17 janeiro, 2011

Regionalistas tímidos ou simplesmente medrosos?

No sábado passado realizou-se uma Mesa Redonda na Associação de Jornalistas, com a participação de elementos do Movimento Pró Partido do Norte e de alguns jornalistas da região . O tema em debate foi:  "A Comunicação Social  eo Norte", como aqui foi anunciado. 

Tema interessantíssimo [pelo menos para mim] ao qual, só motivos de força maior me impediram de assistir. Sou de opinião, e já o manifestei neste espaço em várias ocasiões, que uma das principais causas da perda de protagonismo a Norte, foi a perda de autonomia mediática e a inexistência de um canal de Televisão capaz de concorrer com os vários que há em Lisboa. É consensual para os nortenhos - embora enganadoramento pacífico -, que nem o Jornal de Notícias, nem o jornal Público, gozam de verdadeira autonomia editorial, apesar de ambos terem sede no Porto.

Neste contexto, fico perplexo que ainda haja a Norte quem tenha preocupações com [pre]conceitos portocentristas e simultaneamente defenda [com razão], que a Liberdade não se dá, mas que se conquista. Manter estas "preocupações"  é como pretender lutar com os mesmos argumentos que nos matam.  O "portocentrismo" foi sempre uma arma de arremesso dissuasora usada pelos anti-regionalistas, por isso duvido sempre de quem o faz também agora. Como pode haver portocentrismo numa cidade que nunca teve poder político e agora até nem o poder económico tem? Os Belmiros e os Amorins podem ser do Norte mas se há coisa que não têm feito nestes últimos anos é investir preferencialmente na região. Bem pelo contrário, fazem tudo para não contrariar o Governo ou correrem o risco de comprometer a boa "fluidez" dos seus negócios! Por isso se instalam em Lisboa. No tempo do fascismo o Porto teve aqui instaladas as sedes de grandes bancos mas também os executivos, agora as sedes só constam dos registos notariais por mero formalismo pseudo descentralizador. Portanto, de que portocentrismo nos falam? Onde é que está o bicho? Eu, só consigo encontrá-lo em Lisboa, e bem vivo. Por sinal, chama-se centralismo.

Aplaudo a iniciativa destas reuniões, mas continuo muito intrigado com o silêncio a que se remetem nos jornais onde trabalham alguns dos jornalistas que estiveram presentes. Tanto o Público como o JN, continuam a abordar o tema da Regionalização com demasiada parcimónia, o que reforça a ideia de algum condicionamento [ou censura?] da liberdade de opinião dos jornalistas em relação aos patrões... Se eles, que têm a faca e o queijo na mão, não o fazem, quem poderá fazê-lo? 
  

3 comentários:

  1. Há regionalista tímidos e outros falsos regionalistas.
    Esta democracia, é de gente que vive para os tachos lambendo o cú a Lisboa e nós sabemos de quem estamos a falar.
    Políticos que nunca tiveram nada e hoje estão bem de vida.
    Os amorins e os belmiros (e outros que por aí andam) o que querem é que vida lhes corra... e já se esqueceram o que foram... estes são para esquecer.

    Da maneira que este país se encontra completamente na merda,
    cheio de políticos e governantes que andam descaradamente a roubar
    a todos nós. Que puseram o país na banca-rota, que são centralistas como Salazar, mas mais desonestos estão à espera de quê !? que se faça o que fizeram os Gregos, os Franceses como está a fazer Túnisia!? O povo potuguês é sereno mas não é burro, e tudo tem limites.

    O PORTO É GRANDE VIVA O PORTO.

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  2. Olá; estive presente! Aliás, ainda não falhei a qualquer evento público levado a cabo pelo MPN, mesmo em campanhas de rua para angariação de assinaturas. A participação destes jornalistas foi importante, embora sinta que, pelo menos aqueles, sejam de alguma forma apoiantes da regionalização, não terão a cobertura dos seus "patrões", que é como quem diz, a administração central...
    Aliás, fiquei espantado pelos artigos do DN sobre a vergonha que se passa no poder do terreiro do paço. Seria um excelente dossier para um Jornal de Notícias (que por acaso faltou à chamada da referida reunião), já ser um jornal de lisboa a trazer à liça aqueles assuntos foi uma surpresa. Tal deverá ser o escândalo...

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  3. Kosta,

    enviei-lhe um email em resposta ao seu comentário/convite. Será que o recebeu?

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