão: Passos Coelho é anti-regiões.

E assim se confirma a minha tese de que não haverá regionalização porque os detentores do Poder a recusam, sejam quais forem os subterfúgios invocados. O presente Sistema não é auto-reformável, está mais do que provado. Será possivel fazer a reforma a partir do exterior? Como e por quem?

4 comentários:

  1. Concluindo, sulistas, elitistas e anti-regionalistas.

    Está bem, belas alternativas não há dúvidas...

    Bom Carnaval

    ResponderEliminar
  2. Talvez mais estes exemplos sirvam também para confirmar a minha tese de total descrédito pela classe política e partidária.

    São e vão continuar a ser uma FRAUDE! Até prova em contrário, pelo menos.

    ResponderEliminar
  3. Carvalho Guimarães16/02/10, 11:40

    Só há que não votar nesse tipos.
    O Norte precisa de um Partido do Norte.

    ResponderEliminar
  4. Felizmente, nenhum deles é criminoso...

    ResponderEliminar

Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...