05 julho, 2010

Cepticismos...

Das auto-críticas que de vez em quando faço sobre algumas coisas que tenho escrito aqui,  noutros espaços da blogosfera e mesmo na imprensa, existe uma, da qual, não me posso acusar, que é de ser politicamente correcto ou simpático com o Poder e respectivos representantes. Faço-o, não pelo prazer de denegrir ou achincalhar quem tem ou teve essas responsabilidades, mas porque tendo-as, não fez muito para as merecer. 

Os governantes não sabem conviver com as suas limitações, ou não querem. Não percebem que o efeito das suas decisões disparatadas está a lançar o país para o caos e para a violência e são incapazes de, por moto próprio, se demitirem e dar o lugar a outros. Perderam essa nobreza, talvez por terem perdido o carácter antes, ou simplesmente por desconhecerem o que isso possa ser.

Quem se agarra ao Poder quando o país regride compulsivamente e a qualidade de vida da população é das piores da Europa [apesar da crise], não está a usar da obstinação dos corajosos,  dos fortes, está apenas a querer salvar a pele e os interesses pessoais. Só isso. E é também por isso, que perdem o meu respeito e provavelmente o de muitos outros cidadãos.

Haverá pois que ter alguma tolerância com aqueles que revelam algum excesso de cepticismo pela implantação de um novo Partido político. Cabe-nos a nós, a todos os que de algum modo decidiram colaborar com este projecto, fazer a triagem daquilo que é um boicote puro e duro à criação do Partido para o Norte, e o que é o estado de espírito dos abstencionistas. Os abstencionistas - nos quais eu me incluo -, por já não acreditarem nas performances dos partidos do quadro do Poder e da oposição, têm toda a desculpa para desconfiar do futuro, mas isso não pode constituir um pretexto para o renunciar, nem para ver seitas e máfias em todas as esquinas. Não é razoável levantar fantasmas sem fundamento credível.

O Movimento Pró Partido do Norte, é, tem de ser, uma janela de esperança para a nossa região que não se  deve confinar ao Porto. Tem de contemplar com o mesmo empenho o nordeste Transmontano e todo o espaço que limita o Norte. O Partido do Norte, terá de ser diferente, terá de ser exigente desde logo. Deve rejeitar com veemência os métodos trauliteiros da velha política, e de se afirmar como um Partido verdadeiramente novo, sobretudo no rigor executivo. O que prometer, terá de cumprir. Esta terá de ser uma das suas imagens de marca. Talvez, a mais importante.
 

4 comentários:

  1. O Porto está para o Norte como acusa Lisboa de estar para o país, isto é, uma acácia. Sou transmontano e recuso ficar subordinado ao Porto, já chega de quem me ignore a mandar!

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  2. Isso não é sério, sr. Antunes. O(s) Poder(es) e todas as suas "capelinhas" estão em Lisboa, não no Porto.

    Essa, é uma comparação descabida e mal intencionada.

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  3. O receio expresso pelo sr. Antunes não é um caso isolado. Infelizmente é uma opinião bastante corrente. Cabe ao Partido do Norte demonstrar por actos, como de resto o texto do Rui Valente enfatiza, que esse receio é infundado e que o PN será mesmo de todo o Norte e não apenas do Porto. Conhecendo as pessoas, tenho a certeza que o PN fará essa demonstração. Ao sr. Antunes eu recomendaria que procure seguir as actividades do Movimento, nomeadamente atravez do blogue Movimento pró- Partido do Norte, e também das notícias que vão surgindo na Imprensa e nas TV's.

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  4. Dragão Maronês05/07/10, 23:19

    Concordo em absoluto com Rui Farinas.
    Eu sou Transmontano e vivo à volta de Lisboa há muitos anos.Conheço bem a arrogância com que a capital trata o resto do país (Portugal é Lisboa ... o resto é paisagem), mas conheço também o receio Transmontano de ficar dependente de um qualquer poder instalado no Porto. É, pois, necessário dissipar qualquer receio de que esse poder, se vier a sê-lo, não se preocupe só com a cidade do Porto ou com aquilo que se designa por Grande Porto. È que em Trás-os-Montes ouve-se frequentemente falar que a cidade do Porto invoca às vezes Norte em benefício próprio que até nem tem sido grande valha a verdade.

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