Ainda há muito boa gente que se deixa cair numa boa trapaça. Outra há, que, por inconfessáveis conveniências, finge que nelas acredita. Portugal [pelo menos este Portugal postiço e descaracterizado do pós 25 de Abril], é fértil em produzir dogmas, e muitos portugueses - por tradição avessos a aprofundar a natureza das coisas -, limitam-se a repetir os dogmas que alguém lhes transmitiu contribuindo inconscientemente para o marasmo da nossa vida política e social. Depois, como tudo se mantém como antes ou pior, queixam-se junto do vizinho mais próximo que também pouco mais faz do que limitar-se a ouví-los ou do que retribuir os lamentos, sem procurar esclarecer o interlocutor das verdadeiras causas desse marasmo. É a típica preguiça intelectual do português médio. A factura a pagar por esta preguiça a jusante, tem de ser inevitavelmente elevada. E é!
Estivesse eu enganado, decerto que há muito Portugal teria avançado consideravelmente os processos reorganizativos da sua administração territorial com benefícios para todos, incluindo para os habitantes da capital. Mais do que a crise económica e financeira internacional, foram, e continuam a ser, os anti-regionalistas, e sobretudo os pró-anti regionalistas [perigosa espécimen de cidadão mais próxima do vulgar traidor] os maiores responsáveis pelo definhamento do Norte. Eles estão aí, de novo, dispostos a lutar para que tudo fique na mesma. Por favor, caros leitores, não sejam ingénuos, não se deixem outra vez assustar com os cíclicos receios pseudo-patrióticos pela integridade nacional, porque é unicamente neles que reside esse perigo, em mais parte nenhuma. As hostilidades, entre portugueses, já foram abertas por eles, há longos anos e de várias formas.
O futebol, as rivalidades clubísticas que outrora, paradoxalmente, não passavam de uma sadia competitividade desportiva, é hoje usado como símbolo de discórdia entre cidadãos do mesmo país e aproveitado para instigar ressentimentos e guerras entre o Norte e o Sul. Para tal, têm contribuído a maioria dos órgãos de Comunicação Social cujo alinhamento editorial se continua a pautar por critérios de informação profundamente centralistas. O que é centralista, divide, fractura, semeia o ressentimento. Logo: o divisionismo. O perigo, está aqui, à nossa frente, não vale a pena procurá-lo na Regionalização que ainda nem sequer existe... É pois, uma traição, um acto cínico de anti-patriotismo continuar a lançar para a Regionalização falsos estigmas de desintegração nacional, quando as opiniões de altas personalidades de países regionalizados como a Espanha dizem [e provam] exactamente o contrário.
Mesmo assim, o extremismo centralista vigente podia ter sido refreado caso os media tivessem a dirigí-los pessoas altamente qualificadas que soubessem introduzir-lhes hábitos de comunicação democráticos, principalmente os estatizados, como a RTP.
A RTP tem como Director de Informação um homem que tudo tem feito para discriminar negativamente o Futebol Clube do Porto, na mesma medida que discrimina positivamente, o Benfica. Eu, tê-lo-ia já demitido caso fosse seu superior hierárquico, ou se calhar, talvez não, porque dificilmente deixaria que as coisas chegassem ao ponto intolerável a que chegaram. São imensos os reparos de indignação na blogosfera portista pela discriminação que a RTP [e não só, já sabemos] vem usando com o seu clube, e têm toda a razão, porque esses parasitas estão também a ser sustentados com o produto dos seus impostos.
Não faltam exemplos deste descricionarismo, porque eles são imensos. O último, tem a ver com o desinteresse manifestado pelo acompanhamento do estágio do FCPorto na Alemanha, para onde a RTP decidiu não enviar qualquer equipa de reportagem ou passar alguns jogos de preparação da equipa como fez com o Benfica e Sporting. Isto, é inadmissível, num estado de direito, a sério! Pergunta-se: para que servem Primeiros Ministros, Presidentes da República e respectivos assessores, se todos fecham os olhos a esta pouca vergonha? Só se disporão a despertar da hibernação cívica a que se remeteram depois da violência consumada? E que tal, para variar, se Suas Exas. se dignassem preveni-la dedicando um pouco mais de atenção aos órgãos de comunicação social, e a algumas crianças crescidas que indevidamente os dirigem?
Fica, desde já, aqui escrito. Quem tiver o azar de passar os olhos pelo que aqui se escreve, poderá ter a certeza que, quando falar da Regionalização e se lembrar de soltar os naftalínicos fantasmas da desintegração nacional, será automaticamente baptizado de Miguel de Vasconcelos. E será como potencial traidor que o avaliarei. Fim de citação.
Ps-Este post foi enviado em e-mail para: conselho.opiniao@rtp.pt
Concordo com tudo o que escreveu.
ResponderEliminarCarlos Daniel nascido no concelho de Paredes, Distrito do Porto, há muito tempo que anda a provocar os adeptos do FC Porto. Desde que passou a director de informação, usa o cargo para discriminar o clube do seu distrito, mais representativo de Portugal além fronteiras.
Com Carlos Daniel a comandar o desporto na RTP bem nos vamos ter que habituar a ver mais mau jornalismo, sem qualquer isenção.
É uma vergonha a RTP não enviar uma equipa de reportagem acompanhar o estágio do FC Porto na Alemanha.
João Querido Manha, José Manuel Delgado e outros anti-portistas, semeiam uma "guerra" norte/sul que já existe.
Utilizam os meios de comunicação social para espalhar a doutrina.
Pois é Futebol, Fátima e Fado são novamente utilizados por um governo para entreter o povo, e fazer esquecer a vergonha que é o nosso país, que de laico e democrático pouco ou nada tem.
Estaremos a voltar ao tempo do outro senhor?
Fado : O nosso fado (destino) está traçado … défice, bancarrota ... e aperta o cinto... Zé Povo!
Futebol: Fifica campeão para fazer o zé povo esquecer a crise.
Sócrates dixit:
"Vou torcer, vocês sabem que vou torcer. Vou torcer pelo Benfica, claro. Espero que o Benfica ganhe porque sou do Benfica, claro está", afirmou Sócrates, "Todos sabem a minha preferência. Enfim, acho que ninguém do Porto me levará a mal se disser que este ano espero que seja o ano do Benfica. Acho que seria justo que assim fosse, há tantos anos que não é o ano do Benfica. Mas, enfim, esta é a opinião de um benfiquista".
Fátima: Visita do papa que deixou o zé povo entretido, enquanto cozinhavam o Plano Estabilidade e Crescimento.
Sócrates dixit:
"Transmiti ao Papa o que parece ser o sentimento nacional de que os portugueses gostariam de ver este Papa muito brevemente em Portugal",
"O anterior Papa visitou-nos várias vezes e com certeza esse espírito de ligação a Fátima e a Portugal haverá também neste Papa".
País ridículo este ...
Avancem com a regionalização!
Para alterar esta situação, torna-se necessária uma efectiva política de descentralização, que exige uma clara delimitação de responsabilidades entre os diversos níveis da administração, a dotação dos meios adequados para o exercício das suas competências, com autonomia administrativa e financeira, conferindo-lhes legitimidade política através de eleições. Torna-se necessária a criação das regiões administrativas cuja principal tarefa visa contribuir para o desenvolvimento regional e para a correcção das assimetrias. E também para a igualdade de oportunidades entre as regiões.
Cumprimentos e bem haja
Este Senhor é conhecido, pelo Abutre Vermelho de Paredes. E só pode ter um grande padrinho lá dentro da RTP. Deve ter um ódio de morte ao FCPorto!...só pode.
ResponderEliminarAcho, que chegou a hora de começar a tomar nota dos anti/regionalistas, que é para quando vier a regionalização, estes lambe/botas do centralismo não venham depois mendigar um lugarzito para ganhar mais um tacho.
Senhores Centralistas e seus Boys;
vejam o que se está a passar na Catalunha!...nós queremos ser regionalistas mas portuguêses a Bem da Nação.
Rui Valente, quando poder fale um pouco deste ministro das Obras Públicas, e diga-me se souber! qual é o papel dele neste governo (incompetente)!? anda desaparecido e parece-me que não precebe boia disto!...mas, sabe dizer não ao Norte.
O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO.
Só discordo no adjectivo. O biltre é muito mais do que isso. Não se trata de incompetência, mas de dignidade. Ou falta dela.
ResponderEliminarMas conhecendo-lhe os antecendentes...
Tem razão, o adjectivo é muito suave.
ResponderEliminarSe aplicasse o adequado ainda ia preso...
Está completamente coberto de razão da primeira à última linha, bravo!
ResponderEliminarCaro Rui, o benfiquista de Paredes, é apenas sub-director de informação da RTPN. Tem culpas no cartório, mas o maior responsável é José Alberto Carvalho, esse parolo deslumbrado por Lisboa, que é o director de informção da RTP. Também são culpados alguns jornalistas, por exemplo o "Orelhas" Rodrigues dos Santos, que quando são temos políticos é capaz de desenterrar até um morto, mas não faz nada quando apresenta um Telejornal com imagens e reportagens de enviados aos estágios do Benfica e Sporting e do F.C.Porto nada.
ResponderEliminarO F.C.Porto, através duma pequena Labareda, juntou-se à nossa revolta, mas é preciso mais, mais barulho, mais e-mails, mais protestos...só assim eles reparam. Serve para o futebol, mas também para todas as outras lutas, desde a regionalização, até ao MPPN.
Um abraço
Caro Vila Pouca,
ResponderEliminar««Mesmo assim, o extremismo centralista vigente podia ter sido refreado caso os media tivessem a dirigí-los pessoas altamente qualificadas que soubessem introduzir-lhes hábitos de comunicação democráticos, principalmente os estatizados, como a RTP.»»
O que está acima repescado do post, suponho que responde às suas questões.
Ele, Carlos Daniel, é sempre responsável por aquilo que faz, mesmo que mandado por alguém. Se sabe que o que está a fazer é mau, a responsabilidade é também dele.
É um hábito bem português. Os outros, dão jeito para respaldarem as nossas asneiras.
Um abraço
Obrigado por chamar incompetente a esse individuo, nas eu chamo-lhe ainda pior "MARCÂO", que anda a mamar o dinheiro que desconto nos impostos, e que o detesto por ser um incompetente e ainda pior é um comvencido do carago.
ResponderEliminarSomos milhões de portistas, sem exagero. Somos uma força, mas uma força desorganizada, com queixumes individuais que não resolvem nada. Imaginemos que púnhamos na net uma petição exigindo da RTP um tratamento equitativo do nosso clube,sugerindo explicitamente que o sub-director Carlos Daniel fosse demitido por falhar escandalosamente aos seus deveres de isenção profissional. Petição essa que,assinada por milhares de pessoas, seria enviada a múltiplas entidades, e não só à RTP. Acham que o efeito seria nulo? Tenho a certeza que não. Vamos pensar nisso?
ResponderEliminarPortistas:
ResponderEliminarhttp://ww1.rtp.pt/wportal/grupo/provedor_tv/enviarmensagem.php
É passar e demosntrar a nossa insatisfação (de forma correcta) por esta situação.
Eu já lá fui...