17 dezembro, 2010

Carlos Pinto Coelho, o senhor "Acontece"

CARLOS PINTO COELHO
Sou pouco dado a unanimismos, sobretudo quando promovidos pela máquina de propaganda centralista. Um dos inumeráveis defeitos do regime centralista é o de alienar muito mais e por motivos  óbvios, os poucos que dele beneficiam, do que a imensa maioria a quem prejudica.

Se a fonte do mal centralista vem de Lisboa, a tendência natural dos habitantes das regiões afectadas pelo seu sorvedouro, é criarem anti-corpos contra os lisboetas. Dirão que é uma reacção injusta. Talvez, mas é natural. Tão natural, como o conformismo dos lisboetas em relação às injustiças do centralismo para com o resto do país. Conformismo, e uma crónica falta de solidariedade, ensurdecedoramente silênciosa...

Feita esta pequena introdução, gostaria de manifestar publicamente os meus sentidos pêsames pela morte [ontem] de Carlos Pinto Coelho por duas singelas razões. A primeira, por ter conhecido e privado com a sua mãe D. Sara, nos tempos em que vivi em Lisboa. A D. Sara era uma fantástica comunicadora, uma mulher de ideias arejadas muito avançadas para a sua idade. Era uma apaixonada pelo teatro e, como atrás escrevi, uma pessoa com quem dava gosto conversar horas a fio.

A segunda razão, é por considerar Carlos Pinto Coelho um jornalista de uma classe invulgar, completamente descontextualizada do jornalismo voyer e intriguista que agora se faz.

O Mundo não é perfeito, apesar disso, custa-me saber que à sua volta gravitavam "amigos" que nada tinham a ver com ele. Mas, a vida também é feita destes desencontros...

1 comentário:

Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...