25 maio, 2010

Mais uma vez ignorados e desprezados

Sempre que se fala em vias férreas, sejam ou não para alta velocidade, o Porto e o Norte só se podem sentir lixados, isto para não usar uma palavra mais forte. Suponho ser desnecessário recordar quanto o poder central nos tem menosprezado.

Hoje leio mais uma notícia que nos vem relembrar que somos uns zeros à esquerda, não existimos, somos uma população desprezivel cujas necessidades são ignoradas, e como tal nem sequer são equacionadas pelos mandantes do Terreiro do Paço.

O ministro das Obras Públicas de Portugal (qual Portugal?) reuniu-se com o presidente do governo de Aragão para definir como prioridade ferroviária uma linha entre Sines, Madrid, e Zaragoza (capital de Aragão) e daí para o resto da Europa. Reparare-se que o ministro português (?) se reuniu directamente com o presidente da Região que, obviamente , defende os seus interesses, o que lhe é permitido pela existência em Espanha de Regiões com amplo poder autónomo. Em compensação o ministro português (?) defende os interesses da zona sul e ignora tudo o que existe acima de Rio Maior. Só assim se explica que afirme que esse eixo ferroviário "vai permitir, aproveitar, valorizar, e criar novos factores de competitividade para as empresas portuguesas".

Quais empresas? Vai aumentar a competitividade do industrial de calçado de Felgueiras, da textil do Vale do Ave, dos industriais de Águeda, Feira, Aveiro ou Braga, obrigando as suas exportações a viajar para sul até Lisboa e Badajoz, para depois fazerem o caminho inverso até Madrid e Zaragoza e só depois para a Europa além dos Pirineus? Depois esse ignorante ministro tem ainda a coragem de afirmar que "exportar, seguramente, será mais facil e mais barato". Mais barato para quem?

Só por aberração se pode considerar que este sr. António Mendonça é um ministro do governo português. Este senhor é pior que o sr. Mário Jamé Lino que detestava o Norte, mas ainda aparecia de vez em quando e fazia de conta que se interessava pelos nossos problemas. O actual, nem isso. Querem maior prova de desprezo?

E assim é que todo o Norte vai empobrecendo e progressivamente vai a caminho de ser a mais pobre região europeia.

8 comentários:

  1. ... e nas próximas eleições, estes martirizados, explorados e ignorantes habitantes da região ignorada, voltam a escolher o "socialismo moderno", ou o "outro", o democrata!

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  2. Carvalho Guimarães26/05/10, 09:40

    Cada vez mais a sensação que isto a bem não lá.......

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  3. Mas o mais curioso é que li, há tempos atrás, o Meneses a fazer-lhe grandes elogios... Sinceramente, cada vez percebo menos.

    Um abraço

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  4. GENTE COM TIQUES DE DITADORES.

    Já andamos a falar de mais, deste ministro ignorante, mentiroso sem sentido de estado. O importante é passar acção.
    Espero que os autarcas e políticos do Porto e do Norte, não sejam covardes, e quando ele ou patrão dele (Sócrates), que está a levar o país a banca-rota, quando aqui vierem ao Norte sejam ignorados desprezados, ou deixa-los com o braço no ar. De certeza que não lhes vai faltar os lambe-cus de cá para os acompanhar.

    A onde está a força do Norte!? ou é só blá blá e nada fazem para inverter as situações.

    TENHO NOJO DE GENTE DESTA LAIA.

    O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO.

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  5. Pois é!

    Concordo com o essencial do post.

    Mas, e depois?!

    Palavras, palavras e só palavras?!!

    O que faz o NORTE? Onde andam as elites? Pastam nas searas do centralismo? Ou refilam, refilam e não fazem nada?

    (Boa)acção, precisa-se. Com conhecimento, investimento e vontade de mudar, orientando, comandando, sem "faz favor", sem «Lisboa disse», sem resquícios da "subserviência" ou de "inveja" inútil...

    Basta de palavras e de lamentos... porque se SOMOS desprezados (sim, sou "lisboeta", mas com genes nortenhos até à alma, norte onde fui gerado e criado e onde tenho as minhas raízes que nunca renegarei) também temos culpas no cartório.

    E só quando assumirmos o nosso papel liderante, positivo, é que teremos um país harmonioso e equável.

    Lamentar não é solução, é dilação.

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  6. jdm.dragaolisboeta,

    se ler o post logo acima verificará que já estamos a tentar fazer "qualquer coisa".

    Já agora, quer apoiar?

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  7. Sim, eu sei que há tentativas, já houve várias, mas depois por qualquer razão...e, nada pior que falhar expectativas!

    Claro que apoiarei acções concretas e credíveis que sejam feitas organizadamente e para as quais possa "cumprir o compromisso".

    Aliás, a minha praxis, até um bocadinho "radical", faz com valorize e dê preferência a produtos e serviços do Norte.
    É um contributo de cidadania necessário, embora para mim, Portugal é só um território, mas sem amos ou dictators! Apenas quero que se cumpra a Democracia num Estado de Direito civilizacionalmente avançado! E aí não há Norte ou Sul, Interior ou Litoral, há isso tudo que importa cumprir.

    E quanto mais equilibrado e harmonioso for o País, melhor qualidade de vida se pode ter por aqui, o que já não acontece com frequência desejada.

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  8. http://nortesim.blogspot.com/2010/05/scuts-e-outras-portagens-virtuais.html

    Cumprimentos.

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...