O momento em que esta notícia podia constituir-se num motivo de regozijo para os nortenhos, passou. Não só passou, como expirou todos os prazos razoáveis de expectativa e tolerância. Agora, cheira a um prato requentado que os governantes, verdadeiramente, nunca quiseram comer: é o prato da Regionalização.
Este seminário, mais não é do que um "novo" acto de uma interminável peça teatro com os protagonistas do costume, para tentar baralhar as mentes inocentes, e travar as investidas de um Movimento menos inócuo do que os habituais. O facto de se tratar de um Movimento com ambições mais alargadas, de ousar constituir-se em Partido político por detrás de um estandarte tão caro aos nortenhos como é a Regionalização, faz toda a diferença. E eles [os acomodados] sabem-no. Não nos espantemos portanto, se nos próximos tempos continuarmos a vê-los com a lição bem estudada, a multiplicarem-se em seminários, fóruns, e outras nulidades, para dissertar sobre a Regionalização, seus perigos e inoportunidades...
Criar uma região piloto para testar os respectivos resultados não passa de mais um atestado de menoridade que a inspiração do neo-líder do PSD foi descobrir no baú dos seus brinquedos de infância para passar aos nortenhos. O desaforo das Scuts, não lhes consola o ego. Agora, a originalidade é criar Regiões-Piloto. Entretanto, vão ganhando tempo e pretextos para mais tarde voltar tudo à estaca zero.
Vá-se lá saber porquê, o facto de saberem que os países mais atrasados da Europa são precisamente aqueles que renunciaram à Regionalização, como são o caso da Grécia e Portugal, não lhes serve de bússola para os orientar. Da mesma forma como não lhes serve de bússola o facto de a governação centralista ser responsável pela ruína do país e ameaçar desintegrá-lo. É estranha, irresponsável, no mínimo, esta maneira distorcida de raciocinar.. Desde que haja sempre à mão uma crise [mas alguma vez deixamos de a ter?] para atirar como areia para os olhos dos eleitores, não têm de procurar mais argumentos. Quão cerebrais são estes homens!
Foi uma pena que Pedro Passos Coelho - ou qualquer outro génio - não se tivesse(m) lembrado há mais tempo desta ideia iluminada das regiões-piloto, caso contrário sugeria-lhe(s) que testasse(m), em Lisboa, as vantagens do Centralismo para mais tarde aplicar(em) ao resto do país. Só que, inesperadamente, dei-me conta que a experiência já está a ser aplicada há mais de três décadas, e os resultados não têm sido brilhantes...
Afinal de que estarão eles à espera para centralizar o resto do país?
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