28 outubro, 2010

Novos tempos, piores tempos

Hélder Pacheco, esse portuense de boa génese, escrevia hoje [JN] sobre a imprensa do Liberalismo e da 1ª. República, o seguinte:

Apesar do ar taciturno de melancolia e bruma, o Porto divertia-se. Era um ferrinho em revistas, zarzuelas, circo e pantominas. Foliava pelo entrudo e perdia a compustura no S. João. Ria com riso à sua moda. Ria e gozava com políticos e governos que, sendo centralistas, independentemente da coloração política, levavam pancada de criar bicho. Gazetelheiros, humoristas e inventores de pilhérias eram exímios na blague contra os frequentadores do Terreiro do Paço e os despautérios em geral (incluindo os locais)....
houve no burgo os seguintes periódicos humorísticos:
Tira-Olhos, A Troça, O Verdilhão, O Vergalho, A Vida, O Zó Povinho, O Balão, Charivari, O Diabo, Dó-ré-mi, O Gabiru, O Garoto, O Grilo, Miau, A Moca, Não t'Importes, O Pagode, O Pardal, O Parolo, Pim-pam-pum, Os Pontos, O Porto por um canudo, A pulga, O Raio, O Rival, O Teso, e Tesouradas...
A importância desta imprensa durante o Liberalismo e a 1ª. República, em permanente confrontação com o Poder, não tinha comparação com a actualidade, tal como a estatura de alguns políticos que tiveram de governar com ela à perna.
(Que falta nos faz esta imprensa maliciosa, questionando as políticas e acicatando os leitores).

«««««««««««««««««««««««««««««««««««««««««»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»

Nota de RoP:
Hoje, o jornalismo do burgo e também de outras bandas, aplica o talento e a energia a defender quem lhe pagar mais... A sátira podia arreliar o Big boss, e a vida está tão difícil... Os seus ideais "sociais", limitam-se ao(s) €uro(s). Quanto mais, melhor.

2 comentários:

  1. Hélder Pacheco, ilustríssimo portuense e portista, homem de carácter e coragem, é, pelo menos parece-me, na vertente do portuense e nortenho, um homem desiludido e desencantado...

    Um abraço

    ResponderEliminar
  2. Por que será que nos revemos mais nestes portuenses do que naqueles outros "abertos ao mundo"?!?!?

    ResponderEliminar

Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...